mulheres grávidas precisam tomar cuidado com água parada têm 5,4 vezes mais risco de desenvolver dengue grave

Estudo recolheu dados do Ministério da Saúde de 949 gestantes que se infectaram com a doença no Paraná entre 2016 e 2019. Foto: Manuel Alejandro Leon/Pixabay

Estudo com dados do Paraná aponta para necessidades de saúde pública para proteger grávidas, que ficam mais vulneráveis à doença devido a mudanças anatômicas e fisiológicas durante a gravidez

O uso de repelentes diariamente, inclusive por baixo da roupa, não impediu que a professora do ensino básico de Catanduva-SP, Bruna Vertoni, recebesse o diagnóstico de dengue duas vezes em um intervalo de cinco anos. Ela já havia tido a doença no período em que amamentava a primeira filha, mas descobriu que o risco da infecção era ainda maior durante a gestação.

Na época, os exames apontaram que a contagem de plaquetas no sangue era inferior a 50 mil, resultado considerado baixo. O caso inspirava mais cuidados já que ela tomava anticoagulantes, o que poderia desencadear uma complicação da doença. “Depois da primeira filha, tive três abortos e, por ter trombofilia, não poderia ficar sem a medicação na gravidez”, conta. “Fiquei muito preocupada, tive todos os sintomas da dengue, mal estar, febre, manchinhas pelo corpo. Fizemos acompanhamento e felizmente a doença foi controlada”, relata a professora.

A história de Bruna chama atenção para o risco que a doença representa para mulheres grávidas, tema de uma pesquisa que avaliou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, coletados entre 2016 e 2019. Os estudos investigaram como a dengue se correlacionou com a gravidez em casos de mulheres infectadas pela doença no Paraná.

O universo da pesquisa foram 27.695 casos de dengue confirmados em mulheres que tinham informações completas sobre sua condição quanto à gravidez (74,1% dos casos confirmados em mulheres com idade reprodutiva, de 10 a 49 anos). Dessas, 949 estavam grávidas.

O risco de hospitalizações e de desenvolver dengue grave se mostrou maior em grávidas do que em não-grávidas (respectivamente, 2,93 e 5,4 vezes). Das não-grávidas, 6,8% foram hospitalizadas, 1,8% teve dengue com sinais de alarme, de gravidade intermediária, e, 0,1%, dengue grave. Assim como a diabetes, a gravidez aumenta o risco de hospitalização por dengue em qualquer idade.


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