Por José Antonio Puppio

Para que se possa compreender de forma abrangente este texto, é essencial contextualizarmos o neocolonialismo. Trata-se de um fenômeno que teve início nos séculos XIX e XX, no qual uma nação desenvolvida, denominada potência capitalista, exerce domínio econômico, político e/ou cultural sobre uma nação em desenvolvimento. Esta dinâmica complexa serve como alicerce para a compreensão deste texto.

O Neocolonialismo Verde, surge como um termo para justificar que grandes potências ambientais que imbuídas do pretexto de proteger o nosso meio ambiente, acabam limitando e barrando medidas, desconsiderando importantes avanços já obtidos nas nossas políticas ambientais. 

No entanto, o Brasil, notoriamente reconhecido por sua riqueza em recursos naturais, enfrenta um dilema crucial na ausência de um plano estratégico para o plantio de alimentos e na indefinição das diretrizes do imposto verde, assinadas por assessores presidenciais com nenhum ou limitadíssimo conhecimento sobre o assunto.

Os especialistas de renome internacional alertam que os acordos firmados por auxiliares do presidente podem acarretar custos significativos para o país. Um dos riscos iminentes é a submissão a regras estritas estabelecidas por outras nações, que poderiam ser utilizadas por concorrentes como ferramentas de controle de mercado, o chamado “Neocolonialismo Verde”.

No contexto da gestão ambiental, agentes designados pelo presidente enfrentam desafios ao lidar com questões complexas, como por exemplo, a administração de carbono e metano na produção de energia limpa. Apesar de o Brasil liderar a transição energética, obtendo sua eletricidade de fontes limpas e renováveis, como água, sol, eólica e biomassa, há uma preocupação crescente sobre a influência externa nesse processo.

É imprescindível que a transição dos combustíveis fosseis, ou seja dos recursos naturais não renováveis para fontes renováveis deve considerar de forma meticulosa o impacto disso prioritariamente para os consumidores. E não podemos pensar em mais impostos para a produção agrícola.

A liberdade de crescimento e produção nacional é vital para adquirir técnicas e conhecimentos que impulsionarão o desenvolvimento sustentável ao longo do tempo. Enquanto alguns países subsidiam suas indústrias, ouso dizer que o Brasil ainda está em busca de estratégias para garantir sua parcela de benefícios nesse cenário.

Nesse processo de transição energética, destaco um dos pontos cruciais, os recursos internacionais. A expansão sem parcerias internacionais se mostra desafiadora, uma vez que os recursos naturais do Brasil dependem de insumos e componentes estrangeiros, como módulos solares para a transição energética e bem sabemos que ao longo da história, o Brasil experimentou oscilações, e o consumidor teve que arcar com a ingerível conta, pagando por produtos de qualidade inferior.

A necessidade premente é equilibrar os interesses nacionais e estrangeiros. O desafio é transformar a transição energética em uma plataforma política externa, evitando que se torne uma questão ambiental imposta por outros países, potencialmente injusta e incompatível com a realidade brasileira.

O Brasil precisa repensar sua postura e buscar ativamente alternativas sustentáveis para garantir seu papel protagonista na transição energética global, sem se sujeitar a imposições estrangeiras que possam comprometer seu desenvolvimento econômico e ambiental.

* J.A. Puppio (foto) é empresário, fundador da Air Safety e autor do livro “Impossível é o que não se tentou”.

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