YouGov revela preferências esportivas dos brasileiros, para além do futebol
Embora 73,5% da população acompanhe ativamente algum esporte ou evento, metade dos consumidores do país não pratica nenhuma modalidade
O país do futebol é também o país da diversidade no que se refere ao gosto por esportes, como mostram os dados divulgados nesta semana pela YouGov, multinacional especializada em pesquisa de mercado on-line. Os brasileiros têm uma gama relativamente ampla de interesses esportivos. Em termos gerais, os eventos e torneios esportivos mais acompanhados no país são a Copa do Mundo da FIFA (84,2% consideram-na um de seus principais interesses), a Copa Libertadores (78,5%) e o Campeonato Brasileiro da Série A (77%). No entanto, mais de seis em cada 10 brasileiros também consideram os Jogos Olímpicos (verão e inverno), a Fórmula 1, a Superliga Brasileira de Vôlei e os esportes eletrônicos como um dos temas que mais os interessam no dia a dia.
O interesse em determinadas ligas e eventos esportivos parece estar fortemente ligado ao gênero e à idade. Por exemplo, as mulheres brasileiras tendem a se interessar mais pelos Jogos Olímpicos de Inverno, pela Associação de Tênis Feminino e pela Copa do Mundo de Críquete T20 do que a média nacional. Por idade, os brasileiros mais jovens demonstram um forte interesse em campeonatos de luta, como o UFC e o WWE, enquanto os brasileiros com mais de 55 anos se interessam mais pela Liga Mundial de Surfe e pela Liga Americana de Basquete do que a média nacional.
Essas diferenças também podem ser observadas com relação aos esportes que os brasileiros praticam pessoalmente. Para começar, vale a pena observar que metade dos consumidores do país não pratica nenhuma modalidade esportiva, embora 73,5% da população acompanhe ativamente algum esporte ou evento. Da mesma forma, embora o futebol também seja o esporte mais popular no Brasil, ele não tem a mesma participação de mercado que tem em termos de seguidores e fãs: apenas 9,2% da população do país afirma praticar esse esporte.
O ciclismo, a natação e a dança também são relativamente populares entre a população em geral, com uma preferência de 8,4%, 8% e 7,5%, respectivamente, de acordo com o Global Fan Profiles. No caso específico das mulheres, elas são estatisticamente mais propensas (em relação à população em geral e em relação aos homens) a praticar dança (9,3% vs. 7,5% em nível nacional), ginástica (7,5% vs. 5,6%) e biatlo (2,9% vs. 2,7%).
Na divisão por idade, os brasileiros com mais de 55 anos tendem a ter mais interesse do que a média nacional em ginástica (6,9% vs. 5,6%), tênis de mesa (3,5% vs. 3,1%) e corrida de cavalos (1,7% vs. 1,4%). Os brasileiros mais jovens, por outro lado, parecem estar mais interessados do que as outras faixas etárias em natação (10,2% vs. 8% nacionalmente), vôlei (10,1% vs. 6,3%) e remo (1,6% vs. 0,9%).
No consumo de mídia esportiva, TV segue favorita, mas canais digitais ganham força
Entre a população em geral, assistir a jogos, partidas e eventos ao vivo na TV tradicional continua sendo a forma preferida no Brasil. De acordo com a Global Fan Profiles, dois terços da população do país afirmam usar esse canal para consumir esportes. No entanto, os canais digitais estão ganhando terreno: 37,8% assistem a transmissões ao vivo por meio de plataformas on-line, o segundo método mais popular no Brasil.
Semelhante ao que acontece com os esportes acompanhados e praticados, também há diferenças importantes entre os diversos grupos de brasileiros em relação à forma como escolhem consumir eventos esportivos. Por gênero, os homens tendem a assistir a eventos esportivos com mais frequência do que as mulheres em quase todas as situações (além de assistir ao jogo na casa de amigos ou familiares, o que é feito por cerca de 14% dos homens e mulheres). Por idade, entretanto, as diferenças são muito mais perceptíveis, marcando importantes lacunas de geração por tecnologia e ambiente social.
Por exemplo, os brasileiros mais velhos preferem, em sua maioria, usar a TV (para assistir a jogos ao vivo ou a destaques de jogos) e o rádio, enquanto os brasileiros de 18 a 35 anos se sentem mais confortáveis com as mídias sociais, assistindo a momentos icônicos dos jogos on-line e se reunindo na casa de amigos e familiares. Por outro lado, os brasileiros de meia-idade (35 a 54 anos) se sentem mais confortáveis usando aplicativos móveis, descobrindo os resultados no jornal e assistindo aos jogos em bares, restaurantes e outros espaços públicos.
Esportes e oportunidades para as marcas
Faltando pouco mais de um mês para o início dos Jogos Pan-Americanos 2023, que ocorrerá em Santiago (Chile), entre os dias 20 de outubro e 05 de novembro, são diversas as oportunidades para as marcas se engajarem em apoio aos esportes no Brasil, muito além da paixão nacional, o futebol.
David Eastman, diretor-geral e comercial da YouGov na América Latina, avalia que embora o futebol continue liderando a preferência dos brasileiros, os números revelam uma riqueza de interesses esportivos que abrange desde os Jogos Olímpicos até os esportes eletrônicos. “Essas informações preciosas fornecem às marcas insights valiosos sobre os hábitos e preferências dos consumidores, permitindo-lhes criar estratégias de marketing mais direcionadas e eficientes”, defende.
Segundo ele, este cenário multifacetado é um convite para as marcas se unirem a esse movimento apaixonado por desempenho, superação e orgulho nacional. A diversidade de interesses, ligada a diferentes faixas etárias e gêneros, cria oportunidades únicas para as empresas se conectarem com públicos variados. “Os dados que temos em nossas plataformas também revelam que os valores do esporte, como respeito, trabalho em equipe e superação, ressoam profundamente com os brasileiros. Isso significa que as marcas podem construir narrativas sólidas em torno desses valores, estabelecendo conexões emocionais poderosas com os consumidores e reforçando sua presença no mercado”, diz.