Em Lagoa Bonita, no Estado de Minas Gerais, nasceu Ermelindo Lopes Barroso, em 26 de maio de 1910. Originário de família numerosa, dotada de poucos recursos financeiros, começou a trabalhar ainda garoto na região onde nascera, uma vez que seu pai José Lopes Barroso já havia falecido e ele precisava responsabilizar-se pelo próprio sustento e quiçá ajudar sua mãe, dona Jesuína.

Intrépido, trabalhava domando cavalos para montaria na propriedade de seu patrão, Gustavo Marques. Nos primórdios da década de 1940, Gustavo decide vir com sua família para o Paraná, considerada uma terra promissora; traz consigo o jovem Ermelindo.

Sua formação acadêmica resumia-se apenas ao antigo curso primário incompleto; contudo o que lhe faltava em estudos formais e conhecimentos enciclopédicos mostrou ser abundante em força de vontade e espírito empreendedor.

No Paraná, conheceu a jovem Vera Antônia que viria a ser sua esposa e que também tinha vindo para essa região com sua família em busca de melhores condições de vida.

Com o passar do tempo, estabeleceu-se em Içara, sendo sua atividade econômica principal a compra e venda de suínos, os quais comprava dos criadores da área rural do município de Jaguapitã.

Adquiria os animais vivos e os deixava soltos em uma área de terra que possuía, até o dia de serem levados para Londrina, de caminhão, numa viagem com longas horas de duração, transitando por estradas de chão, em meio à poeira ou ao barro quando chovia, a fim de comercializá-los nas Casas Fuganti.

Por volta de 1944/45, em plena Segunda Grande Guerra, nada era fácil aqui no país, momento em que Ermelindo optou por viver no povoado que ora se iniciava e fincou raízes em Astorga, onde daria início a uma nova atividade comercial, com a fundação da Casa Azul em área central da cidade, local em que atualmente encontra-se o prédio da Rádio Astorga Broadcasting Ltda.

Em seu estabelecimento comercial vendia um pouco de tudo, de armarinhos a ferragens. Logo percebeu as limitadas potencialidades desse ramo de negócios e optou por investir na agricultura, já que o café iniciava um ciclo promissor na região, adquirindo uma propriedade rural na Boiadeira, sentido Distrito de Santa Zélia.

Líder nato e homem público foi vereador pelo município de Arapongas por dois mandatos sendo, no ano de 1952, eleito primeiro Prefeito do Município de Astorga; sua posse aconteceu em 14 de dezembro do mesmo ano.

Naquele período, vereadores e prefeitos não recebiam honorários, mantinham a si mesmos e suas famílias com recursos próprios.

Nos momentos de lazer costumava tocar violão “de ouvido”, era fã da cantora Ângela Maria e sua cor preferida era o azul. Todo início de noite ouvia programas radiofônicos: A Voz do Brasil e Repórter Esso.

Gostava de futebol e da seleção brasileira; seu time do coração não era outro senão o Santos. Pessoa de hábitos simples e coração generoso, conseguiu transmitir aos seus familiares um legado de trabalho, dignidade e respeito.

Valorizava os estudos, tanto que não mediu esforços para que seus filhos e filhas pudessem estudar, caso quisessem.

Teve momentos felizes e marcantes em sua vida, no entanto, paralelo a isso, sofreu muitas decepções que lhe renderam uma grave depressão ainda nova, em fase produtiva de trabalho, momento em que vendeu parte de seus bens, tão duramente conseguidos.

Não obstante, sempre demonstrou empatia para com as pessoas socialmente discriminadas, auxiliando com doações pecuniárias, alimentos ou buscando o apoio de amigos a fim de conseguir um trabalho ou moradia para os mais necessitados; ações dessa natureza integravam seu cotidiano.

Foi casado com a senhora Vera Figueiredo Barroso, com quem teve sete filhos. Faleceu em sua residência na tarde de 04 de novembro de 1972, na cidade de Astorga, aos 61

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