Por Arilson Chiorato

Privatiza que melhora! A situação caótica de São Paulo envolvendo a Enel comprovou a farsa que se esconde por trás dessa frase feita. Em São Paulo, o serviço não melhorou com a privatização. Ao contrário, além do caos após o temporal que ocorreu no início do mês, quedas constantes de energia fizeram o prefeito Ricardo Nunes (MDB) pedir o cancelamento do contrato, na semana passada, com a companhia italiana, que comprou 73% das ações da antiga Eletropaulo em 2018.

A Enel, que está presente em 30 países, deveria ser a responsável em melhorar o serviço. Porém, não foi isso que a população de São Paulo presenciou no dia 3 de novembro, quando um forte temporal atingiu a cidade. A maior cidade da América Latina ficou no escuro. E ninguém se prontificou para resolver o problema. Virou um verdadeiro jogo de empurra.

Na outra ponta, uma parcela significativa da população amargou quase uma semana sem energia, o que fez o Procon paulista agir e multar a multinacional de R$ 12 milhões. Na semana passada o Brasil teve picos de calor e o que aconteceu em São Paulo? Apagão.

Mas o que tem a ver com o Paraná? Tem a ver que corremos um sério risco de repetir a história de São Paulo. A Copel também foi liquidada no mercado de ações e passa por redução do quadro operacional. A Enel demitiu 36% dos trabalhadores e já aconteceu isso. Agora, imagine com a Copel que tem pouco mais de 5,8 mil funcionários e 2989 pediram desligamento. A empresa homologou 1437 pedidos, o que corresponde a 28%. Caso venha a ser efetivado o restante, ultrapassará 50% do quadro de funcionários e veremos o caos. Além disso, qual o plano para melhorar os serviços?

Não podemos afrouxar as cobranças, inclusive do Governo do Estado, simplesmente porque privatizou. Aliás, precisamos saber quais as regras desse contrato, para fiscalizarmos e cobrarmos as intuições responsáveis, incluindo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), para que faça o mesmo e não permita o sucateamento do serviço, uma vez que a gestão do atual governador parece não se importar com os paranaenses.

Agora, cabe a todos nós, como cidadãos ficarmos atentos, questionar e exigir respostas que garantam a nossa segurança e o nosso bem-estar, porque não podemos aceitar que não tem nada mais a ser feito por se tratar de uma empresa privada. O serviço foi, sim, privatizado, mas a vigilância deve permanecer, para que não repita não só o mesmo que ocorreu e ocorre em São Paulo, mas o mesmo que ocorreu com o pedágio, fruto de um contrato malfeito que isentou concessionárias de realizar obras essenciais.

Arilson Chiorato, deputado estadual e presidente do PT-PR

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