Polícia Federal descobre novo esquema de espionagem da Abin
A Polícia Federal identificou mais um esquema clandestino de espionagem, durante as apreensões na operação que apura a conduta de servidores da Agência Brasileira de Inteligência em um rastreamento irregular de celulares. A informação foi revelada na quinta-feira 26 pela TV Globo.
No novo esquema, era utilizada uma ferramenta de invasão por meio de um malware que acessava todo o conteúdo dos computadores. O ingresso ilegal ocorria por meio do disparo de um e-mail, mensagem de texto ou até mesmo por acesso físico à máquina, como conectar um pen-drive.
A vítima infectada não sabe que a invasão ocorreu. E imediatamente todo conteúdo do computador passa a ser acessado pelos espiões.
Na semana passada, operação da Polícia Federal trouxe à tona um suposto esquema criminoso de rastreamento de celulares conduzido pela Abin. Mais de 33 mil acessos foram feitos sobre a localização de aparelhos de ministros do STF, auxiliares, funcionários da corte, servidores públicos, jornalistas, políticos e policiais, dentro outros.
Ao todo, a PF cumpriu na operação 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Goiás e no Distrito Federal. A agência disse que colaborou com a Polícia Federal e que a operação é retaliação.
A empresa fornecedora deste sistema foi alvo de busca e apreensão. Porém, de acordo com fontes, a nova descoberta, que envolve esquemas de invasão de computadores, não é da mesma empresa que vende o rastreamento de geolocalização de aparelhos de telefone, o que levará a PF a ir atrás também da ponta fornecedora das ferramentas de intrusão de computadores.
Nesta semana, o governo Lula (PT) exonerou Paulo Maurício Fortunato, o número 3 da atual direção da Abin, e outros dois integrantes da cúpula do órgão investigados por suspeita de usar irregularmente uma ferramenta de espionagem.
Sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), período em que o software israelense foi utilizado pela Abin, Fortunato era diretor de Operações de Inteligência. Na gestão Lula, ele foi nomeado pelo atual chefe da agência, Luiz Fernando Corrêa, para o posto de secretário de Planejamento e Gestão.