Projeto de música clássica em hospitais públicos de São Paulo oferece cotas de patrocínio por meio da Lei Rouanet

Vida em Pauta tem valor aprovado na Lei Federal de Incentivo à Cultura

Com valor aprovado de R$ 1.847.750,00 na Lei Rouanet, nome popular da Lei Federal de Incentivo à Cultura, o projeto VIDA EM PAUTA leva música clássica toda semana a três hospitais públicos de São Paulo: Instituto da Criança e do Adolescente (ICr HCFMUSP), Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e Instituto de Atendimento Médico ao Servidor Público Estadual (IAMSPE).

O projeto Vida em Pauta conta atualmente com o patrocínio da Drogasil, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Para 2024, a iniciativa abre cotas para novos apoiadores nas categorias Patrocínio Master, Patrocínio e Apoio. Empresas interessadas em patrocinar a iniciativa podem abater integralmente o valor do patrocínio do seu Imposto de Renda a pagar.

Entre as contrapartidas oferecidas para a empresa estão: aplicação da marca em banner e em camiseta de músicos; presença da marca em press kits e demais materiais desenvolvidos para jornalistas; agradecimento no site do projeto; direito à divulgação do patrocínio em materiais da empresa patrocinadora; citação nas redes sociais com aplicação da marca; presença da marca nos materiais voltados ao público; anúncio patrocinado nas redes sociais; anúncios em rádio e sites de notícia; aplicação da marca em vídeo institucional.

Patrocinar projetos culturais com base em lei de incentivo não só fortalece a imagem institucional da empresa como também ganha destaque e credibilidade no mercado por sua responsabilidade social ao vincular sua marca com o chamado marketing cultural.

Projeto Vida em Pauta

Idealizado pelo músico Sérgio Melardi, o projeto Vida em Pauta é uma iniciativa da Interarte que leva música clássica a hospitais públicos numa ação de humanização. Em formações intimistas – duos e trios – os músicos percorrem diversos setores de cada hospital, como pronto-socorro, cuidados paliativos, oncologia, pediatria etc.

A ideia é proporcionar momentos de conforto a pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde. Desde abril de 2023, foram 25 mil pessoas “atingidas” pelo projeto. Até o final deste ano serão 100 apresentações nos três hospitais.

As atuações acontecem em parceria com a equipe hospitalar: os músicos são preparados para compreender o contexto dos hospitais e recebem orientações específicas para interagir de maneira adequada com pacientes e familiares. Os pequenos concertos têm duração de 15 minutos em cada setor do hospital e ocorrem nos corredores. Se for desejo do paciente e houver condições clínicas, os concertos também podem ser realizados dentro dos quartos.

Repertório – Bach, Vivaldi, Mozart

O repertório, selecionado por Melardi e sua equipe, apresenta melodias calmas e harmoniosas, criteriosamente escolhidas para diminuir ansiedade e trazer equilíbrio ao hospitalizado. Também se optou pela utilização de instrumentos cuja frequência e timbre sonoro sejam absorvidos de maneira não invasiva pelos ouvintes.

Estudos demonstram a capacidade da música dos grandes mestres, principalmente de Bach, Vivaldi e Mozart, de serem indutores de transformações profundas no cérebro, auxiliando na recuperação.

Melardi ressalta que o Vida em Pauta “não se configura como terapia ou tratamento terapêutico, mas sim como uma pausa saudável e acolhedora. A música clássica não apenas reduz a ansiedade e o medo, mas também cria um ambiente mais propício para a conexão humana, melhorando a comunicação entre pacientes e profissionais de saúde”.

“Estamos trabalhando para ser a empresa que mais promove saúde e bem-estar no Brasil. Fazer parte desta ação em hospitais, levando momentos de alegria aos pacientes, familiares e funcionários, nos coloca mais perto desse objetivo. Queremos fazer a diferença na vida das pessoas contribuindo com ações que façam o dia a dia de todos cada vez melhor”, comenta Maria Izabel Toro, gerente executiva de investimento social da RaiaDrogasil

Músicos de excelência

Músicos de excelência em seus instrumentos foram convidados a integrar a iniciativa. Para Melardi, a qualidade dos intérpretes é essencial para que o projeto atinja seu potencial máximo em termos de benefícios, qualidade artística e impacto positivo na comunidade, oferecendo uma experiência auditiva agradável e enriquecedora para os pacientes,

Atualmente, a equipe conta com 16 artistas, entre eles:

Cláudio Micheletti – violino – Formado em 2004 na Liszt Ferenc Academy of Music em Budapeste (Hungria), é Spalla da Orquestra Experimental de Repertório e Spalla da Orquestra Sinfônica da USP.

