O retorno ameaçador da coqueluche: entenda os sintomas e proteja-se
A coqueluche, uma doença respiratória infecciosa que já foi considerada erradicada em muitos países, está voltando com força. Um alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) nos coloca em estado de atenção: a doença, causada pela bactéria Bordetella pertussis, voltou a registrar um aumento significativo de casos em diversas partes do mundo. O Brasil, infelizmente, não está imune a essa realidade.
Dados alarmantes revelam um cenário preocupante: entre janeiro e dezembro de 2022, a União Europeia registrou 25.130 casos de coqueluche, número que saltou para 32.037 casos nos primeiros três meses de 2023. No Brasil, a situação também é crítica. Todas as 27 unidades federativas notificaram casos da doença entre 2019 e 2023, com Pernambuco liderando o ranking com 776 casos, seguido por São Paulo (300), Minas Gerais (253), Paraná (158), Rio Grande do Sul (148) e Bahia (122). O período registrou ainda 12 óbitos pela doença.
Em São Paulo, a situação é particularmente grave. A Secretaria de Saúde do estado notificou 139 casos de coqueluche entre janeiro e junho de 2024, representando um aumento de 768,7% em comparação com o mesmo período do ano passado. Esse aumento expressivo exige atenção e medidas urgentes para conter o avanço da doença.
Mas afinal, o que é a coqueluche e por que ela está voltando com tanta força?
A coqueluche é uma doença altamente contagiosa, transmitida por gotículas respiratórias expelidas por pessoas infectadas ao tossir, espirrar ou falar. A bactéria Bordetella pertussis invade as vias respiratórias, causando inflamação e produção de muco. A doença se manifesta por meio de sintomas característicos, que podem ser confundidos com um resfriado comum, mas que evoluem para um quadro mais grave, com crises de tosse persistente e intensa.
Reconhecendo os Sintomas da Coqueluche:
É crucial estar atento aos sintomas da coqueluche, especialmente em crianças, pois a doença pode ser fatal, principalmente em bebês menores de 6 meses, que ainda não receberam a vacinação completa. Os sintomas podem ser divididos em três fases:
Fase Catarroal (Início da Doença):
- Tosse seca e leve
- Coriza (nariz escorrendo)
- Febre baixa
- Irritabilidade
- Perda de apetite
Fase Paroxística (Tosse Intensa):
- Crises de tosse seca e violenta, que podem durar de 1 a 2 minutos
- Emissão de um som agudo (“guincho”) no final da tosse
- Dificuldade para respirar
- Vômito e/ou cansaço após as crises de tosse
Fase de Convalescença:
- Tosse persistente, mas menos intensa
- Diminuição dos sintomas
A Importância da Vacinação:
A vacinação é a principal arma para prevenir a coqueluche. A vacina contra a coqueluche, disponível no calendário vacinal infantil, é segura e eficaz na proteção contra a doença.
No Brasil, a vacina DTP (difteria, tétano e coqueluche) é administrada em cinco doses: aos 2, 4 e 6 meses de idade, com reforços aos 15 meses e aos 4 anos. É importante observar que a proteção da vacina diminui com o tempo, sendo necessário o reforço da imunização com a vacina dT (difteria e tétano) na adolescência e na vida adulta, a cada 10 anos.
Medidas de Prevenção:
Além da vacinação, outras medidas são importantes para prevenir a coqueluche:
- Lavar as mãos com frequência, especialmente após o contato com pessoas doentes;
- Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar;
- Evitar o contato próximo com pessoas doentes;
- Manter ambientes ventilados;
- Adotar hábitos de higiene, como lavar os brinquedos e objetos que as crianças colocam na boca com frequência.
A Coqueluche: Um Desafio Global:
O retorno da coqueluche exige uma resposta global, com ações coordenadas entre países para controlar a doença. A OMS e outros órgãos internacionais estão trabalhando para fortalecer os sistemas de vigilância epidemiológica, aumentar a cobertura vacinal e desenvolver novas estratégias para combater a doença.
O Papel de Cada Um:
A luta contra a coqueluche é responsabilidade de todos. É fundamental que a população se conscientize sobre a importância da vacinação e das medidas preventivas para proteger a si e aos seus familiares. A informação e a ação conjunta são armas cruciais para conter o avanço da doença e garantir um futuro mais saudável para todos.