Nota obtida em celular de delegada aproxima Torres de denúncias
A apuração detalha a resposta do Ministério da Justiça à “preocupação” manifestada por Torres em relação ao Nordeste, em particular à Bahia, Estado onde o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve mais de 72% dos votos válidos, segundo maior percentual do país
Uma anotação encontrada no celular da delegada da Polícia Federal Marília Ferreira, que trabalhou diretamente com o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) Anderson Torres(foto) sugere que após o primeiro turno das eleições, houve uma pressão para que ela indicasse uma suposta relação entre o PT e facções criminosas.
A apuração, publicada na edição desta sexta-feira do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, detalha a resposta do Ministério da Justiça à “preocupação” manifestada por Torres em relação ao Nordeste, em particular à Bahia, Estado onde o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve mais de 72% dos votos válidos, segundo maior percentual do país.
A nota estava armazenada no aplicativo de bloco de notas do celular de Marília, e foi entregue pela Apple à CPMI do 8 de janeiro. Não é possível determinar a data exata em que o texto foi escrito, mas o relatório da Apple indica que as cinco notas do celular estão datadas entre 31 de dezembro de 2021 e 18 de agosto deste ano.
Facções
“Havia uma preocupação do ministro com o Nordeste e ele falava muito na Bahia, pois havia visto no mapa com o planejamento do primeiro turno que havia muito pouca distribuição de equipes no interior da Bahia. Desde antes do primeiro turno a Diretoria de Inteligência (DINT) recebia dezenas de vídeos e postagens de pessoas, a maioria delas fake news, sobre compra de votos e ligação do PT com facções criminosas”, diz o texto.
Ainda segundo a mensagem “toda notícia ou informe que chegava, tentávamos fazer a confirmação, pedindo o boletim de ocorrência (BO) ou consultando o centro de inteligência respectivo”.