A Ascensão da Bolha Bolsonarista e os Desafios da Presença Digital de Lula

Navegar Entre as Bolhas e Ondas da Polarização é o Desafio da Democracia Brasileira

Por Marcelo Senis

Em um cenário político marcado pela crescente polarização e pela intensificação das disputas ideológicas, o papel das redes sociais e da mídia digital nunca foi tão crucial. No entanto, o que temos testemunhado nos últimos tempos é um fenômeno preocupante e de proporções alarmantes: o crescimento surpreendente e inusitado da bolha bolsonarista, contrastado com a difícil retenção que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem enfrentado em suas redes sociais. Estamos diante de um ponto de inflexão social que pode colocar em risco nosso processo democrático.

Estudos recentes conduzidos pelo IRIA – Instituto Brasileiro para a Regulamentação da Inteligência Artificial, encomendados pela CNN Brasil, trazem um alerta para o vertiginoso crescimento da polarização política e para o papel crucial das redes sociais nesse cenário. Dados revelam que o Presidente Jair Bolsonaro mantém uma base de seguidores consideravelmente maior do que o ex-presidente Lula, detendo 70% do total de seguidores acumulados pelos dois líderes. Durante o período analisado (jan a março), Bolsonaro continuou a expandir sua base de seguidores, aumentando em mais de 245 mil, enquanto Lula viu uma redução de aproximadamente 38.8 mil seguidores. Essa disparidade sugere uma dinâmica de crescimento contínuo para Bolsonaro e possíveis desafios de retenção para Lula, evidenciando a complexidade das interações políticas nas plataformas digitais.

Os números não mentem: Jair Bolsonaro consolidou uma base digital poderosa, com uma ampla maioria de seguidores e um crescimento contínuo em suas plataformas digitais. Enquanto isso, Lula enfrenta desafios significativos em manter e expandir sua base de seguidores, evidenciando uma tendência preocupante de enfraquecimento de sua presença digital. A disparidade entre esses dois líderes políticos reflete não apenas uma dinâmica de engajamento nas redes sociais, mas também uma divisão profunda na sociedade brasileira.

Essa divisão não se limita apenas ao ambiente virtual. Ela permeia todos os aspectos de nossa vida política e social, tornando cada vez mais difícil encontrar pontos de consenso e diálogo. Estamos caminhando para um estado de ruptura em nosso processo democrático, onde a polarização extrema e a falta de comprometimento com valores democráticos fundamentais ameaçam minar a estabilidade de nossa sociedade.

Em meio a esse cenário preocupante, é vital que reconheçamos a gravidade da situação e busquemos soluções que promovam a unidade e o respeito mútuo. Devemos agir com urgência para conter o avanço da polarização e fortalecer os pilares de nossa democracia. Isso significa promover um ambiente digital mais inclusivo e plural, onde todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas.

A formação de bolhas ideológicas representa um dos maiores perigos para a democracia e a coesão social em todo o mundo. Essas bolhas, que se desenvolvem em torno de ideias políticas, religiosas ou culturais, criam uma divisão na sociedade, isolando os indivíduos em suas próprias câmaras de eco, onde apenas visões e opiniões semelhantes são reforçadas. No contexto brasileiro, o aumento acentuado da polarização extrema, como demonstrado pelo estudo realizado pelo IRIA em parceria com a CNN Brasil, é alarmante. Esse crescimento agudo da polarização, que parece ter sido intensificado a partir do dia 08 de janeiro, possivelmente em resposta aos eventos e ao volume significativo de matérias jornalísticas sobre os atos anti-democráticos, representa uma ameaça significativa para o tecido social e democrático do país. O agravamento dessa polarização pode levar a uma maior fragmentação da sociedade, minando os princípios fundamentais da democracia e dificultando ainda mais o diálogo e a busca por consensos. É crucial que reconheçamos esses perigos e busquemos ativamente maneiras de promover a inclusão, a diversidade de opiniões e o respeito mútuo, a fim de evitar um aprofundamento ainda maior das divisões em nossa sociedade.

Não podemos permitir que as redes sociais se tornem arenas de conflito e divisão, onde o extremismo e a intolerância reinam supremos. Devemos aproveitar o potencial transformador da tecnologia para promover o diálogo, a compreensão e a colaboração entre diferentes grupos e perspectivas. Somente assim poderemos construir uma sociedade mais justa, equitativa e democrática para todos os brasileiros.

Diante do desafio iminente que a polarização extrema representa, navegamos em águas tempestuosas, onde as ondas da divisão ameaçam virar nosso barco democrático. Nesse cenário crítico, é vital que todos, cidadãos, líderes políticos e instituições, se unam como uma tripulação, remando juntos em direção à calmaria dos valores democráticos. Somente assim poderemos evitar que nosso destino seja tragado pelas correntezas da polarização. O futuro de nossa democracia depende da colaboração de todos nós para manter nosso navio navegando em mares seguros e prósperos.

Marcelo Senise – Presidente do Instituto Brasileiro para a Regulamentação da Inteligência Artificial, Sociólogo e Marqueteiro, atua a 35 anos na área política e eleitoral, especialista em comportamento humano, e em informação e contrainformação, precursor do sistema de analise em sistemas emergentes e em Inteligência Artificial.

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Marca pessoal: 7 passos para construí-la e utilizá-la para o sucesso profissional

Em um mundo saturado de talentos e competências, destaca-se aquele que consegue articular não apenas o que faz, mas quem é. Esta é a essência da marca pessoal, um conceito que transcende o currículo tradicional e que mergulha na narrativa única de cada indivíduo.

Marca pessoal é a impressão que você deixa no mundo; uma combinação única de habilidades, experiências e personalidade que você apresenta ao público. É o que as pessoas dizem sobre você quando você não está na sala, uma síntese de sua presença profissional e o impacto no ambiente de trabalho.

Pense em figuras como Steve Jobs e Oprah Winfrey, lembradas não apenas por suas realizações, mas pela essência de quem são. Jobs, com sua inconfundível personalidade e apresentações icônicas, transformaram a Apple em uma extensão de sua própria marca. Winfrey, com autenticidade e empatia, se tornou uma das personalidades mais influentes da mídia. Nestes exemplos, é claro que marca pessoal vai além do que fazem, refletindo personalidade e visão.

Cada geração aborda a marca pessoal de sua forma. Enquanto os profissionais da geração X (nascidos entre 1965 e 1981) buscam estabilidade e acúmulo de experiências, os millennials (nascidos entre 1981 e 1995) priorizam propósito e autenticidade. Os da geração Z (nascidos entre a segunda metade da década de 1990 e o ano de 2010), por sua vez, são conhecidos por sua criatividade e habilidade digital. Para construir a sua marca, basta entender o que faz sentido para a sua realidade e o seu propósito. Deixo, a seguir, as minhas recomendações.

Sete passos para construir sua marca pessoal

Com base em minhas experiências e conhecimento ao longo desses anos, seja na vida acadêmica, no mundo corporativo ou no empreendedorismo, destaco sete recomendações para que você construa e solidifique a sua marca pessoal:

1) Seja autêntico: sua marca deve ser um reflexo verdadeiro de quem você é. Seja consistente em suas mensagens e ações;

2) Conte a sua história: use suas experiências para mostrar a sua jornada profissional – como chegou onde está e para onde está indo?;

3) Construa a sua rede: relacionamentos são cruciais para o sucesso – conheça e se conecte com profissionais e líderes de sua área de atuação, com respeito e trocas genuínas;

4) Mostre o seu valor: não apenas liste suas habilidades, mas também demonstre como você as utilizou para alcançar resultados reais;

5) Mantenha-se atualizado: o mundo está em constante evolução e sua marca também deve evoluir. Continue aprendendo e se adaptando às demandas do mercado;

6) Use as mídias sociais de forma assertiva: plataformas online são essenciais para comunicar a sua marca. Seja ativo, compartilhe suas ideias e interaja com a sua comunidade;

7) Peça feedback: saiba como os outros percebem a sua marca, pois isso pode ajudar a ajustar e refinar, de forma constante, a sua abordagem.

Criar uma marca forte não é apenas sobre autopromoção, mas sobre contar a sua história de maneira que ressoe com os outros e destaque algo que o torna único.

Ao investir em sua marca pessoal, você não apenas aumenta suas chances em processos seletivos para posições de liderança, mas também define o caminho para uma carreira de impacto e significado. Lembre-se: a sua marca pessoal é o seu maior ativo. Cultive-a e veja as oportunidades se abrirem diante de você.

Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

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A utilização da Inteligência Artificial para o Social Media: Economia de tempo e aumento do engajamento

Por Vinícius Taddone

Cada vez mais a Inteligência Artificial se torna uma ferramenta essencial para profissionais de Social Media. O campo da IA está experimentando um crescimento exponencial, à medida que empresas reconhecem sua importância e buscam profissionais qualificados nesse domínio.

No contexto das redes sociais, onde a produção de conteúdo editorial é essencial para manter o engajamento do público, a Inteligência Artificial desempenha um papel fundamental. Ela permite não apenas a automatização de tarefas, mas também a geração de conteúdo personalizado e relevante de forma eficiente.

Uma das principais vantagens da sua utilização no Social Media é a economia de tempo na produção de conteúdo editorial. Ferramentas de geração de conteúdo baseadas em IA podem analisar tendências, identificar temas relevantes e até mesmo criar textos, imagens e vídeos de alta qualidade em questão de segundos. Isso permite que os profissionais de Social Media dediquem mais tempo à estratégia e ao relacionamento com o público, em vez de tarefas operacionais.

Além de economizar tempo, a IA também pode aumentar o engajamento do público nas redes sociais. Ao oferecer conteúdo personalizado e relevante para cada segmento de público, com base em análises avançadas de dados de interesses, comportamentos e preferências, as empresas podem atrair a atenção de seus seguidores e gerar interações significativas. Isso resulta em uma maior fidelização da audiência e um aumento no alcance das publicações.

Através de ferramentas de análise de sentimento baseadas em IA, como IBM Watson e o Google Cloud Natural Language API, por exemplo, é possível monitorar e analisar automaticamente as conversas nas redes sociais, permitindo uma compreensão aprofundada das emoções e opiniões dos usuários em relação a uma marca, produto ou campanha. Isso permite que os profissionais de Social Media ajustem suas estratégias de acordo com o feedback em tempo real, melhorando a reputação da marca e fortalecendo o relacionamento com os clientes.

Conscientes do potencial da Inteligência Artificial para otimizar processos e impulsionar resultados, as plataformas de mídia social estão cada vez mais integrando recursos de IA para otimizar campanhas de publicidade. Algoritmos avançados podem analisar dados em tempo real e ajustar automaticamente o direcionamento, o orçamento e o conteúdo dos anúncios para maximizar o retorno sobre o investimento (ROI) e alcançar os objetivos de marketing.

No entanto, é fundamental considerar a responsabilidade ética no uso da inteligência artificial, o que foi enfatizado recentemente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no Brasil, em resposta às preocupações com a disseminação de

fake news durante as campanhas eleitorais. Na semana passada, o TSE aprovou uma resolução eleitoral que veta o uso de deepfakes e impõe restrições ao uso de inteligência artificial.

Essa medida, além de salvaguardar a integridade do processo democrático, também reflete os princípios do Marketing Sustentável, que busca promover práticas éticas e responsáveis no mercado. A resolução visa garantir a transparência e a autenticidade das comunicações durante as campanhas eleitorais, protegendo assim a confiança dos eleitores e fortalecendo a democracia. Dessa forma, o uso responsável da inteligência artificial não apenas protege os direitos dos cidadãos, mas também contribui para a construção de relacionamentos duradouros entre eleitores e candidatos, em linha com os valores fundamentais do Marketing Sustentável.

Portanto, o uso da Inteligência Artificial para o Social Media pode ser visto como um reflexo dos princípios do Marketing Sustentável. Assim como o Marketing Sustentável visa criar conexões autênticas e significativas com o público-alvo, a utilização da IA nas redes sociais permite uma abordagem mais personalizada e orientada pelo feedback dos usuários.

O Marketing Sustentável, termo ressaltado por mim, especialmente nas redes sociais, representa um conjunto de estratégias que promovem produtos, serviços e marcas de forma menos agressiva, visando impacto positivo nas pessoas. Isso passa pelo abandono de conteúdos robotizados e posts “sem alma” que prejudicam a imagem da marca e inundam as redes sociais sem propósito. Nosso dever é zelar pelo conteúdo trabalhado às marcas, promovendo uma comunicação ética e responsável no mercado, garantindo transparência e autenticidade em uma comunicação centrada no cliente.

O objetivo é transformar profissionais de Social Media em estrategistas capazes de conquistar clientes de maneira saudável e atingir metas financeiras de forma sustentável.

Ao adaptar o conteúdo e as estratégias de acordo com as necessidades e preferências do público, os profissionais de Social Media demonstram um compromisso com a transparência, a ética e o respeito pelo indivíduo, promovendo, com o auxílio da Inteligência Artificial, uma comunicação pautada nos valores do Marketing Sustentável.

*Vinícius Taddone é diretor de marketing e fundador da VTaddone®

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Dia do Consumidor: Impacto Econômico e Oportunidades para Empresas

No cenário econômico atual, o Dia do Consumidor, comemorado em 15 de março, representa uma data de crescente importância, tanto para consumidores quanto para empresas de diversos setores. Este dia, que simboliza a proteção dos direitos dos consumidores, tem ganhado espaço no calendário comercial como um momento especial para promoções e ofertas, impulsionando o consumo e movimentando a economia de maneira significativa.

Para entender melhor o impacto desta data no contexto econômico, conversamos com André Charone, contador e professor universitário, mestre em Negócios Internacionais pela Must University e com formação em empreendedorismo em economias emergentes pela Universidade de Harvard. Charone destaca que “o Dia do Consumidor não apenas reforça a importância dos direitos do consumidor, mas também se transformou em uma excelente oportunidade para as empresas aumentarem suas vendas e fortalecerem suas marcas no mercado.”

A data, originalmente criada para conscientizar sobre a importância dos direitos dos consumidores, vem se transformando, ao longo dos anos, em um evento comercial de grande envergadura, similar à Black Friday em alguns países. “Essa transformação tem um impacto direto na economia, pois estimula o consumo em um período que, tradicionalmente, não apresentava grandes movimentações comerciais,” explica Charone.

