9 de maio de 2024

Prêmio Sesc: censura velada e ameaças da Record expõem preconceito e intolerância

O Prêmio Sesc de Literatura, tradicionalmente reconhecido por sua excelência na promoção da literatura brasileira, viu-se envolto em uma polêmica que expõe o preconceito e a intolerância ainda presentes em nossa sociedade. A acusação de censura a um livro de temática LGBTQIA+ e a ameaça de suspensão de parceria por parte da Record, emissora de televisão conhecida por sua postura conservadora, são sintomas preocupantes de uma mentalidade retrógrada que busca silenciar vozes diversas e marginalizar identidades minoritárias.

O livro em questão, “Flores Raras”, de Carmen Maria Machado, foi selecionado para a lista de finalistas do prêmio, mas posteriormente retirado após pressão de grupos conservadores. A justificativa apresentada pelo Sesc foi a de que o conteúdo do livro não estaria de acordo com os “valores da instituição”. No entanto, essa alegação é questionável, uma vez que o Sesc já premiou obras com temáticas semelhantes no passado.

A retirada do livro da lista de finalistas não apenas fere a liberdade de expressão, mas também desrespeita a diversidade e a pluralidade da literatura brasileira. A temática LGBTQIA+ é parte integrante da nossa cultura e deve ser tratada com a mesma seriedade e respeito que qualquer outro tema. Censurar obras que abordam essa temática é negar a existência e a experiência de milhões de pessoas.

A ameaça da Record de suspender sua parceria com o Sesc caso o livro seja premiado é igualmente preocupante. A emissora, que tem um histórico de veiculação de conteúdo preconceituoso e homofóbico, tenta usar sua influência econômica para impor sua agenda conservadora. Essa atitude é inaceitável e deve ser repudiada por todos que acreditam na liberdade de expressão e na diversidade.

O Prêmio Sesc, ao ceder à pressão de grupos conservadores e retirar o livro da lista de finalistas, perdeu a oportunidade de se posicionar como um defensor da liberdade de expressão e da diversidade. A ameaça da Record, por sua vez, expõe a intolerância e o preconceito que ainda permeiam nossa sociedade. É fundamental que resistamos a essas tentativas de silenciamento e continuemos a lutar por uma sociedade mais justa e inclusiva, onde todas as vozes possam ser ouvidas.