Pecuária intensiva do Tocantins se destaca por confinamentos bem estruturados e rebanhos com boa genética

A terceira rota do Confina Brasil teve início em 14 de agosto. Na semana, especialistas da Scot Consultoria realizaram visitas a sete fazendas especializadas na criação intensiva e semi-intensiva de bovinos para a produção de carne no Tocantins, e uma propriedade no Pará. Durante as visitas, a “Equipe 1” da pesquisa-expedicionária passou por propriedades com boas infraestruturas para abrigo dos animais, assim como rebanhos com excelente melhoramento genético graças aos trabalhos criteriosos de seleção realizados pelos gestores de cada fazenda. Também foram caracterizam destaques o uso do confinamento como ferramenta de estratégia na gestão do plantel, realizada de maneira particular em cada propriedade, e a presença de um biodigestor, aplicado no manejo de resíduos da propriedade.

Confinamento como estratégia

Em um espaço de 38 mil hectares, a propriedade Encontro da Natureza, em Silvanópolis (TO), enxerga o confinamento como uma ferramenta estratégica para realizar todas as fases do ciclo de produção. “No confinamento, os bezerros que nascem nos últimos meses da estação de parição, os chamados “bezerros do tarde”, são “sequestrados” logo após o desmame e isso permite que os gestores antecipem o desenvolvimento do gado, através de uma dieta composta por silagem de milho, principalmente, o que, por sua vez, garante um melhor desempenho desses bovinos e um produto de melhor qualidade”, informa Diego Rossin, médico-veterinário e técnico do Confina Brasil.

Além disso, as fêmeas que não emprenharam são estrategicamente encaminhadas o confinamento e após o período de engorda são destinadas ao abate, tornando o processo mais eficiente, o que resulta em melhor aproveitamento dos animais. Dessa forma, o confinamento assume uma posição central na propriedade, servindo como uma ferramenta valiosa na gestão do rebanho. “Ele não apenas aprimora a terminação e engorda, mas também molda o ciclo de produção como um todo”, completa Jayne Costa, zootecnista e técnica do Confia Brasil”.

Infraestrutura e gestão ambiental

O Grupo Agrojem é detentor da Fazenda Bacaba, localizada na tocantinense Miranorte. Para Jayne Costa, zootecnista e analista de mercado da Scot Consultoria, “Apesar de ser um confinamento novo, completando 1 ano de atividade, a infraestrutura é um grande destaque da propriedade. Metade das baias de engorda possuem cochos cobertos”. Um dos pilares para o sucesso do Agrojem é o cuidado com o conforto dos bovinos, assim como a preservação do meio ambiente. Após todo o processo de tratamento, os dejetos sólidos se transformam em um produto enriquecido, que é aproveitado nas lavouras. Dessa forma, o que anteriormente representava um ônus na fazenda, sem gerar lucro e sob forma de um potencial poluente, agora se tornou um ativo na receita da propriedade, impulsionando os lucros da produção agrícola, que é outro destaque da fazenda.

Em Pium (TO), localiza-se a fazenda Boa Fortuna, com 25 mil hectares, o grupo realiza ciclo completo, com foco principal na recria e engorda. Os técnicos do Confina, enfatizaram a eficácia da estrutura coberta (barracão), para a proteção de silos trincheira, o que contribui para reduzir o aquecimento e preservar esse silo, resultando em perdas quase insignificantes do material ensilado.

Melhoramento genético

A Boa Fortuna sabe que somente a gestão de recursos e a sustentabilidade não garantem a lucratividade do negócio, por isso, outra diretriz da fazenda é a manutenção de boa infraestrutura e o investimento forte no melhoramento genético de seus bovinos. A propriedade aderiu ao programa de melhoramento genético da “Associação Cia. de Melhoramento” para sua vacada de cria, pensando na necessidade de avançarem mais rápido em direção aos seus objetivos, assinala Diego.

Outra unidade do Grupo Agrojem, a Fazenda São Geraldo, de Caseara (TO), conta com operação diversificada, em uma combinação entre agricultura e pecuária. Na propriedade, os bezerros de desmama nascidos no início da estação são transferidos para as palhadas da agricultura, onde passam a etapa de recria. “Após essa fase, no confinamento, os animais são terminados com dieta balanceada da Nutron, para atingir o potencial máximo de ganho de peso”, destaca o técnico do Confina Brasil. O Grupo Agrojem conta ainda com touros e matrizes de alta genética, promovendo a qualidade do plantel por meio de biotecnologias aplicadas na reprodução, como a inseminação artificial e transferência de embriões, objetivando melhores resultados e qualidade dos animais produzidos.


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