Além disso, o especialista em negócios internacionais ressalta a importância do planejamento estratégico para as empresas que desejam aproveitar a data. “As organizações que se planejam com antecedência, oferecendo promoções atrativas e garantindo uma boa experiência de compra, tendem a sair na frente, conquistando não só o aumento imediato nas vendas mas também a fidelização de clientes a longo prazo.”

Charone também aponta para a relevância do Dia do Consumidor como um momento de reflexão sobre as práticas empresariais e a sustentabilidade das relações de consumo. “É fundamental que as empresas não vejam essa data apenas como uma oportunidade de aumentar lucros, mas também como um momento para reafirmar seu compromisso com a ética, a transparência e a sustentabilidade nas relações de consumo,” enfatiza.

Em suma, o Dia do Consumidor emerge como uma data de dupla importância: promove a conscientização e a proteção dos direitos dos consumidores e, simultaneamente, atua como um motor para a economia, oferecendo às empresas uma oportunidade de aumentar vendas, visibilidade e comprometimento com práticas comerciais éticas e sustentáveis.

Sobre o autor:

André Charone é contador, professor universitário, Mestre em Negócios Internacionais pela Must University (Flórida-EUA), possui MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV (São Paulo – Brasil) e certificação internacional pela Universidade de Harvard (Massachusetts-EUA) e Disney Institute (Flórida-EUA).

É sócio do escritório Belconta – Belém Contabilidade e do Portal Neo Ensino, autor de livros e dezenas de artigos na área contábil, empresarial e educacional.

André lançou dois livros com o tema “Negócios de Nerd”, que na primeira versão vendeu mais de 10 mil exemplares. Os livros trazem lições de gestão e contabilidade, baseados em desenhos e ícones da cultura pop.

Este ano André lançou um livro sobre Imposto de Renda, com dicas e truques práticos para não cair na malha fina.

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O Farol no Nevoeiro do Mercado das Pequenas e Médias Empresas

Por Camilla Natividade

Com o foco em levar as empresas a tomarem decisões com mais segurança e assertividade, os dados de mercado se tornam decisivos para as pequenas e médias empresas (PMEs), afinal, é por meio das pesquisas e dos dados obtidos com elas que o empreendedor pode ver claramente as oportunidades e ameaças dentro do seu mercado de atuação.

Para tornar o tema mais compreensível, o exemplo a seguir de um estabelecimento pode explicar bem essa necessidade indispensável que os dados de mercado têm para as PMEs: A ‘Doces Delícias’, uma confeitaria de pequeno porte, enfrentou um desafio comum no mundo empresarial: a expansão sem uma análise aprofundada de dados. Ao abrir uma nova filial baseada em intuição, em vez de dados concretos, a empresa sofreu prejuízos significativos.

Só com o parágrafo acima, compreende-se a importância crítica de basear decisões em dados sólidos. No universo das PMEs, cada escolha pode ter um grande impacto. Ferramentas de inovação digital, como softwares de análise de dados, são essenciais para revelar tendências de consumo e preferências do cliente.

Após esse contratempo, a ‘Doces Delícias’, guiada por seu empresário, colaborou estritamente com seu contador. Juntos, eles analisaram a situação, usando os números para iluminar o caminho a trilhar. A análise mostrou que, apesar do revés inicial, a empresa ainda possuía um grande potencial de recuperação e crescimento. Essa parceria estratégica entre o empresário e o contador foi crucial para redefinir a estratégia da confeitaria, mantendo o empresário no centro do palco com o contador atuando como um conselheiro confiável e essencial.

A história da ‘Doces Delícias’ é um lembrete poderoso de que, no mundo dos negócios, andar às cegas é arriscado. Dados e análises não são apenas ferramentas; são faróis que iluminam o caminho para decisões sábias e lucrativas. Neste cenário, a relação sinérgica entre o empresário e o contador emerge não apenas como um elemento de suporte, mas como uma parceria estratégica para o sucesso.

É indispensável a colaboração entre empresário e contador, mantendo o empresário como figura central na tomada de decisões e o contador se destacando como um parceiro estratégico, principalmente através das inovações digitais que o profissional pode agregar à empresa, com o uso de ferramentas inclusivas, desburocratizadas e eficazes que geram dados de fácil compreensão e análise. Lembre-se: nos negócios, decisões fundamentadas em dados é determinante.

*Camilla Natividade é bacharel em Gestão Financeira pela Universidade Paulista, possuindo quase 20 anos de experiência na área contábil e fundadora/CRO (Diretora de Finanças) da ContábilHUB, assessoria especializada em serviços contábeis e de gestão financeira desburocratizados e digitais para pequenas e médias empresas. 

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Gerenciamento eficiente de projetos para o sucesso da Nova Indústria Brasil 

Por Antonio Toledo

O programa Nova Indústria Brasil (NIB), recentemente anunciado pelo governo federal, surge como um catalisador potente para impulsionar o setor produtivo nacional. Ao estabelecer um diálogo colaborativo com o meio empresarial, o programa busca um compromisso real com o desenvolvimento industrial do País. O destaque reside nos expressivos R$ 300 bilhões destinados a financiamentos para o setor até 2026, evidenciando um potencial substancial para transformações significativas.

A abordagem abrangente do NIB, concentrada em setores estratégicos e metas específicas até 2033, delineia uma visão planejada para cadeias agroindustriais; saúde; bem-estar das pessoas nas cidades; transformação digital; bioeconomia, descarbonização e transição energética; e defesa. Essas seis missões representam áreas prioritárias para investimentos, visando a impulsionar a transição energética, promover a economia de baixo carbono e aprimorar a mobilidade urbana.

Os investimentos expressivos, a abordagem setorial e o enfoque em sustentabilidade e inovação certamente abrirão portas para a modernização do parque industrial brasileiro, infraestrutura sustentável e transformação digital. No entanto, a viabilidade do programa está diretamente ligada à execução eficiente dos projetos, com uma cooperação sólida entre os setores público e privado e adaptações estratégicas, conforme necessário ao longo do tempo.

Na prática, a eficácia na implementação desses projetos requer etapas essenciais, como planejamento, gestão, fiscalização, prazo e orçamento plausível para execução de cada um deles. Nesse cenário, a gestão de projetos especializada se torna crucial para o sucesso do processo de neoindustrialização do Brasil.

Soluções de gerenciamento de implantação de projetos industriais, respaldadas por uma equipe experiente e metodologias fundamentadas nas melhores práticas do mercado, são essenciais para empresas que buscam administrar investimentos em projetos greenfield e brownfield.

Essa abordagem deve abranger todas as fases do processo de implantação, desde a engenharia conceitual e estudo de viabilidade até o comissionamento e ramp-up das operações, sendo personalizada para atender às necessidades específicas de cada cliente. Os benefícios resultantes incluem eficiência otimizada na utilização de recursos, transparência e clareza no andamento do projeto, redução significativa do tempo de ramp-up e promoção do desenvolvimento de habilidades e conhecimentos para a equipe e a organização.

Além disso, o gerenciamento eficiente de paradas de plantas industriais é vital para a operação sustentável e lucrativa de instalações industriais. Otimizando o tempo e os recursos, aumentando a disponibilidade operacional e minimizando o lucro cessante, as empresas podem atingir um equilíbrio crucial entre a manutenção necessária e a continuidade das operações.

Outro recurso importante é o gerenciamento de ativos industriais, que visa a otimizar o valor e a eficiência dos ativos empresariais, envolvendo aquisição, uso, manutenção e descarte. Este processo sistêmico busca assegurar a eficiente utilização e prontidão dos ativos, incluindo auditorias, manutenção preventiva e análises de custo de ciclo de vida. Os benefícios abrangem melhorias operacionais, prolongamento da vida útil dos equipamentos, decisões mais informadas, redução de riscos e contribuição para a sustentabilidade empresarial. O gerenciamento eficaz resulta em operações mais eficientes, redução de custos e impacto ambiental reduzido.

Diante desse panorama, o sucesso do NIB está intrinsecamente ligado à gestão eficiente de projetos. Seja na implantação de novos empreendimentos industriais ou na otimização das operações existentes, a expertise em gerenciamento de projetos se torna peça-chave para alcançar os objetivos ambiciosos do programa. Ao integrar de forma sinérgica o planejamento estratégico, a execução eficiente e a inovação, o Brasil pode efetivamente navegar pelo caminho da neoindustrialização, garantindo um desenvolvimento industrial sustentável e lucrativo no cenário global.

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Saneamento básico, dengue e covid-19: a importância do tratamento adequado de água e esgoto para a população

Por Francisco Carlos Oliver

O Brasil vive – mais uma vez- um dos seus maiores desafios na área da saúde pública com o aumento de dengue e da COVID-19. Com isso, temas importantes e que precisam de atenção vão ganhando foco, falam-se de vacinas, usos de repelentes e máscaras, além de dicas de especialistas para que a população faça a sua parte – que já ajudará e muito, a área da saúde do país – mas com tudo isso, pouco ou nada, na verdade, fala-se sobre o impacto que a falta de saneamento pode causar para a proliferação de doenças para além das citadas neste texto.

O que pode parecer talvez desconexo em um primeiro momento, é traçar a relação entre a falta de saneamento básico com doenças como a COVID-19 e a dengue, mas isso tem muito mais sentido do que parece. Afinal, com as fortes chuvas e calor extremos, cenários perfeitos para essas doenças são gerados.

De acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses, do Ministério da Saúde divulgado no último dia do mês fevereiro deste ano, o Brasil atingiu a marca de um milhão de casos de dengue somente em 2024. Classificada como arbovirose viral grave, onde a transmissão ocorre por meio de mosquito (fêmea do Aedes Aegypti) –, a falta de saneamento básico – uma realidade na vida de muitos brasileiros – favorece o aumento dos casos da doença, já que os mosquitos se reproduzem em água parada, seja ela limpa ou suja.

Sendo assim, esgotos à céu aberto, saídas de água, poços descobertos ou qualquer outro espaço em uma comunidade – cito como exemplo comunidades, pois infelizmente é onde ocorre tais problemas em maior quantidade – que tenha água parada independente se ela é insípida, inodora, incolor ou não, pode ter focos de dengue.

Por isso o saneamento básico é tão importante, sendo o responsável pelo tratamento adequado de água e esgoto nas comunidades e assunto que deve estar sempre em alta como uma das principais medidas para o combate de doenças.

Por outro lado, no tema Covid-19, segundo o relatório do CONASS – Conselho Nacional de Secretários de Saúde, 2024 já soma mais de 310 mil casos da doença. O coronavírus tem um modus operandi de contágio, sendo possível a sua proliferação através de contato com pessoas infectadas e até em excrementos humanos e para essa última questão, acende-se o alerta da necessidade do saneamento básico de saúde.

O contágio do vírus por meio de excremento é possível e tem até nome para isso, contágio fecal-oral, quando pessoas são expostas a tais fatores presentes em áreas onde não há tratamento de água e esgoto.

A falta de saneamento no país é uma realidade gritante, comprovada através do Censo Demográfico Brasileiro 2022 divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no final do mês de fevereiro deste ano. São cerca de 49 milhões de habitantes sem atendimento adequado de esgoto sanitário e 4,8 milhões de pessoas não tem acesso a água encanada.

Mesmo com todo o crescimento do serviço de saneamento pelo país, os números comprovam que ainda há muito a ser feito, afinal, ouso dizer que contra dados não há argumento e já passou da hora de falarmos na solução Saneamento Básico no combate de doenças e na geração de qualidade de vida digna para os milhões de brasileiros que desconhecem o que é tal tratamento.

*Francisco Carlos Oliver é engenheiro, e diretor técnico e comercial da Fluid Feeder, empresa fornecedora de equipamentos para tratamento de água e efluentes, com soluções de alta tecnologia para medição, transferência e dosagem de produtos químicos sólidos, líquidos e gasosos.

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Descubra se você está obrigado a declarar Imposto de Renda em 2024

À medida que o calendário avança para 15 de março, início do período de declaração do Imposto de Renda, muitos brasileiros se veem cercados pela mesma dúvida: preciso declarar imposto de renda este ano? Com as regulamentações fiscais passando por constantes atualizações, compreender as obrigações vigentes é fundamental.

O contador e professor universitário André Charone, autor do livro “Declaração de Imposto de Renda: Dicas e truques que o leão não quer que você saiba”, listou as principais mudanças no Imposto de renda 2024.

Quem está na lista?

A obrigatoriedade para a declaração do Imposto de Renda em 2024 abrange um leque mais amplo de contribuintes, seguindo critérios específicos definidos pela Receita Federal. Charone explica que, caso o contribuinte se encontre em pelo menos uma das situações descritas, ele se torna obrigado a enviar a declaração.

·        Obteve rendimentos tributáveis acima de R$ 30.639,90;

·        Recebeu rendimentos não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte acima de R$ 200 mil;

·        Obteve receita bruta anual decorrente de atividade rural em valor acima de R$ 153.199,50;

·        Pretenda compensar prejuízos da atividade rural deste ou de anos anteriores com as receitas deste ou de anos futuros;

·        Teve a posse ou a propriedade, até 31 de dezembro de 2023, de bens ou direitos, inclusive terra nua, acima de R$ 800 mil.

·        Realizou operações em bolsa de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas cuja soma for superior a R$ 40 mil ou com apuração de ganhos líquidos que tenha incidência de imposto;

·        Obteve ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto;

·        Optou pela isenção de imposto sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, seguido de aquisição de outro, no prazo de 180 dias;

·        Passou à condição de residente no Brasil, em qualquer mês de 2023, e nessa condição se encontrava em 31 de dezembro de 2023.

·        Quem possuir investimentos em trust no exterior;

·        Quem deseja atualizar valor de mercado de bens no exterior;

·        Quem optou por detalhar bens do exterior da entidade controlada como se fossem da pessoa física.

André Charone enfatiza a necessidade de atenção às novas margens estabelecidas. “Com os limites ajustados, é possível que alguns contribuintes fiquem isentos da declaração este ano. Porém, quem se encaixa nas categorias obrigatórias deve começar a organizar seus documentos e informações o quanto antes, assegurando uma declaração precisa e sem contratempos.”

Atualizações Importantes na Declaração

O ano de 2024 traz consigo significativas atualizações no Programa Gerador da Declaração (PGD), com impacto direto na maneira como os contribuintes declaram criptoativos e bens no exterior. Além disso, houve um aumento nos limites de deduções para doações incentivadas, o que representa uma excelente notícia para aqueles que contribuem para projetos sociais, esportivos e na área da saúde​​.

