Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome afirmou que vai reformular, com diálogo, o Programa Bolsa Família
Com a missão de cuidar das pessoas que mais precisam da ação do Estado e de ajudar o Brasil a sair do Mapa da Fome, Wellington Dias assumiu, nesta segunda-feira (02.01), o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. A transmissão do cargo ocorreu na sede da pasta, em Brasília.
“O MDS vai cuidar daqueles que mais precisam, a começar pelo direito sagrado de tomar café, almoçar e jantar todos os dias. Isso foi lembrado pelo presidente Lula, de uma promessa cumprida a partir do seu mandato em 2003. E, neste mandato, a nossa missão é tirar o Brasil do mapa da fome pela segunda vez”, afirmou o ministro.
Em seu discurso, Wellington Dias lembrou a aprovação pelo Congresso Nacional da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que garantiu o Bolsa Família no valor de R$ 600 em 2023. O titular da pasta afirmou que o programa de transferência de renda será redesenhado para ser mais justo e para incluir R$ 150 por criança de até seis anos.
“Vamos reformular, com muito diálogo, o Bolsa Família. Sei que, pela situação em que se encontra, não se trata de uma tarefa simples, mas creio que é no diálogo que vamos encontrar a pactuação e a dosagem certa”, ponderou o ministro.
CadÚnico
Wellington Dias também adiantou que será feita uma atualização do Cadastro Único, focando na integração com estados, municípios, com a rede de assistência social e com movimentos sociais. O objetivo é conferir mais segurança e eficiência ao programa que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda.
“Vamos dar a oportunidade, para quem não preenche os requisitos, de voluntariamente pedir desligamento do programa. Somente vamos pagar o benefício a quem legalmente, por critérios sociais, tem o direito”, afirmou. Segundo o ministro, uma busca ativa será realizada em todo o país para incluir no Cadastro Único quem tem o direito ao benefício e ainda não recebe.
O ex-governador do Piauí se emocionou ao lembrar a infância humilde no interior do estado nordestino e homenageou a mãe, presente à cerimônia, a indígena e auxiliar de enfermagem Teresinha Araújo Dias, de 84 anos. “A fome é o principal, mas estamos querendo dignidade. Essa é a palavra que mais tem que estar presente no nosso dia a dia”, defendeu.
Composição
A cerimônia de transmissão de cargo contou com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, da ministra do Esporte, Ana Moser, da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Também prestigiaram o evento vários governadores e ex-governadores do Nordeste, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha — que é piauiense –, parlamentares, prefeitos, deputados e representantes de entidades sociais e do setor produtivo.
“Você tem a missão importante de resgatar a dignidade do povo brasileiro, de milhões de pessoas que estão passando fome neste país”, destacou o ministro Camilo Santana. “Temos muito orgulho de ter um nordestino, ex-governador do Piauí, um homem de um coração enorme e sensível aos problemas sociais do povo brasileiro”, completou.
Na cerimônia, Wellington Dias anunciou os novos secretários do órgão: o secretário executivo, Osmar Júnior; o secretário executivo adjunto, Ranniêr Ciríaco; a secretária de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único, Letícia Bartholo; a secretária nacional de Renda da Cidadania, Eliane Aquino; a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lilian Rahal; o secretário de Inclusão Socioeconômica, Luiz Carlos Everton; o secretário nacional de Assistência Social, André Quintão; e a secretária nacional de Cuidados e Família, Laís Abramo.
Perfil
José Wellington Barroso de Araújo Dias, 60 anos, é ex-governador do Piauí por quatro mandatos e senador eleito pelo estado. Filiado ao PT em 1985, iniciou suas atividades sindicais como integrante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e foi presidente da Associação de Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcef) entre 1986 e 1989.
Foi presidente do Sindicato dos Bancários do Estado do Piauí, entre 1989 e 1992, ano em que iniciou na política como vereador de Teresina.
Dois anos depois, Wellington Dias foi eleito deputado federal, chegando à presidência do diretório regional do PT, onde ficou de 1995 a 1997. No ano seguinte, tornou-se o primeiro deputado federal eleito pelo partido no Piauí. Em 2002, foi eleito, em primeiro turno, para o cargo de governador do Piauí, sendo reeleito em 2006. Já em 2010, foi eleito para o Senado Federal com votação histórica (997.513 votos).
Em 2014, elegeu-se mais uma vez, em primeiro turno, governador do estado, e repetiu o feito em 2018. Em setembro de 2020, assumiu a presidência do Consórcio Nordeste e se destacou na articulação para a compra de vacinas de forma independente do Governo Federal, bem como em políticas públicas de desenvolvimento social e econômico. Em 2022, deixou o cargo de governador para disputar o Senado Federal, e foi eleito. Atuou também como coordenador nacional da campanha de Lula para presidente da República.
Wellington Dias nasceu na cidade de Oeiras, Piauí, em 5 de março de 1962 e foi criado em Paes Landim, no Vale do Fidalgo. É casado com Rejane Ribeiro Sousa Dias e tem quatro filhos: Iasmin, Vinicius, Daniele e Jairo. Estudou Letras na Universidade Federal do Piauí (1982), cursou Políticas Públicas e Governo, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998), e fez especializações no exterior. Trabalhou no Banco do Nordeste do Brasil, Banco do Estado do Piauí e Caixa Econômica Federal, da qual é funcionário aposentado de carreira.