Nova estratégia de carbono zero pode agregar ao PIB nacional entre US$ 40 bilhões e US$ 60 bilhões por ano
O Brasil tem a chance de, ao aderir às tecnologias que permitem o carbono zero, agregar ao PIB nacional entre US$ 40 bilhões e US$ 60 bilhões por ano. Mas, como conseguir vencer esse novo desafio? Os pequenos produtores rurais da Amazônia precisam ter acesso às novas tecnologias para um modelo de produção mais sustentável, com uma agropecuária de baixo carbono. Além disso, o país precisa garantir para os investidores globais o retorno esperado.
A TERRAM, primeira plataforma orgânica de inteligência analítica geoespacial do mercado agro no Brasil, pode ajudar prestando informações sobre o déficit ou excedente de vegetação. Com base nisso e nos dados de formação florestal gerados pela análise do satélite, a plataforma pode cruzar com um mapa de fitofisionomias e gerar uma estimativa do carbono estocado, de forma empírica.
Além disso, as novas restrições ambientais aprovadas pela União Europeia afetam diretamente as exportações do agronegócio brasileiro. Aprovada em 2022 pelo parlamento europeu, as novas diretrizes desconsideram a existência de um desmatamento legal, impedindo a entrada de novos produtos no território europeu advindos de áreas desmatadas após 31 de dezembro de 2020. Assim, os
produtores que desejam exportar para o continente europeu deverão atender as exigências, não sendo suficiente seguir apenas o Código Florestal Brasileiro. A legislação aprovada requer informes que demonstrem a conformidade ambiental da cadeia de produção, a fim de garantir a inexistência de contribuição para o desmatamento.
É importante ressaltar que essas restrições ambientais podem atingir 80% da exportação agrícola do Brasil para a Europa, segundo analistas. A Sociedade Nacional da Agricultura (SNA) estima que em 2021 o Brasil exportou US $36,5 bilhões para o continente europeu, dos quais US $17,9 bilhões foram de produtos agropecuários.
De acordo com o Diretor Comercial da plataforma, Marcos Kazmierczak, diante das crescentes pressões sobre o Agronegócio, será necessária a adoção de protocolos de avaliação de critérios socioambientais, que validarão a decisão de compra de produtos. Nessa perspectiva, a TERRAM fornece em sua base informações de mais de 6,5 milhões de propriedades rurais e do seu compliance ambiental.
“A plataforma pode ser uma grande aliada ao identificar se o produtor atende ou não a um determinado conjunto de critérios socioambientais, como por exemplo, a sobreposição com Terras Indígenas ou Unidades de Conservação de Proteção Integral. Também pode identificar se um imóvel com canaviais tem embargo
ambiental ou consta na lista de trabalho escravo do Ministério do Trabalho. No segmento da Pecuária, pode-se avaliar se aquele imóvel apresenta desmatamento ou áreas degradadas e qual é a capacidade máxima de suporte daquele imóvel, com relação ao número de cabeças bovinas”, explica.
A falta de conformidade de muitos imóveis rurais tem levado à sanções de grandes varejistas no exterior, que não querem disponibilizar em suas prateleiras cortes bovinos produzidos em áreas de alto risco de desmatamento e queimadas na Amazônia, incluindo terras indígenas e fazendas acusadas de utilizar mão de obra análoga à escravidão.
Por isso, a TERRAM surge como uma solução para subsidiar decisões estratégicas baseadas na integração de informações geográficas de propriedades rurais, tornando a cadeia agroindustrial mais sustentável. A plataforma oferece inúmeras vantagens e funcionalidades que auxiliam os produtores rurais e empresas rurais a se adequarem aos novos desafios e mudanças no mercado agro mundial.