Orientações Estratégicas

Charone oferece orientações valiosas para os contribuintes: “Aproveite as novas regras para maximizar suas deduções legais. Planeje com antecedência, mantenha-se informado sobre as mudanças e utilize as funcionalidades do PGD a seu favor. Estas ações podem não apenas simplificar o processo de declaração, mas também otimizar seu resultado fiscal.”

Investi na Bolsa de valores, preciso declarar?

Investidores que realizaram operações em bolsa de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas estão obrigados a declarar se:

·        Realizaram operações de alienação de ações no mercado à vista com volume superior a R$ 20.000,00 em qualquer mês de 2023, o que pode resultar em ganho de capital sujeito à tributação.

·        Obtiveram qualquer ganho líquido em operações no mercado à vista, a termo, de opções e futuro.

André Charone enfatiza que “a declaração é uma obrigação para muitos investidores, não apenas para reportar ganhos, mas também para compensar possíveis prejuízos em operações futuras”.

Preparando-se para o Leão

Com as diretrizes atualizadas e as recomendações de um expert no assunto, os contribuintes podem se armar com conhecimento e estratégias para enfrentar o período de declaração de 2024. Estar bem-informado é crucial para navegar com sucesso pelas complexidades do sistema tributário brasileiro, evitando surpresas desagradáveis e maximizando potenciais benefícios fiscais. 

Sobre o autor:

André Charone é contador, professor universitário, Mestre em Negócios Internacionais pela Must University (Flórida-EUA), possui MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV (São Paulo – Brasil) e certificação internacional pela Universidade de Harvard (Massachusetts-EUA) e Disney Institute (Flórida-EUA).

É sócio do escritório Belconta – Belém Contabilidade e do Portal Neo Ensino, autor de livros e dezenas de artigos na área contábil, empresarial e educacional.

André lançou dois livros com o tema “Negócios de Nerd”, que na primeira versão vendeu mais de 10 mil exemplares. Os livros trazem lições de gestão e contabilidade, baseados em desenhos e ícones da cultura pop.

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Acumulação de Cargos: Um Conflito de Interesses Prejudicial à Democracia

Por Julio Take

Em um cenário político marcado por controvérsias e conflitos de interesses, a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permite a acumulação de cargos públicos com mandatos eletivos tem gerado grande repercussão e preocupação. Afinal, como um funcionário público que ocupa um cargo de confiança no Executivo pode conciliar suas funções com a fiscalização e legislação sobre as ações do mesmo poder?

A acumulação de cargos, que já era uma prática comum entre políticos, agora ganhou amparo legal. No entanto, essa decisão levanta questionamentos fundamentais sobre a imparcialidade e independência dos representantes eleitos.

O Conflito de Interesses

O conflito de interesses é evidente quando um indivíduo ocupa dois cargos que possuem atribuições conflitantes. No caso de um funcionário público que também é vereador, esse conflito se manifesta na possibilidade de o vereador utilizar sua posição para influenciar decisões do Executivo em benefício próprio ou de seus aliados.

Por exemplo, um funcionário público que atua como secretário municipal de Saúde pode ter acesso a informações privilegiadas sobre licitações e contratos. Se esse mesmo indivíduo também for vereador, ele poderá utilizar essas informações para direcionar os recursos públicos para empresas ou pessoas ligadas a ele.

Além disso, o vereador que acumula cargo público pode ter dificuldade em fiscalizar as ações do Executivo de forma imparcial. Afinal, ele pode estar sujeito a pressões ou influências do prefeito ou de outros membros do governo, o que comprometeria sua independência e capacidade de exercer o controle sobre o poder.

O Comprometimento com a Democracia

A democracia pressupõe a separação e o equilíbrio dos poderes. A acumulação de cargos fere esse princípio ao permitir que um indivíduo concentre poder em suas mãos, reduzindo a transparência e a prestação de contas.

Quando um funcionário público acumula um cargo eletivo, ele deixa de representar os interesses da sociedade como um todo e passa a representar os interesses do Executivo. Isso enfraquece o papel do Legislativo como fiscalizador do Executivo e prejudica a democracia como um todo.

Conclusão

A decisão do STF que permite a acumulação de cargos públicos com mandatos eletivos é um retrocesso para a democracia brasileira. O conflito de interesses inerente a essa prática compromete a imparcialidade e independência dos representantes eleitos, enfraquece o Legislativo e prejudica a sociedade como um todo.

É fundamental que a sociedade se mobilize contra essa decisão e exija que os representantes eleitos se comprometam com a ética, a transparência e a separação dos poderes. A democracia brasileira depende disso.

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Pais matriculam filhos em escolas estaduais para serem educados, mas não é função dos professores

Por Julio Take

Em uma inversão de papéis preocupante, pais estão colocando seus filhos em escolas estaduais não para serem educados, mas para que os professores assumam a responsabilidade de criá-los. Esta tendência alarmante está sobrecarregando os professores e prejudicando a qualidade da educação para todos os alunos.

Tradicionalmente, os pais eram os principais responsáveis pela educação de seus filhos. Eles ensinavam valores morais, habilidades sociais e hábitos de estudo. No entanto, nos últimos anos, muitos pais abdicaram dessas responsabilidades, esperando que as escolas assumam seu lugar.

Essa expectativa irreal vem sobrecarregando os professores e as equipes pedagógicas das instituições onde esses jovens estão matriculados. Eles não são treinados para serem pais e não têm tempo ou recursos para fornecer a orientação e o apoio que as crianças precisam. Como resultado, os alunos estão sofrendo.

A qualidade da educação está diminuindo à medida que a equipe pedagógica e os professores, em sala de aula. são forçados a gastar mais tempo lidando com problemas comportamentais e emocionais que deveriam ser tratados pelos pais. Isso deixa menos tempo para o ensino acadêmico, resultando em alunos menos preparados para a faculdade e para a vida.

Além disso, a inversão de papéis cria uma dinâmica insalubre entre pais e professores. Os pais tornam-se dependentes dos professores para fazer o trabalho que eles deveriam estar fazendo, enquanto os professores sentem-se sobrecarregados e ressentidos. Isso pode levar a conflitos e ressentimentos, prejudicando ainda mais o ambiente de aprendizagem.

É fundamental que os pais reconheçam seu papel crucial na educação de seus filhos. Eles precisam assumir a responsabilidade de ensinar seus filhos valores, habilidades sociais e hábitos de estudo. As escolas podem fornecer apoio, mas não podem substituir os pais.

Se os pais continuarem a colocar seus filhos em escolas estaduais para serem educados, a qualidade da educação continuará a diminuir. É hora de os pais assumirem a responsabilidade por seus filhos e permitirem que os professores se concentrem em seu verdadeiro papel: ensinar.

  • Julio Take é jornalista e blogueiro

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Homens não possuem visão periférica 

Por Cristina Vilas Boas de Sales Oliveira e Daniele Cafange

Calma! Essa é apenas uma analogia sobre características entre eles e elas, no intuito de compreender o motivo pelo qual muitas mulheres se sentem tão exaustas e sobrecarregadas. Ao concentrar a atenção e o interesse em um determinado objetivo exige fazer escolhas. O olhar focado, ainda que de forma desintencional, pode muitas vezes negligenciar o que está em volta, como os afazeres domésticos e os cuidados com os filhos e familiares. 

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica que a divisão das tarefas domésticas é desigual entre os trabalhadores: em média, as mulheres ocupadas dedicaram 6,8 horas a mais do que os homens ocupados. Outro levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que, em média, as mulheres têm um acréscimo de 11 horas semanais no trabalho doméstico e nos cuidados não remunerado.  

Talvez a explicação para fato tenha início na infância.

O estudo Os estereótipos de gênero sobre a capacidade intelectual surgem cedo e influenciam os interesses das crianças, realizado por pesquisadores norte-americanos das Universidades de Nova Iorque, Illinois e Princeton, demonstra que meninas a partir dos seis anos começam a se achar menos brilhantes que os meninos. O que pode influenciar e impactar diretamente suas escolhas profissionais, pois se sentem menos capaz do que os meninos. 

Ainda que elas se dediquem mais aos estudos, 19,4% delas possuem ensino superior, enquanto eles representem 15,1%, a remuneração das mulheres ainda é menor. Em setores da economia em que a presença masculina é predominante, como os setores da construção civil e de tecnologia, observa-se, embora tímido, um crescimento da presença feminina. De acordo com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), as mulheres representam 19,5% dos registros, equivalente a quase 200 mil mulheres engenheiras do total de mais de 1 milhões de profissionais de engenharia no país.  

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, em 2021, o número de mulheres trabalhando na construção cresceu 16% em relação ao ano anterior. Contudo, o cargo de engenheiro civil possui uma desigualdade salarial de 38,6% entre gêneros, taxa ainda maior que a média nacional de discrepância salarial entre homens e mulheres, aponta pesquisa realizada pelo Banco Nacional de Empregos (BNE). 

Já na área da tecnologia, nos cursos de qualificação, apenas 16,5% das vagas são ocupadas por mulheres. Nas demais áreas do conhecimento e disciplinas a média da participação delas é de 60%, os dados são do Mapa do Ensino Superior 2023, produzido pela SEMESP, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil. Como sendo um dos segmentos da economia mais promissores, digo, como as melhores oportunidades e salários, os dados e pesquisas trazem um ponto de alerta, em especial, em aumentar a presença das mulheres nas salas de aulas. 

O mês em que celebra o Dia Internacional da Mulheres (8) abre espaço para o debate das dificuldades enfrentadas por elas no mercado de trabalho, mas também em nossa sociedade um todo, um momento de elucidar questões enraizadas culturalmente e associadas ao feminino com frágil e acostumadas e estimuladas desde a infância a brincar com os cuidados da casa e da família. Estereótipo que com o passar dos anos estão tão incutidos que se normalizam e podem ser tornar um limitador para novas conquistas.

Cristina Vilas Boas de Sales Oliveira e Daniele Cafange são engenheiras e atuam na Universidade Santo Amaro (Unisa). Cristina é responsável pela coordenação dos cursos de Engenharia Ambiental e Gestão Ambiental; e Daniele é atualmente coordenadora da graduação de Engenharia Civil da Unisa.  

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Grandes usinas em geração distribuída: crescimento e desafios futuros

Por Marcelo Abuhamad

A emergência e o fortalecimento das grandes usinas solares na geração distribuída (GD) no Brasil marcam uma nova era no panorama energético nacional, especialmente nos anos de 2022 e 2023, com grande otimismo para 2024 e 2025.

Este período, caracterizado por um crescimento sem precedentes, reflete o compromisso do País com a sustentabilidade e a transição para fontes de energia mais limpas e renováveis. Atualmente, a geração própria de energia solar possui mais de 27 gigawatts (GW) de potência instalada em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos no Brasil, com mais de 3,4 milhões de unidades consumidoras atendidas pela tecnologia fotovoltaica e R$ 135,5 bilhões em novos investimentos.

Incentivadas por políticas governamentais favoráveis e por uma crescente demanda por alternativas energéticas sustentáveis, as usinas de geração distribuída de maior porte têm desempenhado um papel vital na reconfiguração da matriz energética brasileira.

O investimento significativo em tecnologia de ponta e infraestrutura avançada têm sido um dos pilares para o sucesso desses empreendimentos, permitindo não apenas atender à demanda crescente por energia elétrica de maneira eficiente, mas também contribuir para a redução das emissões de carbono. Essa expansão tem sido um vetor importante para a diversificação energética do Brasil, promovendo a redução da dependência de fontes fósseis e mitigando os impactos ambientais associados à sua exploração.

Contudo, o cenário promissor enfrenta obstáculos que podem comprometer a trajetória de crescimento dessas usinas. A transição das regras de geração distribuída (GD1 para GD2) representa um dos principais desafios, alterando significativamente o quadro de incentivos e subsídios que sustentaram a expansão desses projetos. As mudanças nas políticas de compensação da energia solar gerada podem afetar a atratividade e a rentabilidade desses projetos, exigindo uma reavaliação estratégica por parte dos investidores e operadores do setor.

Além disso, a iminente revisão da tarifação pelo uso da infraestrutura da rede elétrica (a “tarifa do fio”) a partir de 2029 introduz uma camada adicional de incerteza. Também a evolução tecnológica, especialmente a adoção de redes inteligentes (smart grids), demanda uma atualização dos modelos de remuneração, o que pode redefinir a viabilidade econômica das usinas solares de grande porte na GD.

Diante desse cenário complexo, é imperativo que os stakeholders do setor energético solar se mantenham vigilantes e proativos. A adoção de estratégias para mitigar riscos, diversificar portfolio de investimentos e buscar incessantemente por inovações operacionais e tecnológicas são passos cruciais para assegurar a sustentabilidade e competitividade desse segmento. A capacidade de adaptação às novas regulamentações e às mudanças do mercado será um diferencial importante para o sucesso a longo prazo.

Portanto, as grandes usinas solares de geração distribuída no Brasil estão diante de uma conjuntura desafiadora, mas também de oportunidades. O período de crescimento acelerado vivenciado entre 2024 e 2025 destaca o potencial do País como líder em energia solar na América Latina. No entanto, a resiliência e a inovação serão fundamentais para navegar pelos desafios regulatórios e tecnológicos iminentes, garantindo que o setor continue a contribuir significativamente para o objetivo de um futuro energético sustentável e diversificado no Brasil.

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 Impactos da Endometriose na saúde emocional da mulher

O avanço de casos de endometriose entre as mulheres, abre portas para um debate importante sobre a saúde feminina e a necessidade de um acompanhamento periódico para detecção precoce da doença, facilitando o controle dos sintomas e evitando outras complicações clínicas.

Além disso, existe um aspecto da psicossomática relacionada a este problema que nos aponta para possíveis sofrimentos emocionais desencadeantes.

Muitas mulheres relatam dores constantes no ato sexual. Um dos principais motivo que as levam a buscar ajuda médica. Mas o que vem a ser a endometriose? É uma doença do espectro ginecológico que aparece na idade reprodutiva.

É uma condição muito dolorosa e pode causar sérias dificuldades , pois o tecido uterino (endométrio) ao crescer fora do local correto, afeta a estrutura fisiológica do órgão reprodutor feminino gerando muito incômodo, cólicas e sangramentos intensos, levando inclusive à necessidade de uma intervenção cirúrgica ou até mesmo, à infertilidade.