Ricardo Massahaku Fukuda – violino e violoncelo – Estudou violino com Yoshitame Fukuda e Erich Lehninger, violoncelo com Zygmunt Kubala e Watson Clis. É Professor da Escola Municipal de Música de São Paulo e Coordenador Artístico do Instituto Fukuda de Música.

André Micheletti – Como recitalista e camerista, tem atuado no Brasil, Argentina, Alemanha, Itália, Estados Unidos e Canadá. Professor do Departamento de Música da FFCLRP-USP. Diretor artístico do Festival Internacional de Música Erudita de Piracicaba.

Completam a equipe Camila Medeiros Picasso, Denise de Freitas Fukuda, Diego Francisco Araujo G. Mesquita, Gabriel Curalov, Ivan P. Santos Machado Dantas, Karen Lena, Luísa da Costa Rezende, Marcia Miyuki Uhlemann, Marcos Fukuda, Thiago Cordeiro de Oliveira, Willian Gizzi Rodrigues de Araújo, Fernanda Bertinato, Gabriel Mira e Rafael Sanches.

Estudos

Estudos apontaram que a música auxilia em tratamentos para doenças degenerativas e demências, entre outras. (WONG, 2015). Pesquisas nacionais sobre os efeitos da música nos hospitais apontam que ações musicais atuam no enfermo na diminuição do nível de ansiedade, diminuição da dor, e sintomas depressivos. Os resultados indicam a importância da música para o ambiente hospitalar e alertam para a necessidade de mais investigações sobre as intervenções musicais nos hospitais. (CAMPOS, NAKASU, 2016).

Pesquisa médicas confirmam que a música pode diminuir a frequência cardíaca, diminuir a pressão arterial, reduzir os níveis de hormônio do estresse. Além disso, há evidências de a música auxiliar na recuperação de pacientes que tiveram AVC.

Arte como ferramenta de humanização nos hospitais

Os principais hospitais do Brasil e do mundo, públicos e privados, buscam condutas para levar mais qualidade humana à estadia do paciente.

No Brasil, o Grupo Saracura desenvolve práticas musicais especializadas através do cancioneiro popular desde 2005. Sua atuação ocorre em 17 hospitais públicos e privados de São Paulo. O grupo é financiado por leis de incentivo e já realizou mais de 3.240 visitas em hospitais atendendo diretamente mais de 169.000 pessoas entre 2010 a 2016.

Em parceria com a Associação Paulista de Medicina (APM), o Programa de Música nos Hospitais atua com o objetivo de amenizar a rotina hospitalar através de concertos de música erudita em hospitais públicos ou filantrópicos, contando com apresentações no estado de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.

O grupo Music in hospitals & Care – Joy through live music (Link) iniciou suas atividades em 1948 tocando música ao vivo nos hospitais. Hoje a associação tem ampla extensão, contanto com mais de 450 instrumentistas e cantores atuando em hospitais, atendendo mais de 100 mil pessoas por ano na Inglaterra, Escócia e País de Gales.

Os Estados Unidos e Canadá contam com o programa Music for Healing & Transition Program (Link) que, desde 1994, é uma organização que qualifica e certifica músicos para atuarem em ambientes de saúde.

É significativo citar o trabalho de Vitor Flusser (2013), músico francês pioneiro em lecionar cursos para cantores e instrumentistas atuarem em hospitais no Brasil. Ele desenvolveu o curso de músicos atuantes em hospitais na França pela Universidade de Strasbourg, e levou essa mesma proposta a vários países, como Portugal, Espanha, Itália e Alemanha.

Depoimentos sobre o Projeto Vida em Pauta

“Foi maravilhoso, tranquilo e reconfortante. Pena que não dá para aplaudir, pois estou com a mão recebendo medicação.” (Paciente da Quimioterapia)

“A música é fundamental no ambiente hospitalar, principalmente aqui onde trabalhamos com oncologia. (Maria Helena da Cruz Sponton, coordenadora de humanização do Instituto do Câncer)

“Nós, músicos, quando tocamos, tocamos o coração das pessoas. Aqui nós nos sentimos tocados por cada olhar, cada semblante.” (Ricardo Fukuda, músico do projeto)

“Os pacientes mostram outro humor ao ouvir as músicas. Sempre flagro reações positivas, nem que seja um breve sorriso. No hospital, os pacientes vivem o oposto da estética da música. É grande o impacto para quem vive a realidade da dor, do sofrimento, da morte.” (Dra Antônia Tonus, psiquiatra do Hospital do Servidor)


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