6 de maio de 2024

Os efeitos do conflito em Israel e na Faixa de Gaza: uma catástrofe na psicologia humana

Por Shana Wajntraub

Ataques terroristas, especialmente quando ocorrem de forma inesperada, desencadeiam respostas complexas no cérebro humano e têm profundos impactos psicológicos nas vítimas e testemunhas. O cérebro humano é notavelmente sensível a ameaças e eventos traumáticos, ativando mecanismos de defesa ancestrais em situações de perigo. Em uma situação como o conflito entre Israel e o Hamas, a resposta de luta ou fuga é desencadeada, liberando substâncias químicas como a adrenalina, que aumentam a vigilância e a ansiedade. A amígdala, uma estrutura cerebral relacionada ao processamento de emoções, desempenha um papel fundamental, intensificando as reações emocionais diante do perigo.

À medida que as pessoas vivenciam um ataque terrorista inesperado, muitos enfrentam sintomas de estresse agudo, como o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Isso pode incluir flashbacks, pesadelos, hipervigilância, evitação de situações relacionadas ao trauma e alterações no humor. O impacto é agravado pela incerteza e pela sensação de vulnerabilidade. O suporte psicológico e a resiliência são essenciais para auxiliar as pessoas a lidarem com as consequências emocionais de eventos traumáticos desse tipo, promovendo a recuperação e a adaptação a longo prazo.

Minimizar o impacto psicológico de um ataque terrorista inesperado envolve a aplicação de estratégias baseadas na neurociência e psicologia. Aqui estão algumas abordagens que a neurociência nos sugere:

Intervenção imediata: A resposta precoce é crítica para minimizar o impacto traumático. Oferecer apoio psicológico e primeiros socorros psicológicos a vítimas e testemunhas pode ajudar a prevenir a consolidação de memórias traumáticas e reduzir a resposta do sistema de estresse. O suporte social e o contato com entes queridos são particularmente importantes.

1- Terapia cognitivo-comportamental: A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem eficaz para tratar o TEPT. A TCC ajuda as pessoas a reconhecer e reestruturar pensamentos e crenças negativas relacionados ao trauma, ajudando a reduzir sintomas como flashbacks e ansiedade.

2 – Exposição controlada: Abordagens terapêuticas, como a dessensibilização e reprocessamento por movimentos oculares (EMDR), envolvem a exposição controlada a memórias traumáticas enquanto se altera a resposta emocional a elas. Isso pode ajudar a diminuir a intensidade das respostas emocionais negativas.

Mindfulness e meditação: Essas práticas são benéficas para regular as respostas do sistema nervoso e promover a recuperação emocional. Elas auxiliam na redução da ansiedade, no fortalecimento da resiliência e na promoção do bem-estar emocional. O mindfulness são exercícios para fazer a pessoa a voltar a atenção para o agora.

3 – Apoio social: O apoio de amigos, familiares e comunidade desempenha um papel significativo na recuperação após um ataque terrorista. A conexão social é essencial para lidar com o estresse e o trauma, fortalecendo os sistemas de apoio existentes.

A neurociência nos ensina que o cérebro é maleável e pode se adaptar a experiências traumáticas. Ao combinar terapias baseadas em evidências com abordagens de apoio social e autogestão emocional, podemos ajudar as pessoas a minimizar o impacto de eventos traumáticos e promover sua resiliência. No entanto, é importante lembrar que o tratamento deve ser adaptado às necessidades individuais, e a intervenção precoce é crucial para obter os melhores resultados.

Sobre a Shana Wajntraub :  Psicóloga especialista em neurociência com mestrado em comunicação, análise do comportamento pela MMU no Reino Unido, Paul Ekman, e atua há mais de 20 anos no Brasil e países da América Latina.

É autora do livro ” A arte da comunicação de Impacto ” e especialista em treinamento com Strorytelling . Congressista da T&D da América Latina, maior evento focado em profissionais que desenvolvem pessoas nas organizações. Além disso, é Tedx Speaker, programa criado para organizações e profissionais através de eventos TEDx. A psicóloga tem mais de 50 mil seguidores em suas redes sociais. V

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