Quase metade do prejuízo estaria nos países mais desenvolvidos, estima OMS; conduta dificulta imunização

O nacionalismo de vacinas contra a Covid-19 pode custar até US$ 9,2 trilhões à economia global. Quase metade desse prejuízo, US$ 4,5 trilhões, estaria nas economias mais ricas.

A expressão descreve quando um país financia somente da imunização de seus cidadãos sem cooperar com a vacinação em outras partes do mundo.

De acordo com o diretor da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Ghebreyesus, o déficit de financiamento para o acelerador de acesso às ferramentas contra a Covid-19, Acelerador ACT, é cerca de US$ 26 bilhões.

“Se totalmente financiado, o Acelerador ACT retornaria até US$ 166 para cada dólar investido”, disse.

“O nacionalismo de vacinas pode servir a objetivos políticos de curto prazo”, disse Tedros. “Ainda assim, cada nação deve ter um interesse econômico de médio e longo prazo em apoiar a equidade da vacina”.

Pandemia e trabalho

Tedros menciona um relatório em que a OIT (Organização Internacional do Trabalho) analisa o impacto da pandemia no mercado de trabalho global. A pesquisa conclui que as restrições culminaram na perda de 8,8% das horas de trabalho globais em 2020.

Em consequência, a queda na renda global do trabalho equivale a US$ 3,7 trilhões. O relatório projeta que a maioria dos países se recuperará no segundo semestre de 2021, dependendo da implementação da vacinação.

“Assim fica claro que o nacionalismo de vacinas não seria apenas um fracasso moral, seria também um fracasso econômico”, terminou Tedros.

 

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