Reino Unido convoca eleições legislativas para 4 de julho

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Os eleitores ingleses vão votar para o próximo governo no dia 4 de julho. A data foi anunciada oficialmente pelo primeiro-ministro Rishi Sunak na tarde desta quarta-feira (4), após uma reunião extraordinária do conselho de ministros.

Sunak afirmou que pediu na manhã de hoje a dissolução do Parlamento ao rei Carlos III e que este a concedeu, indicando que a eleição se realizará no início de julho.

A confirmação da data ocorre após um dia de intensas especulações em Westminster. O anúncio foi feito sob chuva, em frente à porta d a residência oficial do primeiro-ministro britânico, em Downing Street, nº 10.

“Chegou o momento de o Reino Unido escolher o seu futuro. De decidir se quer aproveitar os progressos alcançados ou arriscar-se a voltar à estaca zero, sem um plano e sem certezas”, afirmou Sunak.

Nas sondagens, os conservadores, no governo, perdem para os trabalhistas, por 20 pontos de diferença. A confirmar-se a tendência será o fim de 14 anos de gestão conservadora, em um dos períodos mais turbulentos da história recente do Reino Unido.

Apesar de tudo, o primeiro-ministro mostra-se confiante em um bom resultado.

Rishi Sunak vinha sendo pressionado para marcar estas eleições antecipadas, mas aguardou por melhores resultados econômicos.

Desafios

O anúncio da data para as eleições tornou-se rapidamente um discurso de pré-campanha por parte do primeiro-ministro, que irá se recandidatar ao cargo.

Rishi Sunak começou o discurso lembrando que o país enfrentou, desde a última eleição, seu período mais desafiador desde a Segunda Guerra Mundial, citando especificamente a pandemia de covid-19 e “a volta da guerra à Europa, quando Vladimir Putin invadiu a Ucrânia”, que teve um impacto notório no setor de energia.

“É tão fácil para tantos esquecerem o que tivemos de enfrentar”, afirmou.

“A estabilidade econômica” que, conforme lembrou, ele próprio foi chamado a restaurar, “é a fundação de todo o sucesso. Seja para incrementar salários e bons empregos, investir nos nossos serviços públicos ou defender o nosso país”.

Os britânicos “terão de escolher quem tem esse plano [de aproveitar os resultados alcançados], quem está preparado para tomar as medidas corajosas necessárias para garantir um futuro melhor para o nosso país”, disse o primeiro-ministro, defendendo os resultados alcançados por seu governo.

“Graças ao nosso sacrifício coletivo e ao nosso intenso trabalho, alcançamos duas conquistas ao garantir a estabilidade, mostrando que quando trabalhamos junto tudo é possível”, afirmou.

“Nunca deixei e nunca deixarei as pessoas sozinhas para enfrentar os seus dias mais difíceis”, prometeu ainda Rishi Sunak, garantindo que fará tudo para que os britânicos contem com a proteção “mais forte possível”.

Sunak sublinhou ainda que a economia britânica está crescendo e que “a inflação voltou ao normal”. Nesta quarta-feira foi anunciado que a inflação do país ficou em 2,3% em abril.

O primeiro-ministro assinalou também que as taxas de juro têm caído e que os planos do governo estão sendo bem-sucedidos, mesmo com as “coisas não estando fáceis para muitas pessoas”.

“Dominamos a inflação, controlamos a dívida, baixamos os impostos aos trabalhadores e aumentando as pensões estatais em £ 900 libras”.

Ataque à oposição

“Reduzimos os impostos dos investimentos e aproveitamos as oportunidades abertas pelo Brexit para tornar o país em um dos melhores do mundo para abrir um negócio, repassamos ao Serviço Nacional de Saúde financiamentos recorde e garantimos o treinamento de médicos e os enfermeiros para as próximas décadas”, elencou o governante.

Rishi Sunak afirmou ainda que é guiado pelo que “está certo e não pelo que é fácil”. “Não posso dizer o mesmo do partido Trabalhista, porque desconheço o que propõem. E, verdadeiramente, creio que vocês também não sabem”, acrescentou, dirigindo-se ao público.

“E isso advém de eles não terem plano”, acusou, prevendo um futuro “de incerteza” para os seus opositores mais diretos, liderados pelo secretário-geral Keir Starmer.

“Em 5 de julho, ou Keir Starmer ou eu seremos primeiro-ministro. Ele já demonstrou uma e outra vez que irá escolher o caminho de saída mais fácil e fazer tudo para chegar ao poder”, acusou Sunak.

“Se ele se sentiu bem em abandonar todas as promessas que fez para se tornar líder do partido, como vocês podem saber que ele não fará exatamente o mesmo ao se tornar primeiro-ministro?”, questionou, prometendo que vai lutar “por cada voto”.

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