Processo contra Chiquinho Brazão por morte de Marielle Franco avança na Câmara
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 15, a continuidade do processo contra o deputado Chiquinho Brazão (Avante-RJ), acusado de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e de seu motorista Anderson Gomes, assassinados em março de 2018. A decisão acendeu debates intensos sobre a responsabilização de políticos e a transparência nas investigações.
Brazão, que nega qualquer participação no crime, está sob investigação após delações que apontam seu nome como possível mandante do assassinato. O caso, que chocou o país e gerou repercussão internacional, está longe de ser solucionado, apesar das prisões dos executores, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz.
O relator do processo no Conselho de Ética, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), destacou a gravidade das acusações e a necessidade de uma investigação profunda. “Não podemos tolerar que um parlamentar seja suspeito de um crime tão bárbaro sem que se apure todos os fatos com rigor. A Câmara precisa dar uma resposta à sociedade”, afirmou.
O avanço do processo ocorre em um momento sensível para o Congresso, que enfrenta pressões por maior transparência e ética em suas ações. Organizações da sociedade civil, como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, têm acompanhado de perto o desenrolar do caso e cobrado celeridade e justiça.
A defesa de Brazão, por sua vez, alega que as acusações são infundadas e motivadas por interesses políticos. Em nota, os advogados do deputado afirmam que “Brazão é alvo de uma campanha difamatória que visa prejudicar sua carreira política”. Eles ressaltam que não há provas concretas que liguem o deputado ao crime e que todas as suas atividades foram realizadas dentro da legalidade.
Além do processo no Conselho de Ética, Brazão também é alvo de investigações pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. A Procuradoria Geral da República (PGR) já se manifestou sobre a gravidade do caso e a necessidade de que todas as esferas de investigação sejam coordenadas para garantir a elucidação completa do crime.
O caso Marielle Franco continua a ser um símbolo de luta por justiça e direitos humanos no Brasil. A vereadora, conhecida por sua atuação em defesa das minorias e contra a violência policial, tornou-se um ícone da resistência e da luta por um país mais justo e igualitário. Seu assassinato não apenas ceifou a vida de uma líder promissora, mas também expôs as feridas de um sistema político e social marcado pela violência e impunidade.
A decisão do Conselho de Ética de seguir com o processo contra Chiquinho Brazão é vista por muitos como um passo importante para a justiça, mas também como um lembrete de que o caminho até a verdade pode ser longo e tortuoso. A sociedade brasileira, atenta e vigilante, espera que as investigações prossigam com a seriedade e a imparcialidade necessárias para que todos os responsáveis, diretos e indiretos, sejam devidamente punidos.
Enquanto isso, a memória de Marielle Franco permanece viva, inspirando novas gerações a lutar por um Brasil mais justo e seguro. A continuidade deste processo é um tributo à sua coragem e um compromisso com a justiça que todos almejam.