Primeira edição do Festival de Roteiro Audiovisual de Curitiba promoveu concurso com laboratórios exclusivos com profissionais do segmento e premiação de R$5 mil
O primeiro FRIACA – Festival de Roteiro Audiovisual de Curitiba ocorreu de 15 a 17 de setembro, no Cine Passeio.
O evento, que foi criado com o objetivo de fomentar e aprimorar conhecimentos e competências no desenvolvimento de roteiros, nos âmbitos profissional e amador, ocupou os espaços do mais tradicional cinema de rua da capital paranaense, promovendo gratuitamente painéis, oficinas, palestras, masterclasses e oficinas especiais com nomes renomados do audiovisual da cidade e do Brasil.
“Ficamos muito felizes com os feedbacks positivos, tanto do público, quanto dos roteiristas participantes, palestrantes e convidados de fora de Curitiba. Isso mostra que o FRIACA é um festival que nasceu forte, com qualidade e com muito potencial para ser realizado anualmente”, comenta Eduardo Calegari, diretor do FRIACA.
Foram 300 projetos inscritos no FRIACA Lab, nas categorias iniciantes e não-iniciantes. A ação, que consiste em um laboratório de desenvolvimento e concurso de roteiros de curtas e longas-metragens de ficção, proporcionou para os 10 selecionados, por uma equipe de curadoria, reuniões de análises exclusivas, acompanhamento e feedbacks por consultores profissionais da área do audiovisual de forma presencial e online.
Saiba quem são os ganhadores:
Na categoria iniciante, o primeiro lugar foi para o roteiro “Favela Venceu”, de Betinho Celanex, levando o Troféu FRIACA, certificado de participação e premiação em dinheiro de R$5 mil. “Esse prêmio é muito importante para mim. É uma história que acontece no CIC, na periferia, contada por alguém da periferia. Do CIC para o mundo”, conta Celanex, fazendo referência à Cidade Industrial de Curitiba.
O segundo lugar ficou para “Por Enquanto”, de Luiz Henrique Costa e André Arruda Nascimento; e o terceiro para “A Noite Pensamos Que Sim”, de Ana Vitória.
No segmento não-iniciante, o ganhador foi “A Festa da Benzedeira”, de William de Oliveira e Tamires Tertuliano. “Eu e a Tamires já estamos desenvolvendo há algum tempo e esse festival é muito importante para nos estimular a seguir trabalhando. Vamos nos esforçar muito para fazer um bom filme e dar muito orgulho ao festival”, diz Oliveira.
O segundo lugar ficou para “Por Que é Tão Difícil, Santiago?”, de Johann Amaral; e o terceiro para “Abalos Sísmicos”, de Ana Cavazzana.
O segundo e terceiro colocados de cada categoria foram premiados com R$3mil e R$2 mil, respectivamente, além dos certificados de participação.
Alta adesão e participações ilustres
Foram mais de 1000 pessoas, entre público de Curitiba e de outras cidades, que conferiram a programação e tiveram seus certificados de participação agregados em seus portfólios.
Participaram grandes nomes do audiovisual, como os roteiristas e criadores da série “Cangaço Novo”, Eduardo Melo e Mariana Bardan, com um estudo de caso sobre a produção, abordando desde a concepção até o resultado final na tela. “No nosso estudo de caso falamos sobre como esse tipo de festival é necessário, porque quando você é roteirista e está começando, é importante ter eco, conhecer as pessoas e ver o que vai ser premiado. Isso só colabora para termos novos projetos e novas histórias. Além disso, é muito legal ver essa grande diversidade de pessoas, de idades e de temas e poder falar sobre muitas coisas que ainda não falamos. Ver a alta adesão do público, só mostra como todo mundo estava ansioso por novos espaços de discussão cultural e de técnicas do roteiro”, diz Melo.
“O formato do festival nos permite estar perto das pessoas, encontrá-las no corredor e debater ideias, possibilitando uma troca muito rica. Foi muito emocionante participar como convidada do FRIACA e ver como todo mundo está curioso por informação. Isso nos dá muita vontade de falar e dividir conhecimentos e experiências”, completa Bardan.
Leo Garcia, showrunner da série “A Benção” e diretor do FRAPA, o maior festival de roteiro da América Latina, atuou como consultor no FRIACA Lab. “Participar dessa primeira edição do FRIACA superou a expectativa. Eu sei bem a enorme dificuldade de realizar um festival, ainda mais um de roteiro, um evento de nicho, e foi muito legal ver como foi tudo muito organizado, com atividades pontuais, equipe repleta de profissionais respeitosos, com salas cheias em um fim de semana. Que o FRIACA tenha vida longa”, diz Garcia.
Também atuou no laboratório, a roteirista, diretora e produtora audiovisual, Fernanda De Capua, responsável pela série de comédia “Insustentáveis”, na Amazon Prime; e “Laura”, vencedor de Melhor Documentário pelo Hamptons International Film Festival, “Foi uma grande honra ser convidada para o FRIACA, ainda mais sendo a primeira edição. Acho muito importante colaborar com ações que estão nascendo, porque acho que são elas que concentram a maior energia de renovação. Cheguei aqui e encontrei uma comunidade super viva, com muita gente interessada, palestras lotadas e uma equipe de produção maravilhosa. Ver a dedicação dos participantes aos projetos, aos labs, às consultorias e depois conferir as transformações e vê-los fazendo suas defesas é muito satisfatório. Vieram falar comigo pessoas que não eram roteiristas, não trabalhavam na área do audiovisual e não estavam envolvidas em nenhum dos projetos, mas que estavam ali pela oportunidade de aprender e implementar aquele conhecimento em suas respectivas áreas”, comenta a roteirista.
O FRIACA – Festival de Roteiro Audiovisual de Curitiba – é um projeto realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba – Prefeitura Municipal de Curitiba, com incentivo do Hospital IPO, Jeep Florença e da Phil Young`s English School, com apoio da The Youth & Co, BackBros Image Rig, SIAPAR – Sindicato da Indústria do Audiovisual do Paraná, Cine Passeio – ICAC, Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba.