Mais de meio milhão de aprendizes têm vínculo de trabalho ativo no Brasil. A informação é do Ministério do Trabalho com dados de setembro do ano passado: 517.553. O Jovem Aprendiz foi criado para promover a inclusão social por meio de qualificação profissional, a inserção no mundo do trabalho, combate à evasão escolar e trabalho infantil.
Geovana Cardoso Duarte, 17 anos, conseguiu o primeiro emprego por meio do programa. Ela trabalhou durante quase dois anos na Revest, empresa onde foi efetivada após o período de aprendizagem. Hoje realiza atividades como atendimento ao cliente, emissão de notas fiscais, auxílio na organização de processos da empresa e outras atividades. De olho na possibilidade de crescimento na mesma empresa e cursando graduação em Ciências Contábeis, ela pretende se candidatar a uma vaga na área assim que se sentir preparada para assumir nova função.
A jovem recebeu a proposta de permanecer na Revest após o encerramento do Jovem Aprendiz e assinou o novo contrato em outubro de 2022. “Aceitei de primeira, porque gosto de trabalhar aqui. Me esforcei para me desenvolver e meu gestor demonstrou gostar do meu serviço, por isso agarrei a chance”, conta.
Recém-integrada à equipe como jovem aprendiz, Júlia Faccio, de 15 anos, tem gostado da rotina de trabalho e da experiência. Ela conta que está aprendendo sobre postura profissional e a separar vida profissional e pessoal. “Estou aprendendo muito”, diz.
A Revest conta com dez pessoas preenchendo as vagas destinadas ao Jovem Aprendiz e potenciais candidatas a funções efetivas, conforme o desempenho e o surgimento de oportunidades. Na empresa, a presença dos aprendizes representa ganhos para todos, já que enquanto eles acumulam experiência para a carreira profissional, o negócio se adapta às características das novas gerações. “É gratificante acompanhar o crescimento de cada jovem. O programa representa uma grande contribuição social, pois prepara pessoas para o mercado. O participante tem a oportunidade de aprender e se prepara para assumir novos contratos e responsabilidades, inclusive na empresa onde iniciou o programa”, diz a responsável pelo setor de Recursos Humanos da Revest, Heloísa Ferreira de Lima.
Programa
O Jovem Aprendiz foi instituído em 2000 e é norteado Lei da Aprendizagem. O contratado pelo programa recebe salário e outros direitos trabalhistas e previdenciários, como vale-transporte, 13° salário, férias e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Tudo registrado na Carteira de Trabalho e Previdência Social.
Podem participar jovens de 14 a 24 anos, com tempo de permanência de dois anos, período que pode ser dividido entre empresas diferentes – existe exceção para pessoas portadoras de necessidades especiais. O aprendiz pode trabalhar até seis horas diárias. O limite pode ser de até oito horas diárias para quem completou o ensino fundamental, se nessa carga horária forem contempladas horas de aprendizagem. O empregador deve oferecer capacitação.