Trazendo para o campo emocional, essa doença além de todas as complicações físicas já citadas, também pode ter causas psicológicas relacionadas à insegurança, frustração, ressentimentos, desapontamentos e tristeza. Principalmente em mulheres muito ativas e independentes que direcionam sua energia para o trabalho, cujas prioridades incluem o crescimento na carreira e absorção de benefícios materiais. É uma forma do corpo sinalizar que é preciso desacelerar e valorizar sua própria essência feminina.

Também podemos associar a esse diagnóstico, a falta de confiança nos relacionamentos, a ansiedade elevada, o excesso de busca por perfeccionismo e a propensão à insatisfação constante. Toda essa análise está relacionada à psicossomática, na qual algumas doenças do corpo humano se desenvolvem devido a um certo modo de pensar, uma certa ilusão ou emoção e que na maioria das vezes são emoções negativas, pensamentos, atitudes e bloqueios, como medo, raiva, agressão, desespero, etc.

Porém, apesar de todo o fundo emocional atrelado à endometriose, o quanto antes for diagnosticada e tratada, melhor serão os resultados. E dentro de todo esse contexto, a psicoterapia pode ajudar e muito, no mergulho ao centro de si, para que a mulher acometida por essa doença, possa descobrir e compreender a causa psicológica de tanto sofrimento.

Já que as doenças físicas nos colocam em contato com nossas pendências e fraquezas, e assim nos possibilitam uma autoanálise, que por sua vez é o primeiro passo de uma caminhada na busca da transformação pessoal e íntima das nossas atitudes e pensamentos perante a vida.

Enfim, as pesquisas reforçam que a informação sobre o tema é muito importante para desmistificar os preconceitos e incertezas em relação a doença. O diagnóstico precoce é fundamental para alertar as mulheres da importância na busca pelo cuidado com seu corpo e com as questões intimas que, muitas vezes, são negligenciadas devido à urgência da vida cotidiana e das muitas funções da mulher contemporânea.

Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Possui especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. 

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Importância de sair da “zona de conforto” e arriscar na vida

Por Andréa Ladislau

Viver uma vida tranquila, sem agitações de mudanças ou o enfrentamento de desafios, é o que muitas pessoas buscam para conseguir se desenvolver de maneira segura. A grande questão é que, nem sempre estar na “zona de conforto” significa estar tranquilo.

 Na verdade, na maior parte das vezes, não é mesmo. Quando estamos dispostos a enfrentar os desconfortos da mudança, somos compelidos a remexer em nossas “bagunças”, em nossos apegos e em nossas fraquezas.

Mas, como trabalhar nossos vínculos e nossas relações com o outro e com a vida em si, saindo da “zona de conforto” e arriscando novos sentidos para nossa caminhada?

A primeira coisa é refletir: você é feliz? está satisfeito em seu relacionamento, em seu trabalho ou em outros aspectos de sua vida?

Analisar se você fica onde está hoje, porque é bom ou porque não está disposto a pagar o preço de olhar e revisitar antigos padrões que, provavelmente, o limitam no crescimento e no autoconhecimento.

Quando entendemos que vivemos em uma “zona de conforto”, fica fácil perceber que ela é, nada mais, nada menos que uma verdadeira máscara para nossos medos.

A “zona de conforto” é a verdadeira “zona de desconforto” quando podemos perceber as limitações comportamentais e emocionais que ela nos impõe.

Os benefícios de descobrir essa dinâmica e colocar em prática a busca por novos caminhos, novos modelos que poderão levar a resultados diferentes, seja na vida pessoal, relações interpessoais, vida acadêmica, corporativa, ou em qualquer outro campo da vida, são inúmeros, por exemplo:

· Estimula o autoconhecimento;

· Auxilia no enfrentamento de indecisões, inseguranças e/ou infelicidades;

· Ajuda a sair de situações incômodas;

· Promove o combate aos apegos;

·Cria e fortalece relações saudáveis; provoca o entendimento do equilíbrio mente, corpo e espírito

·Ajuda na construção da maturidade e inteligência emocional.

Portanto, descartar apegos do passado que, muitas vezes são desenvolvidos na infância e podem afetar, consideravelmente, nossos relacionamentos e interações comportamentais na vida adulta, é a principal mola de partida para fugir da “zona de conforto”.

Esse novo jeito de pensar e de se enxergar, pode promover a ruptura e, aos poucos, colocar luz no que o indivíduo pensar ser, para renascer quem ele tem potencial para ser.

Fugir disso é se entregar às máscaras que impedem o crescimento pessoal e o fortalecimento da inteligência emocional que auxilia no gerenciamento de emoções e no bem estar físico e mental de cada um.

Psicologicamente falando, podemos afirmar que: a vida adulta é bem menos adulta do que parece.

Ela é pilotada por restos e rastros da infância, cheia de apegos e crenças limitantes que ficam enraizadas. Tornar maduro, portanto, é encarar os desafios para aprender a pilotar a vida a partir do presente, longe de uma “zona de conforto” que engana e revive apegos e recompensas que nos moldaram na infância.

Enfim, precisamos sair de nossa visão limitada de nós mesmos e da vida, para conseguir enxergar a dimensão de nosso próprio tamanho e de nossa capacidade.

Arriscar e se permitir mudar é a grande oportunidade que temos de descobrir nosso tamanho real, para retornar com outro vigor e mais renovado para enfrentar as curvas da estrada da vida.

Ou seja, existem muitas outras perspectivas fora da “zona de conforto”, basta estarmos dispostos a ver e provocar mudanças internas.   

     Dra. Andréa Ladislau  / Psicanalista

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Inteligência Artificial: A Chave para Vitória nas Eleições

Por Marcelo Senise

Dominando o Futuro: Como a Inteligência Artificial Revolucionou Minhas Campanhas Políticas e me Levou a Tantas Vitórias

Como um marketeiro apaixonado pela vanguarda da tecnologia, minha jornada com a inteligência artificial (IA) começou em 2018, quando mergulhei de cabeça em uma plataforma revolucionária chamada Scopo. Desde então, cada campanha eleitoral que empreendi tem sido marcada por uma série de vitórias imparáveis.

A experiência tem sido verdadeiramente transformadora. A capacidade da IA de desvendar os mistérios do eleitorado e traduzi-los em estratégias políticas eficazes é simplesmente fascinante. Com cada eleição, mergulhamos mais fundo nos dados, descobrindo padrões sutis e nuances que antes passavam despercebidas.

Com uma formação acadêmica sólida como sociólogo, especialista em comportamento humano, e posteriormente uma imersão no mundo do marketing político, posso afirmar com convicção que a integração da tecnologia com minha base teórica foi a chave para meu destaque e respeito nacional como profissional. A compreensão profunda das nuances do comportamento humano, aliada à capacidade de utilizar a inteligência artificial de forma estratégica, não apenas me permitiu compreender o eleitorado em um nível mais profundo, mas também me capacitou a antecipar e responder às suas necessidades de maneira inovadora e eficaz. Essa combinação única de habilidades tem sido fundamental para o meu sucesso e reconhecimento no cenário nacional.

O poder da segmentação de eleitores, por exemplo, é uma ferramenta que mudou completamente o jogo para nós. Não se trata mais de lançar uma rede ampla e esperar pegar alguns peixes. Com a IA, podemos mergulhar nas águas mais profundas e identificar os peixes certos – aqueles que estão mais propensos a apoiar nossa causa e defender nossos valores.

E as previsões de resultados eleitorais? Bem, elas são como uma bola de cristal política, nos dando uma visão clara do futuro e nos permitindo ajustar nossas velas para navegar com confiança rumo à vitória.

Mas a verdadeira magia acontece quando combinamos a IA com nossa criatividade e visão estratégica. É aí que a mágica acontece. Personalizando mensagens, otimizando anúncios, detectando tendências – a IA é como um parceiro de brainstorming infinitamente inteligente, sempre pronto para nos inspirar e desafiar a pensar fora da caixa.

E então, há essa sensação de estar sempre um passo à frente. Enquanto outros estão correndo para pegar o trem da última tendência, nós já estamos navegando nas águas tranquilas do próximo horizonte. É uma sensação incrivelmente gratificante, saber que estamos moldando ativamente o curso da história política e pavimentando o caminho para um futuro mais inteligente e engajado.

Portanto, para mim, a escolha de abraçar a IA nas eleições e no marketing político não é apenas óbvia – é uma questão de paixão e propósito. É uma jornada que empreendo com orgulho e gratidão, sabendo que cada campanha é uma oportunidade de transformar ideias em realidade e visões em vitórias. E com a IA ao meu lado, sei que o céu é o limite.

Marcelo Senise – Idealizador do Instituto Brasileiro para a Regulamentação da Inteligência Artificial, Sócio Fundador da Comunica 360º, Sociólogo e Marqueteiro, atua a 35 anos na área política e eleitoral, especialista em comportamento humano, e em informação e contrainformação, precursor do sistema de analise em sistemas emergentes e em Inteligência Artificial.

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Congresso e sociedade civil podem reerguer o Brasil

Por Samuel Hanan

Com muita frequência, a grande imprensa tem noticiado os desmandos de um número significativo de pessoas detentoras do poder no Brasil. Entretanto, o comportamento da grande mídia desperta no cidadão comum dois sentimentos opostos. Um é a satisfação de ver a imprensa cumprindo seu papel democrático de divulgar os fatos mais relevantes do País. O outro, oposto, é o gosto amargo da tristeza por não haver cobrança das insubstituíveis investigações, conclusão das apurações e punições àqueles que cometerem desmandos, em desobediência às leis do país.

É nítido que falta à parte da grande imprensa e dos membros do Congresso Nacional manifestações de indignação com os desmandos. Não cabe mais à sociedade civil simplesmente tomar conhecimento dos desmandos e adotar a postura do desapontamento silencioso. Martin Luther King (1929-1968), líder do movimento em defesa dos direitos civis nos Estados, certa vez deixou claro que a omissão é mais próxima da conivência e da cumplicidade do que do simples silêncio.

O Brasil assiste, há tempos, a absurdos caracterizados por comportamentos antiéticos, imorais e ilegais, causadores de prejuízos bilionários ao país, inclusive com indícios de crimes contra a administração pública. Na mesma proporção, é preocupante vermos os jovens brasileiros receberem essa informação pelos meios de comunicação e concluírem que, no Brasil, a honestidade não é valorizada e que o crime compensa.

É o marco inicial da degradação de uma sociedade e o comprometimento do futuro. 

Diante desse quadro, a juventude se questiona: Corrupção é meio de vida? Corrupção é permitida? Vale a pena ser honesto se isso pode representar vergonha e representar uma vida cheia de dificuldades? Estamos revivendo o que o grande advogado, político e diplomata Rui Barbosa (1849-1923) afirmou no século passado: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” O mesmo Rui Barbosa deixou um conselho, infelizmente ignorado: “Quem quiser ficar rico que fique longe da vida pública”.

A decadência moral veio acompanhada do agigantamento da máquina pública, a ponto de o setor não caber mais no PIB. Para efeito de comparação, em 2002, último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso, os gastos públicos (gastos primários) corresponderam a 14,7% do PIB. Agora, em 2023, alcançaram 19,3% do PIB. Ou seja, em 21 anos houve crescimento de 31,3%, enquanto a população brasileira, no mesmo período, aumentou 13%.

O número de servidores federais cresceu 35% em apenas 15 anos, no intervalo de 2001 a 2015. Era 530.662 e subiu para 716.521. Percentualmente, foi quase o dobro do que cresceu a população brasileira no mesmo período (18,82%).

Consequentemente, isso contribuiu para os gastos do setor público que, nessa mesma década e meia, passaram de R$ 205 bilhões/ano para R$ 1,154 bilhão/ano, em valores nominais. Se corrigido pelo IPCA, o primeiro valor chegaria a R$ 547 bilhões/ano. O excesso representa um aumento sem justificativa de nada menos que R$ 607 bilhões/ano, acima da inflação no período.

A torneira nunca é fechada. De 2001 a 2015, os gastos tributários da União, referentes às renúncias fiscais feitas através do Sistema Tributário, aumentaram 2,94 vezes, passando de 1,47% do PIB para 4,33%. E não parou nisso. Em 2023, já representava 4,80% do PIB. O aumento total, portanto, foi de 3,36% do PIB, o correspondente a R$ 350 bilhões/ano. Ou seja, mais que triplicou.

Além disso, ao longo do tempo, a máquina pública foi sendo alimentada pela concessão de seguidos privilégios e remunerações cada vez maiores. Um funcionário público federal custa, em média, R$ 242,4 mil por ano, enquanto a renda média nacional, segundo o IBGE, é de apenas R$ 42,2 mil por ano. A discrepância é absurda.

Somem-se a isso poderes quase vitalícios concedidos a poucos e foro privilegiado concedido a muitos e temos o retrato de um país cada vez mais desigual, no qual os políticos gozam de qualidade de vida muito superior à daqueles que os elegeram. 

A prescrição beneficia, amiúde, detentores de cargos públicos processados por malfeitos no trato da coisa pública. É preciso invocar os ensinamentos do filósofo e teórico político italiano Nicolau Maquiavel (1469/1527), que sempre foi profético em relação aos regimes políticos, aos ditadores de todos os gêneros e aos desmandos dos políticos: “Um país cujas leis são lenientes e beneficiam bandidos não tem vocação para liberdade. Seu povo é escravo por natureza”. E mais. “Uma pátria onde receber dinheiro mal havido a qualquer título é algo normal, não é uma pátria, pois neste lugar não há patriotismo, apenas interesse e aparências”, escreveu também Maquiavel, que tanto tempo depois de sua morte ainda contribui para melhor entendimento do estágio atual do comportamento de alguns mandatórios dos últimos 30 anos e do povo brasileiro.

Há exemplos recentes de abusos em diferentes esferas. Um deles é o Poder Judiciário que, para cumprir seu importante dever constitucional consome 1,61% do PIB, 3,6 vezes mais que o Reino Unido (0,44%), 4,2 vezes mais que a Espanha (0,38%) e a Alemanha (0,38%), e 6,4 vezes mais que a França (0,25%), todos países de maior expressão econômica. O custo do Judiciário para o Brasil é 4,3 vezes mais alto que a média dos 37 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que consomem apenas 0,37% do PIB com essa despesa. Essa diferença significa, para o Brasil, o extraordinário desperdício anual de R$ 131 bilhões.

