22 de setembro de 2024

Prejuízos no exterior não podem ser compensados, mas, precisam ser declarados

Há algumas obrigações com a Receita Federal que devem ser observadas

É cada vez mais comum pessoas que invistam em ações no exterior. Não apenas pela instabilidade política e econômica no Brasil, que interfere na rentabilidade dos investimentos, mas, sobretudo, pela diversificação da carteira. Entretanto, também é corriqueiro ter prejuízos nos investimentos. O que o investidor precisa saber é que essas perdas não podem ser compensadas, como acontece com os investimentos no Brasil, mas, ao mesmo tempo, elas precisam ser declaradas à Receita Federal (RF) anualmente.

“O investidor que se arrisca no mundo dos investimentos no exterior pode ganhar muito dinheiro, mas, também pode ter prejuízos. E quando isso acontece, há algumas obrigações com a Receita Federal que devem ser observadas”, ressalta o contador Luis Fernando Cabral, do Grupo Contador do Trader, especialista em contabilidade para investidores. “No momento em que o investidor envia seu dinheiro para fora do país, o Banco Central está ciente disso. O que ele não sabe é o que foi feito com esse investimento. Por isso, é importantíssimo informar à RF caso esse dinheiro tenha sido perdido lá fora.”

A Receita Federal tributa ações no exterior quando esses investimentos geram lucros com as negociações e com os dividendos recebidos. Entretanto, quando há prejuízos, o órgão não sabe a não ser que o investidor avise a RF, o que precisa constar na declaração anual do Imposto de Renda (IR). “Caso isso não aconteça, a Receita vai cobrar o investidor, pois, o órgão federal pode acreditar que estão sendo realizadas manobras ilícitas. Por isso, é muito importante declarar no ajuste anual”, ressalta Luis Fernando.

Luís Fernando lembra ainda que os lucros isentos que forem evidenciados neste tipo de investimentos também necessitam ser declarados. “Uma coisa é ter o lucro dentro das normas e fazer jus de um incentivo fiscal que é a isenção, outra coisa é declarar toda essa movimentação no ajuste anual para deixar claro para a Receita Federal toda a origem desse recurso”, explica.

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