Como investidor pode evitar cair na malha fina da Receita Federal?
Na hora de declarar, o investidor acaba se esquecendo ou deixando passar alguma informação que a Receita Federal tem acesso por outros meios
Os novos investidores de renda variável estão descobrindo o universo da Bolsa de Valores e dos investimentos. Entre alguns dos detalhes importantes, está a declaração do Imposto de Renda (IR), bem como o pagamento do tributo. Enquanto o primeiro é realizado anualmente, o segundo deve ser feito mês a mês. E isso inclui o cálculo do lucro líquido, assim como a contabilização de prejuízos, sua compensação e possibilidade de abatimento. Entretanto, com tantas informações necessárias, como evitar que o investidor caia na malha fina?
“Muitas vezes, o investidor acaba caindo na malha fina simplesmente por não saber que precisa declarar o imposto. Às vezes, é pura ingenuidade. Outras vezes, na hora de declarar, o investidor acaba se esquecendo ou deixando passar alguma informação que a Receita Federal tem acesso por outros meios. E aí, o resultado é a dor de cabeça da malha fina”, afirma o contador Luis Fernando Cabral, sócio da Contador do Trader, empresa especializada em contabilidade para investidores. Neste ano, está isento da declaração quem realizou operações de venda na Bolsa de Valores cuja soma tenha sido igual ou inferior a R$ 40 mil no ano ou quem não teve lucro líquido sujeito à incidência do imposto, ou que tenha patrimônio inferior a R$ 300 mil.
Um dos problemas apontados por Luis Fernando Cabral é a falta de informações. “Cada investidor opera com uma corretora. Na hora de sincronizar os dados, alguns acabam ficando para trás e isso pode dar problema”, diz. É preciso se atentar para informações como taxas de corretagem, emolumentos, operações com opções flexíveis, contratos de balcão, entre outras. “A Receita Federal tem acesso a todas as nossas informações por diversas fontes, por isso, é possível que o órgão saiba de coisas que o investidor tenha se esquecido.”
Além disso, o contador especialista em investimentos observa que existem diversos programas, softwares e plataformas que acabam agrupando as operações de compra e venda, o que pode gerar divergências na declaração. “Ao querer agilizar o processo e diminuir custos de processamento, o investidor pode deixar passar dados importantes. Por isso, cada operação deve ser tratada de maneira individualizada, até porque cada qual tem uma incidência e regras diferentes, que podem variar conforme a operação.”
É por isso que, embora o investidor tenha total capacidade e acesso para poder realizar sua declaração sozinho, muitas vezes vale a pena contratar uma assessoria especializada, a fim de não ter problemas no futuro. “Sempre digo que o barato sai caro e, na ânsia de economizar, o investidor acaba fazendo tudo sozinho e, na maioria das vezes, de qualquer jeito, deixando passar informações e situações que podem complicar a sua vida mais tarde. Um profissional ou empresa especializados podem evitar esses problemas”, ressalta Luis Fernando.