Educação para cooperação: o combate à violência começa com as crianças

Diretor pedagógico e historiador na Escola Vereda, Mateus Lopes explica como uma base educacional forte pode reduzir os casos de violência no país

Nos últimos dois anos, dominaram os jornais manchetes sobre violências e guerras ao redor do mundo. Em 2022, deu-se início à Guerra da Ucrânia, país que foi invadido pela Rússia e ainda luta pela manutenção de seus territórios. Um ano depois, no final de 2023, um ataque vindo do Hamas rompeu um bloqueio anteriormente estabelecido pelo Estado de Israel, o que gerou novos capítulos ao conflito que já dura mais de 70 anos.

Estes conflitos acarretam muitas perdas para todos os envolvidos e as consequências da falta de paz são devastadoras. Em setembro do ano passado, António Guterres, secretário-geral da ONU, disse em entrevista que “a paz não é apenas uma visão nobre para a humanidade. A paz é um apelo à ação. Ação para utilizar as ferramentas atemporais da diplomacia, do diálogo e da colaboração para acalmar tensões e pôr fim aos conflitos”.

De acordo com Mateus Lopes, diretor pedagógico e historiador da Escola Vereda, as instituições de ensino têm papel fundamental na construção de uma educação voltada para a paz. Para isso, é necessário focar no desenvolvimento de habilidades socioemocionais, que são um conjunto de competências para o controle das emoções em contextos que exijam uma maior resiliência ou mesmo no dia a dia. “Esse processo tem sido negligenciado ao longo dos anos e, por isso, estamos vivendo em tempo de pouca comunicação. Com isso, assim como em outras épocas, assistimos à evolução tecnológica junto com a involução do diálogo saudável”, explica o diretor.

Desta forma, é possível notar que quando se fala da formação de estudantes, o ideal é vislumbrar um cenário no longo prazo, tendo sempre em perspectiva que as experiências vividas nesse período terão impacto ao longo de toda a vida do indivíduo. 

O professor destaca ainda que a lei sancionada em desse ano, de Nº 14.811, que obriga as escolas a oferecerem formação constante para o combate à violência, é muito importante para reconstruir a forma de se educar que comumente vemos. “Investir em um processo formativo socioemocional garante que o aluno será proativo e independente, tanto na trajetória de seus estudos, quanto em sua vida adulta. Geralmente educamos na perspectiva do ‘eu contra eles’, mas a educação precisa ter o tom da cooperação, de entendimento, educando-os para a prosperidade. Assim, caminharemos para o fim dos conflitos e para formação de uma sociedade coesa”, finaliza Mateus.


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