Por Andrea Ladislau

Cresce o número de pessoas, altamente ativas e atuantes em suas atividades laborativas que, de uma hora para outra, percebem a necessidade e a urgência de uma pausa. E não é uma simples pausa. É muitas vezes, uma pausa prolongada na carreira.

A famosa pausa sabática. Uma tomada de decisão corajosa que surpreende e que pode ter muitos motivos enraizados. Não importa a motivação, seja qual for, a opção por pausar a carreira nos leva a refletir sobre essa necessidade, em muitos casos, negligenciada pelo ser humano, de desacelerar e compreender “parar” também é muito importante, principalmente, para nossa saúde mental, nosso equilíbrio e bem estar.

A percepção de que, não só o tempo, mas também as oportunidades passam, está muito acentuada com o panorama atual. Ainda que o indivíduo tente dividir o tempo em segundos, minutos horas, dias, e daí por diante, na verdade, o tempo faz parte de um ininterrupto processo, inserido no nível do eterno, que não pode ser conhecido por nossa limitada capacidade de compreensão.

E quais as implicações de nossa percepção em relação ao tempo e às atividades que estamos sempre nos cobrando por cumprir e realizar? Bem, fato é que, nossa experiência do tempo está mudando. Isso está ocorrendo porque a frequência da consciência humana está aumentando, e a experiência da passagem do tempo se acelerou.

O tempo continua correndo ao passo que nos vemos com menos liberdade. Não precisamos corresponder às expectativas do mundo sempre. Tenha essa consciência e sua saúde mental agradecerá. Portanto, não acelere e não negligencie seu “tempo interior”, simplesmente para dizer ao mundo que você é produtivo. É muito importante ouvir seu próprio chamado interno.

Portanto, não faça nada por obrigação, sem vontade. Seja honesto e genuíno com sua essência e seu ritmo. Não force uma motivação. O desejo em realizar qualquer coisa, deve surgir naturalmente; para agregar. Conciliando benefício e prazer.

Quando o incômodo se instala, é possível que o equilíbrio emocional seja ferido e que ocorra o acionamento do gatilho para um processo de transtorno de ansiedade generalizada e, até de depressão. Não alimente a neurose da produtividade que os tempos atuais têm trazido. Se todo excesso reflete uma falta, tenha cautela para não provocar uma exaustão mental, pincelada por culpas e cobranças, através de uma pressão insana. Viva um dia de cada vez, sendo fiel ao seu ritmo e aos seus desejos.

Enfim, o que essa atitude nos ensina?

Desacelerar também é preciso. Acalmar o coração e dar espaço para a alma e o corpo respirar. Desprender dos atrasos, das urgências e sentir a vida oxigenar novos sonhos dentro da gente. O jeito é fazer um plantio diário de propósitos dentro do que se acredita, colhendo aquilo que falta, desapegando-se do que não se necessita!

É o que chamamos de desacelerar para curar. Sair do automático e não se culpar por parar para ouvir a si mesmo. Parar para não fazer nada e não alimentar cobranças. Desacelerar o passo e a mente, encontrando seu eixo. Desacelere. Se dê o direito, se dê um tempo, se cuide.

Você não está disputando corrida com ninguém. Não precisa provar nada, nem agradar pessoa alguma. Procure fazer tudo no seu tempo, lembrando que, o meu tempo é diferente do tempo do outro. Respeite o seu ritmo natural. E procure dar para sua mente os momentos de descanso e lazer merecidos. A mente que não repousa adoece o corpo.    

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