Aliás, todo o sistema de Justiça brasileiro é caro. Recentes matérias na imprensa (jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo) mostram que por arranjos corporativos e penduricalhos, juízes e promotores comprometem adicionalmente gastos de R$ 9,30 bilhões/ano. Para muitos deles, o teto constitucional de R$ 41,6 mil/mês é apenas uma referência porque recebem vencimentos que chegam até a R$ 200 mil/mês, praticamente 57 vezes a renda média mensal do trabalhador brasileiro (R$ 3.517,00).

É natural que esse quadro cause indignação, assim como inconformismo com o fato de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão monocrática, suspender a aplicação de multas relativas a acordos de leniência firmados pelas empresas J&F e Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato, com valores de R$ 10 bilhões e R$ 3,8 bilhões, respectivamente, face a atos de corrupção confessados por seus controladores, que foram condenados, tiveram suas penas reduzidas graças a esses acordos, e posteriormente foram libertados.

O Brasil pode melhorar muito apenas fazendo a lição de casa. Estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo (05/02/2024) indica que a economia brasileira poderia crescer 6 pontos percentuais a mais se os índices de criminalidade fossem reduzidos a níveis próximos da média mundial. A nação também poderia poupar perto de 2,0% do PIB se houvesse redução da corrupção, segundo estudos da Fiesp, da CNI e de organismos internacionais. Não é só. Caso fossem reduzidos os privilégios e os custos do gigantismo da máquina pública (3%), das renúncias fiscais (4,8%), e da corrupção (2%), seria possível ao país poupar quase 10% do PIB. Reduzindo em apenas 50% esses excessos injustificáveis, o país teria à disposição para investimentos montante superior a R$ 520 bilhões/ano (5% do PIB).

É perfeitamente factível ao Brasil promover o crescimento sustentável do PIB e mantê-lo em nível superior a 4% por ano. Isso significaria condições de geração de mais empregos e renda, maiores investimentos e o estancamento do aumento anual do endividamento público. 

Ainda há tempo de os jovens brasileiros serem salvos. Mas para isso são fundamentais vontade política e comportamento ético, porque o Brasil já possui todas as demais qualificações.

Um bom começo seria realizar forte investimento em educação, com obrigatoriedade do ensino fundamental em tempo integral, e mudanças legislativas para endurecer as leis de combate à corrupção, à violência urbana e aos acidentes fatais no trânsito, tornando também as punições mais efetivas.

Nada disso se concretizará, entretanto, sem a mobilização da sociedade civil e sem o comprometimento dos membros do Congresso Nacional. Tarefa difícil, reconheça-se, porque a redução de privilégios sempre encontra forte e organizada resistência. Como disse o economista e cientista político norte-americano John Kenneth Galbraith (1908/2006), “as pessoas com privilégios preferem arriscar a sua própria destruição, a perderem um pouco de sua vantagem material”.

É preciso, portanto, muito esforço. E, principalmente, jamais deixar de acreditar que é possível.

**Samuel Hanan é engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002). Autor dos livros “Brasil, um país à deriva” e “Caminhos para um país sem rumo”.

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Remuneração variável: como implementá-la para motivar equipes e impulsionar resultados

Por Virgilio Marques dos Santos

No universo da gestão, onde análises e decisões formam o cerne de nossas atividades diárias, a introdução de um sistema de remuneração variável surge como um desafio intrigante. Esta não é apenas uma questão de números, mas uma estratégia que pode alinhar objetivos, motivar equipes e impulsionar resultados.

Iniciar essa jornada requer compreender a psicologia humana tanto quanto os números. A remuneração variável, quando bem estruturada, atende a uma necessidade fundamental: o reconhecimento. Segundo Frederick Herzberg, em Teoria dos Dois Fatores, enquanto fatores higiênicos evitam a insatisfação, são os fatores motivacionais que impulsionam a satisfação e a produtividade no trabalho.

Um sistema de remuneração variável bem implementado fala diretamente a esses motivadores, incentivando não apenas o desempenho individual, mas também promovendo uma cultura de unidade e esforço coletivo. A remuneração variável pode transformar o ambiente de trabalho, alinhando metas pessoais com objetivos organizacionais.

Mas como o profissional pode ser um agente contribuinte para a implementação da remuneração variável? Vamos a algumas dicas.

Traga exemplos inspiradores

Nada convence mais do que o sucesso. Se for trazer a ideia para a liderança, use exemplos para demonstrar como o sistema pode ser adaptado a diferentes contextos, especialmente aqueles similares ao da sua empresa. A análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats), por exemplo, pode ser uma ferramenta valiosa para apresentar os potenciais pontos fortes, oportunidades, fraquezas e ameaças desse sistema, mostrando que você tem uma visão abrangente e estratégica.

Aprendi com o meu pai que negócio nenhum é bom se eu ganhar sozinho. A definição de bom negócio passa por todos ganharem. Sobre esse valor que me acompanha desde a infância, fiquei inspirado a construir o sistema de remuneração da FM2S. E isso, sem dúvida, foi um dos fatores fundamentais para o nosso crescimento.

Fale a linguagem dos números

A comunicação persuasiva é importante, mas sabemos que os números também são essenciais. Prepare uma projeção financeira detalhada, mostrando como a remuneração variável pode impactar positivamente os resultados da empresa. Mostre como esse sistema pode aumentar a eficiência, reduzir custos e impulsionar a produtividade. Use gráficos, tabelas e qualquer outro recurso visual que possa transformar dados complexos em informações claras e convincentes. Lembre-se: seu objetivo é mostrar que, além de alinhar interesses, a remuneração variável é um investimento inteligente.

Neste contexto, é importante mostrar o retorno potencial de cada real investido nesse tipo de remuneração. E, para tranquilizar, atrele esse retorno às metas, e não ao percentual de comissão. Deve-se ganhar mais os colaboradores que elevam o patamar de resultados da empresa, não aqueles que dão sorte por aproveitarem bons meses.

Antecipe objeções e se prepare para o diálogo

A resistência faz parte de qualquer proposta de mudança. Esteja preparado para responder a possíveis objeções, seja sobre a viabilidade, a complexidade de implementação ou a justiça do sistema. Tenha em mente que cada preocupação é uma oportunidade para reforçar seu argumento, oferecendo soluções e alternativas. Mostre que você não apenas entende as potenciais dificuldades, mas também tem planos concretos para superá-las.

Para isso, conversas informais com quem já implementou ou até com os próprios gestores podem trazer luz sobre pontos polêmicos. E, debruçando com calma sobre eles, terá argumentos prontos para desconstruí-los. Como disse anteriormente, o melhor sistema é o de metas que são acordadas todo início de mês – sejam ações, indicadores ou projetos, mas que devem exigir esforço para rever o processo e implementá-lo corretamente.

Crie um plano de ação detalhado

Uma ideia, por mais brilhante que seja, só ganha vida com um plano de ação bem estruturado. Desenvolva um roteiro detalhado para a implementação da remuneração variável, incluindo prazos, etapas, responsabilidades e métricas de avaliação. Demonstre que sua proposta não é apenas teórica, mas um plano de ação viável e bem pensado, pronto para ser colocado em prática.

E, obviamente, torne nítido o caráter de teste do programa. Faça um piloto, isto é, uma implantação em pequena escala e com uma área restrita da empresa. Isso trará inúmeros benefícios ao evidenciar se os resultados potenciais realmente mostraram-se reais. E também trará informações importantes sobre fatos não previstos que agora podem ser selecionados.

A implementação de um sistema de remuneração variável exige persuasão, preparação e precisão. Com os argumentos certos e um plano de ação claro, você pode transformar essa ideia em uma realidade benéfica para todos, alinhando as metas dos colaboradores com o crescimento sustentável da empresa.

Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

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Kanye West revela diagnóstico de Transtorno Bipolar

Por Andréa Ladislau

Não é de hoje que o rapper americano Kanye West sofre com efeitos do Transtorno Bipolar. Em 2016, após uma bateria de exames, o ex-marido de Kim Kardashian, foi diagnosticado com o transtorno. Porém, nos últimos dias ele afirma que sofre por ser estigmatizado com problemas mentais. Mas o que é o Transtorno Bipolar e quais os impactos no dia a dia de um indivíduo?

A condição atribuída ao cantor pode ser definida por uma constante montanha russa emocional. É uma condição psiquiátrica marcada pela alternância entre episódios de depressão e euforia, também conhecido como mania ou hipomania. 

Consiste em episódios de mania e depressão, separados por períodos de humor normal e afeta cerca de 60 milhões de pessoas em todo o mundo. Os episódios de mania envolvem humor elevado ou irritado, excesso de atividade, pressão de fala, autoestima inflada e uma menor necessidade de sono. É uma doença recorrente, crônica e grave, com comorbidades e que aumenta o risco de suicídio, além de ser extremamente prejudicial para o desenvolvimento social e profissional dos pacientes.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, é a sexta causa de incapacidade e a terceira entre as doenças mentais, após depressão unipolar e esquizofrenia. O paciente diagnosticado com TB pode apresentar períodos assintomáticos entre os episódios e as crises podem variar de intensidade, frequência e duração.

Por ser uma condição crônica, o transtorno requer gerenciamento contínuo e especializado. O tratamento visa controlar os sintomas, prevenir recaídas e melhorar a qualidade de vida. Engana-se quem pensa que o paciente não consegue ter qualidade de vida, uma vez diagnosticado é importante buscar o acompanhamento imediato, uma vez que entender o TB é dar um passo crucial para construir pontes de compreensão e apoio.

A jornada pode ser desafiadora, mas com educação, tratamento adequado e uma rede apoio adequada é possível trilhar caminhos de saúde emocional eficaz e duradoura.

Portanto, o mais importante é encarar o processo permitindo-se o autocuidado e a desaceleração, para compreender os seus limites dentro da nova realidade. Isso faz toda a diferença para adaptar-se ao processo de tratamento, visto que, com o acolhimento adequado e apoio de especialistas de saúde mental é possível levar uma vida plena. Compreender suas emoções, buscar ajuda profissional e construir uma rede de apoio são passos importantes para o equilíbrio físico e emocional. 

Enfim, o diagnóstico precoce do Transtorno Bipolar não é uma sentença, mas ele é essencial para desmistificar estigmas e promover a empatia. O TB não define uma pessoa, mas sim, é uma parte da sua jornada.

E é por isso que é muito importante buscar a ajuda aos primeiros sinais de que algo está errado e auxiliar na ampliação do diálogo sobre a saúde mental, para desfazer tabus e construir “cura” através de apoio, autoconhecimento e informação de qualidade.

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Estigma “zero” como meta, no Dia Mundial da Obesidade

Por Alexandre Gaducchi

A Organização Mundial da Saúde, OMS, há quatro anos instituiu a data de 04 de março como efeméride em apoio à conscientização de um problema de saúde pública planetário, que é a obesidade. Segundo a OMS, o mundo tem cerca de 1 bilhão de obesos, 650 milhões são adultos, 340 milhões adolescentes e 39 milhões são crianças, o que torna a conjuntura ainda mais preocupante. As causas da obesidade, segundo inúmeros estudos que vêm sendo realizados há décadas, são compostas por múltiplos fatores, que vão desde a questão genética até as ambientais.

O peso do estigma  

A falta de uma visão sistêmica em torno do problema, inclusive das redes de cuidados com a saúde, é um dos pilares para outro problema, que vem compondo o ecossistema da obesidade, na conjuntura social. Trata-se do estigma, espécie de ‘selo desqualificante’ socialmente e que vê a obesidade uma questão individual, sem levar em conta os demais fatores já identificados nos estudos. O encadeamento desses elementos, somado à estigmatização dos indivíduos, pode elevar em 32% o risco de desenvolvimento de uma depressão, se comparados a pessoas que não são classificadas como obesas.

Um estudo recente da Current Obesity Reports (2023), periódico focado nos temas em torno da questão da obesidade planetária, aponta que os efeitos do estigma, do preconceito e da desinformação em relação à obesidade causam muitos transtornos psicológicos às pessoas desse grupo. Uma grande meta-análise recente sintetizando 105 estudos, incluindo dados sobre 59.000 participantes, descobriu que o estigma percebido da obesidade entre os indivíduos foi associado significativamente à piora de saúde mental, sugerindo que os efeitos da estigmatização sobre o obeso são mais insidiosos mentalmente, do que a obesidade, em si.

O efeito é maior sobre as pessoas mais pobres ou menos favorecidas intelectualmente. A questão comportamental e no contexto social também afetam a autoimagem do obeso, que muitas vezes cria uma espécie de auto estigma, impactando  ainda mais, sua saúde mental e por consequência, a física. Ansiedade, autoestima baixa, auto depreciação, por exemplo, podem ser “gatilhos” emocionais para que um obeso desconsidere os cuidados com sua saúde e some mais esses problemas à cadeia produtiva da obesidade, que, reitero, é multifatorial, incluindo causas genéticas e sociais.

Estigma em dose dupla

A prevalência do sobrepeso e obesidade também afeta as pessoas que vivem com HIV nos dias atuais. Isso ocorre por causa da heterogeneidade da população mundial. No início da epidemia, entretanto, a perda de peso era associada à infecção e havia o estigma sobre o indivíduo de aspecto “fraco e magro”. Também aqui as questões emocionais, o estigma ou a auto estigmatização podem ser fatores associados à obesidade e sobrepeso desse público.  O uso dos antirretrovirais, questões emocionais ligadas a este recorte social, como a falta de orientação nutricional adequada e sem exercícios físicos, bem como a longevidade conquistada com os avanços no tratamento da infecção, são fatores que contribuem para o aumento da gordura corporal. Estudos pontuais revelam percentuais entre 15,9-42% de sobrepeso e 0-24% de obesidade em diferentes continentes entre os que fazem uso dos medicamentos classificados como antirretrovirais. Esses múltiplos fatores trouxeram, com o aumento da expectativa de vida, o aparecimento das comorbidades típicas do envelhecimento, além da possibilidade de alterações lipídicas e glicídicas que favorecem as alterações no peso corporal.

