Vereadores de Maringá perdem mandato por nepotismo e ficam inelegíveis
Vereadores Altamir Antonio dos Santos (Lotérica) e Belino Bravin estão inelegíveis
Em uma decisão que promete abalar os alicerces da política maringaense, a 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná decretou a perda de mandato de dois vereadores em exercício, Altamir Antônio dos Santos (Altamir da Lotérica) e Belino Bravin Filho, além de tornar inelegíveis outros cinco ex-vereadores da cidade. A decisão, assinada pela desembargadora Luciani de Lourdes Tessaroli Maronezi, confirma as penalidades por atos de improbidade administrativa e nepotismo, enterrando de vez as aspirações políticas dos envolvidos.
O Ministério Público do Paraná foi o responsável por agravar o processo contra os políticos, que inclui, além dos dois vereadores citados, os ex-parlamentares Aparecido Domingos Regini (Zebrão), Dorival Dias, Edith Dias de Carvalho, Francisco Gomes dos Santos, João Alves Correa (John), Marly Martin Silva e Odair de Oliveira Lima (Fogueteiro). Todos eles foram acusados de nomear parentes para cargos comissionados na Câmara Municipal, em flagrante desrespeito à legislação que veda o nepotismo.
Com a decisão, Altamir da Lotérica e Belino Bravin, que até então ocupavam cadeiras na Câmara Municipal, deverão deixar imediatamente seus postos. Seus suplentes, a professora Vera Lopes e Luiz Neto, estão preparados para assumir as vagas deixadas, o que deverá provocar uma mudança significativa na configuração do legislativo municipal.
Impacto Político: Candidaturas Atingidas e Futuros Incertos
A reviravolta jurídica tem impacto direto nas eleições municipais de Maringá. Altamir da Lotérica (PSDB), Belino Bravin (PL), Zebrão e Odair Fogueteiro (PL) eram considerados favoritos nas próximas eleições, com grandes chances de serem eleitos ou reeleitos. No entanto, com a perda dos direitos políticos, esses nomes de peso estão agora fora da corrida eleitoral, abrindo espaço para novos concorrentes e alterando drasticamente o cenário político local.
O caso expõe mais uma vez as práticas de nepotismo e a cultura do “toma lá, dá cá” que ainda persistem em muitas câmaras municipais pelo Brasil. O uso do poder público para beneficiar familiares é uma prática antiga, mas que encontra cada vez menos espaço em um cenário de maior vigilância por parte dos órgãos de controle e da sociedade.
Uma Cidade em Choque: Reações e Desdobramentos
A decisão surpreendeu muitos em Maringá, uma cidade conhecida por seu dinamismo econômico e pelo alto nível de engajamento político de sua população. Eleitores que apoiavam os vereadores agora se perguntam sobre o futuro político da cidade e sobre quem realmente representa seus interesses.
Enquanto a Câmara Municipal se prepara para a posse dos novos vereadores, a pergunta que fica é: como esse episódio vai reverberar nas urnas? Com a saída de figuras tradicionais, novas lideranças podem emergir, mas também pode haver um aumento no sentimento de descrédito em relação à política local.
Os desdobramentos dessa decisão serão acompanhados de perto, tanto pelos maringaenses quanto por outras cidades que enfrentam situações semelhantes. A Justiça deu um recado claro: a impunidade para atos de improbidade administrativa não será tolerada, e a limpeza na política começa em casa.