Por Mara Machado

As tecnologias digitais podem melhorar a saúde de várias maneiras. Por exemplo, os registos de saúde eletrônicos podem apoiar ensaios clínicos e fornecer dados observacionais em grande escala. Estas abordagens sustentaram várias descobertas durante a pandemia da covid-19. 

A tecnologia digital é muito promissora, mas é preciso argumentar que, no geral, as transformações digitais não proporcionarão benefícios de saúde para todos sem um realinhamento fundamental e revolucionário.

A digitalização exige mudanças tanto no trabalho como na cultura das organizações. No entanto, mudar as formas de trabalho estabelecidas pode ser um desafio e os profissionais podem ter dificuldades na adaptação das novas tecnologias digitais às práticas de trabalho.

Estão sendo levantadas preocupações globais sobre a preparação, capacidade e adaptação dos profissionais a esta transformação digital bastante rápida do trabalho. É importante uma compreensão atualizada das experiências dos profissionais de saúde ao aumento da digitalização e aos seus efeitos no seu trabalho, uma vez que desempenham um papel fundamental na consecução dos objetivos da transformação digital, como melhorar a produtividade, a eficiência, o fluxo de informação e qualidade do atendimento 

As transformações digitais não podem ser revertidas. Mas devem ser repensadas ​​e mudadas. Apelar à investigação e expansão das tecnologias digitais de saúde não é um otimismo tecnológico equivocado, mas uma oportunidade séria para impulsionar mudanças tão necessárias. Sem novas abordagens, o mundo não alcançará os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para 2030.

No entanto, nenhuma inovação técnica ou investigação trará benefícios equitativos para a saúde provenientes das tecnologias digitais sem uma avaliação profunda de sua institucionalização como método de trabalho. Esta transformação só será alcançada por meio de uma estratégia estrutural nacional para a saúde digital.

Há uma necessidade desesperada de recuperar as tecnologias digitais para o bem das sociedades. A saúde de qualidade que queremos depende disso.

*Mara Machado (foto) é CEO do Instituto Qualisa de Gestão (IQG), que há quase 30 anos capacita pessoas e contribui com as instituições de saúde para reestruturar o sistema de gestão vigente, impulsionar a estratégia de inovação e formar um quadro de coordenação entre todos os atores decisórios.

O IQG vem trabalhando com parceiros internos do setor e externos para favorecer a geração de novas frentes para o sistema e colocar os prestadores de serviços em posição mais ativa.

Atua no desenvolvimento de novas e modernas soluções para atender com agilidade as exigências do mercado atual.

Escrito por:

0 Comentários

Os comentários estão fechados.

Você também poderá gostar de:

[related_post]