Estigma zero é a meta

A síntese da pesquisa é a de que haveremos de olhar para esses tempos com vergonha do que fizemos em relação aos reforços no estigma sobre o obeso. Preconceitos, discriminação ou segregação são comportamentos derivados de uma sociedade sem educação para entender as diferenças entre indivíduos. Certamente devem ser combatidos com informação, educação e inclusão. A empatia é a amálgama para quaisquer circunstâncias, e serve muito bem no contexto da vida de pessoas com o diagnóstico da obesidade.

Minha mensagem neste dia é que tenhamos esse acolhimento e muita empatia, para que no futuro, possamos ter superado a conjuntura planetária, as questões genéticas, mas com a alegria de viver, independentemente do seu peso.

Sobre o autor

Alexandre Gadducci é professor de educação física, pesquisador e doutor em Ciências da Gastroenterologia pela Faculdade de Medicina da USP, especializou-se nos cuidados a pessoas com obesidade no pré e pós cirurgia bariátrica.

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Reflexões da Quaresma: Uma Nova Perspectiva sobre a Jornada Espiritual

Por Julio Take

    Na época da Quaresma, somos convidados a refletir sobre nossas vidas, nossas escolhas e nossos valores. É um período de introspecção, de renovação espiritual e de busca por um caminho mais significativo e autêntico. No entanto, será que estamos realmente absorvendo a essência e a mensagem central transmitida por esse período tão importante?

    A Quaresma, historicamente associada à penitência, ao sacrifício e à renúncia, pode ser vista sob uma nova luz quando consideramos a complexidade e a diversidade das experiências humanas. Em vez de nos limitarmos a práticas tradicionais, podemos ampliar nosso entendimento sobre o que significa verdadeiramente buscar a transcendência e a conexão espiritual.

    Uma abordagem mais contemporânea e inclusiva da Quaresma poderia envolver não apenas a privação material, mas também a reflexão profunda sobre questões sociais, ambientais e políticas que afetam nossa sociedade. Em vez de nos concentrarmos exclusivamente em nossos próprios desafios individuais, podemos estender nossa compaixão e solidariedade aos outros, promovendo a justiça e a igualdade em um mundo marcado pela desigualdade e pela injustiça.

    Ao olharmos para além das tradições estabelecidas e nos abrirmos para novas perspectivas, podemos transformar a Quaresma em uma jornada coletiva de crescimento e transformação. Em vez de nos contentarmos com respostas fáceis e confortáveis, podemos abraçar a complexidade e a ambiguidade da experiência humana, buscando sempre a verdade e a autenticidade em nossas reflexões e ações.

    Portanto, convido você, caro leitor, a se juntar a mim nessa jornada de descoberta e renovação espiritual. Vamos desafiar as convenções, questionar as certezas e explorar novos horizontes de significado e propósito. Que esta Quaresma seja não apenas um período de reflexão, mas também de ação transformadora e de compromisso com um mundo mais justo, compassivo e solidário.

    Que nossas reflexões sejam profundas, nossas ações sejam impactantes e nossa jornada espiritual seja verdadeiramente enriquecedora. Em meio às incertezas e desafios de nosso tempo, que possamos encontrar na Quaresma não apenas um momento de recolhimento, mas também de renovação e esperança para um futuro mais luminoso e promissor.

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    Gestão de Escolas Sem Fins Lucrativos: o que você precisa saber

    Por Vanessa Ruffa Rodrigues

    Considerando que a gestão de uma escola sem fins lucrativos não é tarefa exclusiva de um Presidente Estatutário, deve-se ter em mente que gestão é processo diário, contínuo, mutante e que envolve as mais diversas áreas de uma entidade que atua na área educacional: desde a gestão financeira até a gestão de pessoas, passando pela Gestão de Certificados (com ou sem benefícios fiscais), Parcerias com o Poder Público, sem esquecer dos diversos tentáculos do Compliance (incluindo-se o Fiscal e o Digital), independentemente do porte da pessoa jurídica.

    Neste cenário, não podemos imaginar uma profícua gestão sem vislumbramos suas boas práticas através do viés preventivo que deve acompanhar “o CNPJ” desde seu embrião, ou seja, qual a melhor roupagem jurídica para a minha instituição: Associação ou Fundação. Este questionamento deve ser feito antes mesmo da criação da instituição.

    Com o nascimento do CNPJ a gestão terá seu pontapé inicial, invariavelmente, com a redação adequada do Estatuto Social, vale dizer, de um Estatuto que se adeque à realidade da instituição (especialmente com objetivo social muito bem delineado, com delimitação de escopo que, por óbvio, poderá ser alterado ao longo da jornada da instituição) e que ao mesmo tempo não seja tão enxuto, mas não tão longo a ponto de causar celeuma e confusão especialmente perante o Poder Público (exemplos: Fiscalizações Tributárias, renovação de Certificações e Prestação de Contas). Engana-se quem pensa que esta melodia para por aqui: o site da instituição, o Plano de Atividades e os Códigos de Atividade (do Cartão de CNPJ) deverão estar em harmonia com o Estatuto.

    Alie-se a isto ao fato de que Controles Internos, Governança Corporativa, Contabilidade, Jurídico, Controle de Provisões, Políticas de Diversidade e Inclusão, ESG, são ingredientes salutares para o sucesso da Gestão. 

    Outro fator importante, em termos de Gestão Preventiva, é a instituição decidir não ficar refém de uma única fonte de recursos. No Terceiro Setor temos inúmeras possibilidades de captação de recursos: Recurso Público (Parcerias Lei 13.019/2014), Doações de pessoas físicas e jurídicas, Prestação de Serviços, Venda de mercadoria, Recursos Internacionais, Fundos Patrimoniais (Lei 13.800/2009), Emendas Parlamentares, Títulos de Capitalização – Filantropia Premiável (Lei nº 14.332/2022), Locação de Imóveis e Receitas Financeiras (rol meramente exemplificativo). Contudo, é salutar que toda a receita seja reinvestida no mote de operação, da Instituição, nos termos do artigo 14, do Código tributário Nacional. 

    Em suma, gestão preventiva em qualquer organização envolve, acima de tudo, diagnosticar, planejar, desenvolver e acompanhar de modo a criar um ecossistema de círculo virtuoso de geração de valor.

    Dra. Vanessa Ruffa Rodrigues – Gerente da Consultoria Tributária/Terceiro Setor da Meira Fernandes Contabilidade e Gestão (maior consultoria especializada em Escolas/Universidades particulares do Brasil).

    Gerente da Consultoria Tributária/Terceiro Setor da Meira Fernandes Contabilidade e Gestão.

    Professora, Escritora e Palestrante. Docente na Escola Superior de Advocacia de São Paulo (ESA-SP), na Escola Aberta do Terceiro Setor e na SGP – Soluções em Gestão Pública. Palestrante na OAB/SP, na OAB/PA, na ALESP (ILP), na AGU e em Universidades (UNIFMU e Anhanguera). Presidente da Comissão do Terceiro Setor da Subseção Pinheiros (São Paulo – SP – 2022 – 2024).

    Membro Efetivo da Comissão Especial de Privacidade e Proteção de Dados da OAB/SP (2022 – 2024). Membro da Comissão de Igualdade Racial da Subseção Pinheiros (São Paulo – SP – 2022 – 2024). Coordenadora de Atualização Legislativa para Assuntos do Terceiro Setor (OAB/SP – 2013/2018). Relatora da 3ª Câmara de Benefícios da CAASP (2022-2024).

    Graduada em Direito (FMU). Especialista em Direito Tributário (Mackenzie). Extensão em Direito Tributário e Societário (FGV). Extensão em Tributação do Setor Comercial (FGV). MBA em Gestão de Tributos e Planejamento Tributário (FGV). Compliance Digital (Mackenzie).

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    Alerta: crianças menores e o vício em celular e tecnologia

    Por Andréa Ladislau

    A dependência tecnológica precoce vem alarmando, cada vez mais, pais, educadores, médicos e profissionais de saúde mental. Atualmente, não raro, vemos o celular sendo manuseado por crianças abaixo de 5 anos.

    E, infelizmente, a tecnologia em si, tornou-se um “instrumento para acalmar ou distrair os filhos”, para que os pais possam trabalhar, socializar ou descansar. Como corrigir esse problema e como saber quando um simples lazer ou uma tentativa de “distrair” o filho, se transforma em um problema que deve ser levado a sério?

    A intensidade, frequência e duração do tempo de utilização da tecnologia por crianças e jovens, são fatores identificação dos excessos.

    A exposição ao celular em detrimento de brincadeiras lúdicas, ou mesmo do estudo e dedicação às tarefas escolares, pode levar a criança a se sentir incapaz de controlar ou de colocar um limite no tempo em que realiza a atividade.

    Além disso, o jogo ou celular passa a ser sua prioridade, acima dos interesses vitais, como: comer, dormir, descansar, higienizar, socializar, dentre outras rotinas cotidianas. Por fim, é muito comum perceber que, à medida que o vício se torna incontrolável, a pessoa começa a ter uma escalada de tempo crescente para tudo que é tecnológico.

    Pensando nas causas deste problema, ainda não temos uma causa específica e determinada, podendo ser um somatório de fatores. O fato de, alguns responsáveis, estarem ocupados demais, com mil tarefas e sem tempo para orientar, brincar e interagir com o filho, é uma delas.

    Com isso, a criança ou o adolescente cresce interiorizando uma carência afetiva. Claro que, a questão se torna muito subjetiva, pois pode ser por fuga da realidade, necessidade de se desafiar a todo instante – quando o assunto for games, procrastinação, baixa autoestima, dificuldades de autocontrole, impulsividade, deficiência comunicativa, déficit do manejo emocional, timidez em excesso, ansiedade, prejuízos cognitivos, entre outros.

    Porém, é uma porta de entrada para desenvolvimento do vício. Mas, assim como todo tipo de vício (drogas, alcoolismo, tabagismos, sexo, compras…) existe o fator recompensa cerebral. Um mecanismo biológico que provoca motivações para permanecer no vício. Isso acontece porque o neurotransmissor dopamina é liberado, provocando prazer imediato, favorecendo a permanência na atividade.

    E o que fazer? Substituir celulares, tecnológicos, por atenção, acolhimento e tempo de qualidade. Criar regras e não permitir o uso de celulares em escolas, limitando também o uso cotidiano. Para as crianças menos de 5 anos, não estimular a tecnologia em nenhuma hipótese. 

    Fornecer o lúdico e brincadeiras que propiciam interação com a família e outras crianças, é fundamental. No entanto, se a situação já estiver fora do controle, o mais comum é buscar a ajuda de um profissional de saúde mental. Ou seja, rotinas precisam ser criadas e determinadas regras para impedir o vício da utilização.

    Enfim, tanto a escola quanto a família podem, juntos, trabalhar a eficácia desse processo. A introdução do celular em crianças pequenas deve ser abolida e nas escolas a regra de “não utilização”, instituída. Portanto, a união dessa rede de apoio, aliada ao acompanhamento psicoterápico, se necessário, são muito eficazes no combate aos exageros.   

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    A importância dos mentores na vida de um profissional da Geração Z

    Já ouviu falar em mentor de carreira? Figura muitas vezes subestimada, é um conselheiro experiente e confiável que oferece sua sabedoria, conhecimento e vivência para o desenvolvimento de um jovem profissional. Não se trata apenas de um guia ou de um professor, mas de um colaborador que entende as nuances do ambiente corporativo e que está disposto a compartilhar seus insights valiosos.

    É como um farol de orientação e sabedoria para jovens profissionais, especialmente aqueles pertencentes à Geração Z. Sua relevância é inquestionável no desenvolvimento de carreiras bem-sucedidas.

    Para mim, a mentoria transcende a transferência de conhecimentos; é uma jornada compartilhada, em que mentor e mentorado crescem juntos, enfrentando desafios e celebrando sucessos.

    A importância do(a) mentor(a) na carreira

    A jornada profissional é repleta de desafios, decisões complexas e, muitas vezes, momentos de incerteza. Neste contexto, o mentor pode ajudar na oferta de orientação e suporte, o que pode clarear, por exemplo, processos importantes de tomadas de decisões. Em minha carreira, a orientação de mentores foi instrumental, pois me permitiu vislumbrar possibilidades que eu, sozinho, poderia não ter percebido.

    Ter um mentor também é um antídoto para angústias e ansiedades, que muitas vezes acompanham os primeiros passos em qualquer carreira. Na era digital, onde a informação é abundante e as expectativas são altas, os jovens profissionais podem se sentir sobrecarregados pelas opções e pressões. Um mentor, com sua experiência e perspectiva, pode oferecer clareza, reduzindo a cacofonia de conselhos conflitantes e ajudando a traçar um caminho claro e objetivo. No meu caso, lembro-me das vezes em que a orientação do meu mentor dissipou as nuvens de dúvida, permitindo-me enxergar além dos obstáculos imediatos.

    A história está repleta de exemplos de mentores famosos e seus discípulos, ilustrando a profundidade do impacto que essa relação pode ter. De Sócrates orientando Platão na antiga Grécia a Steve Jobs moldando a visão futurística de Mark Zuckerberg, essas parcerias provam que um mentor habilidoso pode elevar um talento bruto a alturas inimagináveis.

    Esses mentores não apenas transmitiram conhecimento; eles desafiaram, provocaram e, acima de tudo, acreditaram no potencial inexplorado de seus pupilos. Homens e mulheres de sucesso frequentemente atribuem suas conquistas ao suporte, insights e à fé que seus mentores depositaram neles, uma dívida inestimável que muitas vezes procuram honrar, tornando-se mentores para próximas gerações.

    Como encontrar o seu mentor(a)?

    Encontrar um mentor pode parecer uma tarefa desafiadora, mas é um processo mais acessível do que muitos imaginam. O primeiro passo é identificar o que você busca em uma mentoria:

    ● Aprimorar habilidades específicas?

    ● Ganhar insights sobre uma indústria?

    ● Desenvolver uma visão estratégica para sua carreira?

    Com esses questionamentos em mente, comece a procurar profissionais que não apenas possuam a experiência desejada, mas também demonstrem um comprometimento genuíno com o desenvolvimento de outras pessoas. Redes profissionais, eventos do setor e até plataformas de mídia social, como LinkedIn, são excelentes locais para iniciar sua busca. Em minha jornada, percebi que o mentor ideal é alguém cujos valores e estilo de liderança ressoam com os meus próprios.

