11 de maio de 2024

Pesquisa do Instituto Semesp e da Workalove aponta que 80% dos jovens querem ingressar no ensino superior em 2024

O levantamento também mostra que, para 40% dos entrevistados, encontrar um emprego na área de atuação é a maior motivação para iniciar uma graduação; modalidade presencial é a de maior interesse

O Instituto Semesp, centro de inteligência analítica criado pelo Semesp, e a Worklaove, plataforma de orientação e desenvolvimento de carreiras do Pravaler, lançam a quinta edição da pesquisa O que realmente os alunos pensam sobre o ensino superior, que traz um panorama de quais são as principais motivações dos estudantes para ingressar no ensino superior, desta vez, com foco em 2024. 

O levantamento, que ouviu 1.542 jovens de todo o Brasil, no período de 9 a 22 de novembro de 2023, destes, 79% de até 24 anos, aponta que 85% têm como maior sonho entrar na faculdade, seja pública ou privada, e que 80% pretendem ingressar em uma instituição de ensino superior no próximo ano, e mais da metade deles ainda no primeiro semestre (58%). Para 40%, a possibilidade de conseguir um emprego na área de atuação desejada é o principal motivo do ingresso às IES, seguido por mudança de vida (26%).

A área da saúde com 28% é a mais procurada pelo público, seguido por Negócios, Administração e Direito (17%) e por Computação, Tecnologia da Informação e afins (13%). Os entrevistados também demonstraram maior interesse em ingressar em cursos presenciais, com 67,8% dos respondentes optando pela modalidade em questão, e 26% deles afirmando não se adaptar a cursos EAD ou híbridos. Por conta disso, o principal aspecto avaliado por 12,4% dos estudantes ao buscar uma universidade é sua avaliação segundo o Ministério da Educação (MEC), seguido pela disponibilidade do curso (11%), localização (com 10%) e a reputação da universidade (8%).

Para Fernanda Verdolin (foto) fundadora da Workalove, estrategista de Carreiras e pesquisadora do Futuro do Trabalho, o interesse do estudante no ensino e a escolha da universidade está atrelada ao desempenho dela no MEC: “No primeiro semestre deste ano o TCU (Tribunal de Contas da União) verificou que a avaliação dos cursos não é capaz de mensurar a qualidade da formação dos estudantes. Atualmente, mais de 80% das instituições de ensino superior no Brasil já conquistaram um bom desempenho e, consequentemente, alcançaram as notas máximas exigidas, porém há uma urgência de reconstruir essas métricas de modo que elas indiquem a qualidade do serviço que é oferecido, a conclusão do curso e também acompanhe a trajetória de empregabilidade dos alunos. Precisamos de indicadores que alcance uma avaliação mais real”.

Acesso à graduação

Entre os respondentes, 65% afirmaram não conseguir ingressar sem algum tipo de auxílio. Sendo que, mais de 30% pretendem acessar via bolsa da própria instituição. Para Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil, esse é um problema recorrente que reforça a necessidade de apoio aos estudantes: “Mais de 97% dos alunos concordam que o estudo é uma forma de ascensão social. No entanto, a situação financeira é decisiva, por isso, precisamos democratizar o acesso ao ensino superior por meio de políticas públicas de assistência estudantil que garantam a ampliação do número de estudantes na educação superior”, ponderou. Rodrigo Capelato também lembrou que “menos jovens no ensino superior implica em uma maior vulnerabilidade social e menos capital socioeconômico no mercado, o que deve impactar na capacidade produtiva do país no futuro”.