O desafio do controle das doenças de final de ciclo na agricultura

O controle das Doenças de Final de Ciclo (DFC), um grupo de doenças fúngicas que afetam diversas culturas, tem se mostrado um desafio constante para os produtores rurais. Como destaca Thales Facanali, Gerente de Portfólio da Biotrop, essas enfermidades surgem em uma fase crítica da colheita, onde a contenção torna-se difícil e, muitas vezes, inviável. As consequências são significativas, com perda de produtividade e altos prejuízos para os agricultores.

Recentemente, o mercado de fungicidas multissítios experimentou um crescimento notável. De acordo com o estudo FarmTrak Soja, publicado pela consultoria Kynetec Brasil em dezembro do ano passado, as transações envolvendo esses produtos saltaram de R$ 1,2 bilhão para R$ 3,8 bilhões entre as safras de 2018/19 e 2022/23, representando um aumento de 218%. Contudo, para a safra de 2024/25, o cenário é preocupante. Problemas logísticos relacionados à importação e ao abastecimento de insumos podem levar à escassez de fungicidas protetores e multissítios, o que representa uma ameaça direta à produção agrícola brasileira.

Diante desse panorama, a busca por alternativas de manejo se torna ainda mais urgente. Em 2021, a Biotrop lançou uma solução inovadora que combina a ação de três microrganismos: Bacillus subtilis, Bacillus velezensis e Bacillus pumilus. Conhecido como Bombardeiro, este produto biológico atua de maneiras diferentes no combate aos patógenos, oferecendo múltiplas ações de controle com alta eficácia. Além de ser prático para os produtores, pois apresenta uma formulação líquida e baixa dosagem, o Bombardeiro não gera problemas de compatibilidade durante o uso, promovendo uma abordagem sustentável e eficaz.

Um dos desafios atuais enfrentados nas lavouras é o aumento da tolerância das DFCs ao uso excessivo de defensivos agrícolas. A falta de um manejo inteligente tem contribuído para que os patógenos tornem-se mais resilientes, complicando ainda mais seu controle. Facanali ressalta que os produtos biológicos surgem como ferramentas eficazes nesse contexto, utilizando organismos vivos, como fungos, bactérias e vírus, ou substâncias naturais derivadas deles, para combater os patógenos de maneira sustentável e regenerativa.

A adoção de práticas de manejo mais integradas e a incorporação de soluções biológicas são passos essenciais para garantir a produtividade e a sustentabilidade da agricultura no Brasil. À medida que o setor se adapta a essas abordagens inovadoras, espera-se um futuro mais promissor na luta contra as doenças de final de ciclo, beneficiando tanto os produtores quanto o meio ambiente.


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