    Uma vez que um potencial mentor é identificado, o próximo passo é abordá-lo de maneira respeitosa e profissional. É crucial ser claro sobre suas intenções e o que espera da mentoria. Lembre-se de que essa é uma via de mão dupla; pense também em como pode agregar valor ao seu mentor. Durante minha carreira, tive a honra de ser tanto aprendiz quanto mentor, e percebi que as relações mais frutíferas são aquelas onde ambas as partes se sentem engajadas e valorizadas.

    No Desafio Unicamp, por exemplo, criamos uma rede de mentores com o apoio de toda a comunidade Unicamp Ventures, formada por empreendedores que tinham vínculo com a universidade. Essa rede foi fundamental para ajudar os alunos no desafio de criarem uma empresa de base tecnológica a partir de tecnologia protegida pela Universidade.

    Como funciona o processo de mentoria?

    Criar um processo de mentoria eficaz é vital para o sucesso dessa relação. Isso envolve estabelecer metas claras, definir expectativas e manter uma comunicação regular. Uma abordagem estruturada, com reuniões periódicas e objetivos de curto e longo prazo, pode maximizar o aprendizado e o crescimento.

    Além disso, é essencial manter a flexibilidade, pois as necessidades e circunstâncias podem mudar ao longo do tempo. A transparência e a honestidade são cruciais; um mentor deve ser capaz de oferecer feedback construtivo, enquanto o aprendiz deve estar aberto a receber e agir de acordo com essas orientações.

    A relação mentor-aprendiz, baseada em respeito mútuo, comprometimento e troca de experiências, é mais do que uma parceria; é um pacto que nutre talentos e molda os líderes do futuro. Como jovens profissionais da geração Z, encorajo-os a buscar esses relacionamentos enriquecedores e, como mentores experientes, convido-os a compartilhar sua sabedoria. Juntos, podemos construir um futuro brilhante e mais bem preparado para os desafios que estão por vir.

    Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

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    O Brasil e a quarta chance de deixar a população mais rica

    Por José Antônio Puppio

    O Brasil é perseguido por uma sina de jogar fora as oportunidades. Sempre ouvimos falar que o Brasil é o país do futuro. Um futuro que nunca alcançamos. Vamos relembrar as chances perdidas.

    Primeira chance:. A primeira oportunidade perdida foi no governo de J. Kubitschek o plano ‘‘50 anos em 5’’ veio a implantação da indústria automobilística, construção de Brasília a ampliação da malha rodoviária, somente falava-se de Brasil gigante, mas com os governos seguintes o país foi atacado por altas taxas de inflação e a chance foi desperdiçada. Na época de JK a hiperinflação chegou e então recebemos reformas econômicas para poder combater a inflação, e perdemos a primeira oportunidade que foi desperdiçada.

    A segunda oportunidade aconteceu que no decorrer da história mundial apareceu a primeira crise do petróleo que trouxe a grande recessão e sem o devido ajuste o Brasil perdeu a segunda oportunidade de se tornar um país rico.

    A terceira oportunidade foi a grande chance para o Brasil superar de vez a condição de país pobre. A terceira chance foi o ônus demográfico que existe quando o número de pessoas em condições de trabalhar é maior que o número de crianças e idosos, essa grande chance poderia ser a última, já que o mundo não conhece nenhum país que conseguiu enriquecer depois de envelhecer. No final dos anos 1980 tivemos duas oportunidades de se tornar um país rico.

    Mais uma oportunidade perdida. Atualmente já indo para metade do século 21, temos uma visão de uma quarta oportunidade. É um grande desafio. Pois temos as mentiras do inicio do governo. Mas o povo tem a esperança que possa acontecer nas próximas décadas, uma vez que vislumbra-se uma quarta chance de o país conseguir ao menos deixar a população ultrapassar os US$6.000,00 anuais de renda, principalmente quando levamos em consideração que O Brasil é o quinto maior país do mundo em extensão territorial. Antes dele estão apenas Rússia, Canadá, Estados Unidos e China. O Brasil tem seu território situado em uma área tectonicamente estável, com a maior rede fluvial do planeta. Brasil é o maior país da América do Sul e o único da América cuja língua oficial é o português. Considerado uma das maiores economias, o país apresenta enorme biodiversidade.

    Devemos estar otimistas, porque o próprio FMI, de acordo com publicação no jornal Valor Econômico eleva previsão de crescimento do Brasil este ano para 1,7%. Segundo o Fundo, a melhora na perspectiva econômica brasileira pode ser explicada por um aquecimento da demanda interna e do crescimento acima do esperado dos principais parceiros comerciais do Brasil.

    Vamos torcer.

    *J.A.Puppio é empresário e autor do livro “Impossível é o que não se tentou’’.

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    Desbravando as inovações no varejo: uma análise do congresso de tendências

    Por Julio Bastos e Fernanda Dalben

    Em um cenário onde a dinâmica do comércio está em constante metamorfose, o recente Congresso de Tendências no Varejo, a NRF Retail’s Big Show 2024, em janeiro, emergiu como um palco vital, onde empresas líderes não apenas compartilharam insights, mas também delinearam estratégias inovadoras que moldarão o futuro desse setor em constante transformação.

    Dentre as vozes proeminentes que ressoaram, a IKEA surge como uma pioneira ao destacar o revolucionário conceito de Unified Commerce. Essa abordagem visa a transcender as fronteiras entre compras online e experiências em lojas físicas. Para a IKEA, a essência da integração total da experiência do cliente torna-se crucial em um contexto onde a conveniência não é apenas uma escolha, mas uma virtude essencial.

    Os Consumer Insights oferecidos pela renomada WGSN trouxeram à luz mudanças sociais substanciais, com a ascensão de famílias multigeracionais influenciando significativamente as adaptações tanto de varejistas quanto de produtos. Estratégias inovadoras incluem a oferta de produtos inclusivos, a redefinição de ocasiões de presentes e uma abordagem focada em atender às necessidades específicas de diferentes estágios da vida. Além disso, a crescente demanda por produtos éticos e sustentáveis reflete não apenas uma escolha de consumo, mas um reflexo do impacto cada vez mais premente da crise climática na consciência do consumidor.

    As estratégias de crescimento compartilhadas pelo Sam’s Club colocam em destaque o foco inabalável em entregas rápidas e na expansão cuidadosa da variedade de produtos disponíveis. O sucesso excepcional dessa abordagem, especialmente entre os millennials e a Geração Z, é impulsionado por um compromisso digital robusto. O Sam’s Club não apenas acompanha as tendências, mas lidera com o lançamento de novos recursos digitais, aprimorando assim a experiência do cliente.

    As tendências e oportunidades na indústria varejista ressaltam a necessidade premente de uma adaptação ágil às mudanças. Construir relacionamentos sólidos com os compradores, desenvolver marcas próprias e permanecer na vanguarda das tendências tecnológicas são elementos centrais. A importância dos programas de fidelidade é sublinhada, particularmente para a Geração Z, que valoriza opções econômicas e que poupem tempo.

    As valiosas dicas empresariais compartilhadas por Magic Johnson servem como faróis orientadores nesse oceano complexo do varejo. Definir metas a curto prazo, possuir um plano de negócios sólido, buscar mentores e estar aberto a críticas construtivas são os pilares que sustentam o caminho árduo para o sucesso, conforme enfatizado por Johnson.

    No contexto de Retail Media, uma revolução significativa está em curso. Empresas estão explorando a Retail Media 2.0, fundamentada em dados próprios, e começando a enxergar o varejo físico como um novo e poderoso canal de mídia. Este cenário desafia os varejistas não apenas a gerar conteúdo relevante, mas a inovar, liderar e investir em tecnologia para aproveitar oportunidades além de seus ecossistemas próprios.

    A Geração Z, um foco crucial para muitos varejistas, valoriza a experiência de compra em lojas físicas, buscando personalização e socialização. Os programas de lealdade devem transcender o meramente transacional, oferecendo experiências únicas, ofertas exclusivas e acesso a eventos especiais.

    A UltaBeauty, ao destacar o envolvimento encorajador dos consumidores mais jovens, reconhece a importância da beleza como uma expressão única. O consumidor mais jovem não busca apenas produtos, mas sim formas inovadoras de se expressar, contribuindo assim para a progressão da categoria de beleza.

    As Tendências do Consumidor Digital apontam para um comércio intuitivo, a ascensão da economia do TikTok, o aumento das compras de segunda mão com um foco acentuado em sustentabilidade, e o crescimento contínuo do comércio online, com especial destaque para as devoluções eficientes.

    As Forças que Moldam o Futuro do varejo incluem mudanças demográficas, avanços tecnológicos, fatores ambientais, mudanças sociais e culturais, além da disrupção na indústria e mudanças econômicas. Esses fatores convergentes influenciam diretamente o comportamento do consumidor e, por conseguinte, moldam estratégias de negócios inovadoras.

    Além disso, o texto destaca as mega tendências apresentadas na NRF, desde a Human AI até a Síndrome de Nárnia, refletindo a fluidez cada vez maior entre os reinos físico e digital na Geração Z. Isso ressalta a necessidade premente de adaptação às novas dinâmicas de consumo, onde as fronteiras entre experiências online e offline tornam-se cada vez mais tênues.

    Essas reflexões coletivas evidenciam a complexidade do cenário varejista contemporâneo e reforçam a importância de estratégias inovadoras para atender às demandas em constante evolução dos consumidores, que agora são mais exigentes e conscientes do que nunca. O futuro do varejo não é apenas um espaço de transações comerciais, mas um ecossistema dinâmico que se transforma continuamente com a interação entre as aspirações dos consumidores e as visões ousadas das empresas.

    Julio Bastos é gerente de outsourcing da C2C, unidade de Trade Marketing e Vendas da Gi Group Holding

    Fernanda Dalben é diretora de marketing da Dalben Supermercados

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    Pinga Fogo X O Diário de Maringá: A balha épica no mundo midiático

    Você já se pegou pensando até que ponto as notícias que consumimos são realmente confiáveis? O ringue midiático está pegando fogo, e os comunicadores Márcio Santos, conhecido como “Pinga Fogo”, e Gilmar Ferreira, do “O Diário de Maringá”, estão no epicentro desse embate. A questão é: até que ponto podemos confiar nas informações que nos são apresentadas?

    Márcio Santos, em uma reviravolta surpreendente, expôs um boletim de ocorrências de junho de 2018 envolvendo Gilmar Ferreira, alegando estelionato. O detalhe intrigante é que o próprio Gilmar foi quem registrou o B.O. junto à Polícia Civil, levantando questões sobre a veracidade da acusação. Uma jogada audaciosa de Pinga Fogo que deixou todos boquiabertos.

    No lado de Gilmar Ferreira, o contra-ataque não demorou. Em seu site, sob o título provocativo “Pinga Fofoca: Rei do Fake ataca novamente”, revelou uma série de supostas fake news divulgadas por Márcio Santos. Entre elas, uma notícia sobre superfaturamento na aquisição de terreno para o Parque das Águas, desmentida pelo Ministério Público que confirmou o valor abaixo do mercado.

    Mas as denúncias não param por aí. Gilmar acusa Márcio de ter propagado duas informações falsas em uma semana. Uma delas afirmava que duas mortes em Maringá eram suspeitas de dengue, quando na verdade estão sob investigação para determinar a causa. Essa revelação lança dúvidas sobre a integridade das notícias divulgadas por Pinga Fogo e levanta a questão crucial: até que ponto devemos confiar nas fontes de informação?

    Nessa batalha épica entre comunicadores, fica evidente que a confiança do público está em jogo. A disseminação de notícias falsas pode ter consequências sérias, distorcendo a realidade e prejudicando reputações. Como consumidores de informação, é vital que estejamos atentos e questionemos as fontes, promovendo uma mídia mais responsável e transparente.

    Enquanto o ringue midiático continua fervendo, a grande interrogação que paira sobre todos nós é: quem realmente está dizendo a verdade? A resposta pode moldar não apenas a reputação desses comunicadores, mas também a forma como percebemos as notícias que consumimos diariamente. A batalha está declarada, e estamos todos de olhos bem abertos.

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    O Casamento e a Política Relacional

    Por Marco Antonio Spinelli

    Uma amiga querida vem relatando nas mesas de boteco a saga de seu filho, que vem tendo anos de relação estável com uma moça, um pouco mais velha, que tem uma espécie de agenda relacional bastante diferente do rapaz. Sua paranóia era bastante turbinada pelo seu Ginecologista, que ficava falando sobre envelhecimento de seus óvulos e riscos envolvidos, que não vou me estender aqui porque me irrita. O debate sobre congelamento de óvulos tensionou a pressão sobre o casal: você quer ter filhos? Quer comprar um cachorro? A doença que já abordamos nessa coluna, do Information Overload, além das dificuldades de comunicação do casal, foi criando uma zona de cobrança de uma e de esquiva, do outro. Uma família chamando a menina de chata e a outra chamando o rapaz de omisso e cagão. Finalmente ele falou que não pretendia embarcar na jornada de uma gestação. O embate se deslocou para comprar um apartamento, ou algo que representasse a solidez da relação.

    A disputa, então passou a ser, obsessivamente, com a demanda da moça de levar a relação para “o próximo nível” e o rapaz aparentemente tentando atender a demanda, porque gosta da namorada, mas sempre atrasando a realização de seus desejos, mais ou menos hollywoodianos. Finalmente, na hora de assinar os papeis para aquisição de um imóvel, o rapaz derrubou a caneta e se declarou indeciso. Saiu da sala. A moça ficou enlouquecida, mas a coisa não terminou por aí. No saguão da Imobiliária ele declarou que estava terminando com ela. Não queria casar, não queria ter filhos, não queria escalar nem o próximo, nem nenhum nível de relacionamento que estivesse na sua cabeça. Já consigo imaginar as moças que estão lendo essa história cerrando os dentes de raiva. E os rapazes comemorando a “coragem” do cara. O fato é que isso não foi um término, foi um cancelamento. O homem bloqueou a moça e a apagou da própria vida de uma maneira implacável e, pode-se dizer, inapelável. Dá para imaginar que esse rompimento abrupto estava muito relacionado a uma espécie de Burnout relacional. O cara simplesmente cancelou o debate infinito, o blá-blá-blá também infinito e a questão obsessiva de qual era o plano de carreira que o relacionamento deveria, ou não, cumprir.

    No belíssimo filme “Vidas Passadas”, ao qual eu pretendo dedicar uma análise mais longa no futuro, dois namorados de infância, da Coreia do Sul, se reencontram, após mais de vinte anos, em Nova York, ela casada e escritora, ele solteiro e com a vida meio travada na mediocridade. Conversam longamente, inclusive, sobre o relacionamento que ele acabara de romper. Nora, a moça, fala sobre casamento com uma metáfora encantadora: para ela, o casamento é como plantar duas plantas no mesmo vaso, e as raízes das plantas vão, inelutavelmente, disputar espaço, e isso vai causar desconforto. Se as raízes se ajeitarem e forem complementares, vai dar certo. Mas pode também acontecer das duas plantas se sufocarem mutuamente.

    Os estudos mostram que o casamento hoje é muito mais igualitário, menos machista e menos determinado por imperativos econômicos. A mulher, no mais das vezes, não depende mais economicamente do marido, nem fica presa numa estrutura de dominação, tanto que estatísticas americanas apontam que as mulheres já estão pedindo o divórcio duas vezes mais do que os homens. Elas não ficam mais presas dentro de um casamento infeliz. Já o desejo dos homens de casar e ter filhos, além de assumir responsabilidades, está menor, levando a mulher a ser aquela que fica lutando desesperadamente para levar a relação “ao próximo nível”, como no caso que contei no início desse artigo.

    O fato é que a relação a dois ficou bastante contaminada pela instância política, de mulheres que solicitam mais presença e dedicação dos caras, que sonham com esposas mais acolhedoras e mais parecidas com a geração de suas mães. O resultado, como a metáfora do filme, pode ser uma disputa entre as raízes que levam as duas plantas ao esgotamento. Ou, uma raiz engolir a outra, com uma planta prevalecendo e a outra perdendo o brilho. Isso está fazendo os casamentos serem mais tardios e menos propensos a durarem.

    A sabedoria oriental do filme pode criar uma metáfora melhor: menos que uma disputa por espaço, as raízes precisam ter uma presença complementar. O problema é que a disputa de direitos e deveres cria uma espécie de nova moral, que às vezes “obriga” um dos participantes à separação. Buscar a complementaridade, abrir mão e sustentar a tensão de uma relação a dois já é suficientemente difícil, sem que a relação vire uma eterna (e sofrida) queda de braço.

    *Marco Antonio Spinelli é médico, com mestrado em psiquiatria pela Universidade São Paulo, psicoterapeuta de orientação junguiana e autor do livro “Stress o coelho de Alice tem sempre muita pressa”

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    Órfão de multinacional: o que fazer após deixar uma grande empresa?

    Por Virgilio Marques dos Santos

    O desligamento de uma grande corporação pode parecer um fim, mas, para muitos, é o início de uma jornada de autoconhecimento, reinvenção e, eventualmente, de renovação profissional. A transição do ambiente estruturado de uma multinacional para o mercado, seja como consultor independente ou parte de uma empresa de menor escala, traz desafios e oportunidades únicas. Por ter passado por essa experiência, quero convidar você a refletir sobre esse tema.

    Quando saí da pequena consultoria em que era sócio e entrei, aos 30 anos, numa multinacional, inicialmente lamentei muito. Mas, na nova empresa, tudo estava pronto. Se precisasse de algo, havia um caminho para solicitá-lo e fóruns de aprovação para validá-lo. A loucura do “tive uma ideia e saí fazendo” não existia.

    Para mapear os processos, havia duas analistas no time. Para analisar os dados, mais dois. Precisando fazer a ata e cuidar da agenda, mais uma pessoa. Enfim, cinco pessoas totalmente disponíveis e treinadas nas rotinas da empresa. Todos sabiam o que era a tal reunião de planejamento semanal. Também estavam treinadas nas enfadonhas preparações dos slides para as reuniões de desenvolvimento gerencial mensais. Ninguém precisa ser ensinado sobre as rotinas básicas da empresa. Era como se a capacidade de produzir resultados do Virgilio estivesse em um patamar nunca visto. Foi uma experiência diferente.

    A saída da multinacional: enfrentando o vazio

    O desligamento de uma multinacional é frequentemente acompanhado por uma sensação de vazio. A segurança da rotina estabelecida, o reconhecimento da marca e o suporte de uma equipe bem afinada são, de repente, substituídos por um silêncio ensurdecedor. É uma fase em que o profissional se confronta com a realidade de sua individualidade, distante das estruturas e hierarquias que antes definiam seu papel e identidade.

    Esse despertar foi desconcertante, mesmo para mim, acostumado com a vida de consultor pregressa. A ausência da rede de suporte corporativo e a necessidade de autogestão trazem à tona desafios inesperados. A responsabilidade por tomar decisões que antes eram compartilhadas ou delegadas agora repousava inteiramente sobre meus ombros. A transição exige uma adaptação não apenas profissional, mas também pessoal, em que o autoconhecimento e a autoconfiança são postos à prova.

    Ao sair dos escritórios corporativos e voltar para o cenário da sala de casa para empreender, senti a inquietação. Começar aos 25 é visto como vocação e coragem. “Abdicar” da carreira em uma grande empresa, aos 31, é algo como loucura ou fracasso.

    A rede de relacionamentos, as informações, o jeito de fazer, enfim, todos os aspectos profissionais estavam ajustados para o gerar desempenho na multinacional. Já as minhas habilidades, que foram fundamentais para construir uma empresa anos atrás, estavam desatualizadas. Bem como meus antigos clientes, que ficaram na outra empresa. Enfim, trabalhar de casa com um rendimento 8 vezes menor do que tinha na grande empresa foi desafiador.

    Resetando o mindset

    Andrew Grove, em sua obra “Administração de alta performance”, aborda a conceituação de maturidade na tarefa, em que destaca a importância da autonomia e da iniciativa na eficácia profissional. Para o profissional desligado de uma multinacional, esse conceito ganha uma dimensão prática imediata. A necessidade de construir do zero, de estabelecer novos processos e de se adaptar a recursos limitados se torna a nova realidade.

    Essa transição é marcada por uma intensa fase de aprendizado e desenvolvimento de habilidades. O profissional deve aprender a ser multifacetado, assumindo responsabilidades que vão desde a concepção estratégica até a execução prática das tarefas. A capacidade de gerir seu próprio tempo, definir prioridades e manter a produtividade em um ambiente menos estruturado se torna crucial.

    Além disso, a maturidade na tarefa envolve criar e manter uma rede de contatos e recursos. A solidão do caminho deve ser vista não como um obstáculo, mas como uma oportunidade para construir uma base sólida de contatos profissionais, clientes e colaboradores que compartilham uma visão e valores similares.

    A obra de Grove me ajudou a entender o que tinha se passado. E, por meio dos conceitos, ficou clara a necessidade de começar do zero e trabalhar muito para recriar as redes que possuía quando estava na outra empresa. Do site ao relacionamento, comecei a reconstrução.

    Do profissional corporativo ao empreendedor de si mesmo

    A fase de reinvenção é, talvez, a mais desafiadora e gratificante. O profissional, outrora um emblema de sua multinacional, agora deve criar uma nova identidade. Não era mais o “Virgilio da empresa tal”, mas um indivíduo com seu próprio conjunto de habilidades, experiências e aspirações. Esse processo de redefinição está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento de uma marca pessoal autêntica e ao estabelecimento de uma presença profissional única.

    Reaprender a executar tarefas, desenvolver novos processos e adaptar-se a uma dinâmica de trabalho diferente exige flexibilidade e resiliência. O profissional deve se tornar um aprendiz contínuo, aberto a novas experiências e disposto a sair de sua zona de conforto. Capacitação e treinamentos são fundamentais – não apenas para manter a relevância no mercado, mas também para fomentar a inovação e a criatividade.

    O processo de luto após deixar uma grande empresa é, em última análise, um processo de redescoberta e crescimento. Embora desafiador, ele oferece uma oportunidade única para o profissional se reconectar com suas verdadeiras paixões, explorar novas possibilidades e, finalmente, encontrar um novo sentido de propósito em sua carreira.

    Ao ver a minha empresa alcançando os resultados de hoje, acredito que cada etapa dessa jornada tenha sido uma chance de aprender, de crescer e de se transformar. Ao abraçar a mudança, busquei o autodesenvolvimento e a determinação – não só superando a orfandade corporativa, mas também me redescobrindo como um empreendedor de meu próprio destino, pronto para escrever o próximo capítulo de minha história profissional.

    Hoje, se você está passando ou passou por uma situação parecida, não desista. Recorra a todo o apoio que puder e entenda que o processo será angustiante e doloroso. Mas que, com constância de propósito, como diria Deming, você chegará lá. E, quando possível, fuja, ainda que temporariamente, das redes sociais, pois nesses momentos em que estamos frágeis, ver algum colega vendendo sucesso e prosperidade financeira pode não gerar em nós um sentimento muito positivo. Nos questionarmos ainda mais não é algo que precisamos nessa fase.

    Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

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    Quais são as fases de mudança de comportamento que mais chamam atenção ao longo da infância?

    Por Andrea Ladislau

    As crianças apresentam 4 fases de desenvolvimento infantil: físico, cognitivo, social e afetivo, sendo as fases de mudanças afetivas e cognitivas as mais significativas. Na fase cognitiva temos o desenvolvimento da capacidade de processamento de informações, englobando processos mentais como pensar, raciocinar, falar, compreender a linguagem, resolver problemas e outros; E na fase afetiva tratamos das emoções da criança, sendo que esse tipo de desenvolvimento acontece desde os primeiros dias de vida. Duas fases em que a criança começa a desenvolver seus laços de relacionamentos com o mundo, com o outro e consigo mesmo.

    Andrea Ladislau

    Psicanalista (SPM); Doutora em Psicanálise, membro da Academia Fluminense de Letras –cadeira de número 15 de Ciências Sociais; administradora hospitalar e gestão em saúde (AIEC/Estácio); pós-graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social (Facei); professora na graduação em Psicanálise; embaixadora e diplomata In The World Academy of Human Sciences US Ambassador In Niterói; membro do Conselho de Comissão de Ética e Acompanhamento Profissional do Instituto Miesperanza; professora associada no Instituto Universitário de Pesquisa em Psicanálise da Universidade Católica de Sanctae Mariae do Congo; professora associada do Departamento de Psicanálise du Saint Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites; graduada em Letras – Português e Inglês pela PUC de Belo Horizonte.7

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    Evolução tecnológica e a robótica ao alcance de mais empresas

    Por Rodrigo Bueno

    Os avanços tecnológicos não estão somente aprimorando a automação industrial, mas também tornando a robótica cada vez mais acessível. Entre os recursos destaca-se a Inteligência Artificial, com o uso, por exemplo, do aprendizado de máquinas (machine learning), que está ajudando as empresas a superarem barreiras para adoção da robótica em seus negócios.

    Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 64% das empresas médias e apenas 42% das empresas pequenas adotavam alguma tecnologia digital entre 18 tipos em 2021. Esse percentual atinge 86% entre as grandes. Independentemente do porte da empresa, pelo menos 6 a cada 10 (66%) consideram o alto custo de implantação a maior barreira interna à adoção de tecnologias digitais. Já entre entraves externos, as empresas do setor apontam principalmente a falta de qualificação profissional, com 37%.

    No caso da robótica, programação e integração representam de 50% a 70% do custo de um aplicativo, segundo estudo divulgado pela International Federation of Robotics (IFR). Aliado a isso, outro fator que pode tornar a automação economicamente inviável para muitas empresas é o gasto para reprogramar um robô aos requisitos de uma nova produção para atender mudanças de produtos e/ou escala.

    Atualmente, os setores de manufatura e logística têm como grande desafio abastecer um mercado caracterizado pela variabilidade de itens e imprevisibilidade, como resultado da alta demanda por uma produção personalizada, com mudanças frequentes de produtos, pedidos e estoque, e o rápido crescimento do comércio eletrônico. Isso exige soluções automatizadas flexíveis que tornem o atendimento e a distribuição de pedidos mais rápidos e eficientes.

    Nesse sentido, a evolução contínua do software e dos controladores, apoiados ou não em IA, vem simplificando a adoção de soluções de automação, além de reduzir o tempo e os recursos necessários para implantar e programar robôs.

    O uso de visão de máquina e IA em aplicações robóticas, por exemplo, permite hoje automatizar totalmente as tarefas complexas de coleta e colocação de uma variedade de itens, de diferentes formatos, pesos e tamanhos. O sistema não requer nenhuma supervisão humana ou informações sobre os atributos físicos dos itens que seleciona. Com isso, as empresas podem lidar com mais pedidos sem aumentar o número de funcionários ou o tempo de trabalho. É importante destacar que essas soluções de “pick and place” não requerem Inteligência Artificial para realizar atividades simples. No entanto, quanto maior a complexidade da tarefa, os algoritmos podem fazer a diferença proporcionando benefícios de custo em relação à programação tradicional.

    Outro recurso que tem contribuído para reduzir gastos com implementação são os softwares para simular em ambientes virtuais toda a produção e extrair as informações necessárias na otimização digital das operações. A partir de uma réplica digital completa (gêmeo digital) de ativos ou sistemas físicos, a ferramenta permite que empresas criem, simulem e testem uma instalação completa de robô sem precisar visitar ou parar a linha de produção.

    Os atributos dos robôs colaborativos também estão tornando a automação viável para muitas empresas de menor porte. Para pequenas e médias empresas, depois do custo, a falta de conhecimento técnico sobre as tecnologias digitais aparece em segundo lugar como barreira interna para adoção de tecnologias, sendo apontada por quase 30% delas, segundo a pesquisa da CNI. Por outro lado, essa questão foi citada por 20% das grandes empresas, ficando em quinto lugar. Essa diferença reforça a necessidade de difusão do conhecimento das tecnologias entre negócios de menor porte para expandir sua adoção.

    Projetados para trabalhar com segurança ao lado de humanos, são robôs menores, mais acessíveis e fáceis de usar, inclusive por profissionais sem conhecimento em qualquer linguagem de programação. Além disso, os cobots têm aprimorado a sua capacidade de trabalhar diretamente ao lado de pessoas, compartilhar tarefas e aprender por meio da IA, o que está facilitando a adoção de automação inteligente em novos ambientes. 

    Esses são apenas alguns exemplos de tecnologias que contribuem hoje para que a automação esteja ao alcance de mais empresas. A tendência é que o movimento inovação nesse sentido se intensifique, eliminando barreiras para negócios resilientes, flexíveis e eficientes. 

    Rodrigo Bueno, diretor da área de Robótica da ABB no Brasil

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