Velório aberto e funeral de cardeal Pell é ofuscado por revelação de memorando

Por Philip Pullella

O cardeal australiano George Pell era velado na sexta-feira (13), com os preparativos para o funeral sendo ofuscados por revelações de que ele foi autor de um memorando anônimo que classifica o pontificado do papa Francisco como uma catástrofe.

O caixão fechado de madeira marrom escura de Pell foi colocado no chão da pequena igreja de Santo Estêvão dos Abissínios, dentro dos muros do Vaticano, a poucos metros da residência de Santa Marta, onde Francisco mora.

Pell, de 81 anos, que passou mais de um ano na prisão antes de ser absolvido das acusações de abuso sexual em sua terra natal, a Austrália, morreu na noite de terça-feira em um hospital de Roma por insuficiência cardíaca.

Sua morte inesperada por parada cardíaca durante o que se esperava ser uma cirurgia de rotina para substituição do quadril foi seguida por outro choque no dia seguinte.

No ano passado, o respeitado jornalista italiano Sandro Magister, que tem um longo histórico de recebimento de documentos vazados do Vaticano, publicou um memorando anônimo circulando no Vaticano que condenava o papado do papa Francisco como uma “catástrofe”.

Magister divulgou em seu blog de amplo alcance, o Settimo Cielo (Sétimo Céu), que foi Pell quem escreveu o memorando e lhe deu a permissão para publicá-lo sob o pseudônimo de “Demos” — grego para povo. O memorando incluía o que o autor dizia ser as qualidades que o próximo papa deveria ter.

“Todo mundo aqui está falando sobre isso”, disse uma autoridade do Vaticano, falando sob condição de anonimato.

O funcionário disse não ter dúvidas de que Pell foi o autor, mas acrescentou que a revelação deveria ter esperado a realização de seu funeral “em respeito aos mortos”.


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