6 de maio de 2024

Mulher curda recebe pena de 74 chibatadas no Irã por não cobrir a cabeça

Mulher curda recebe pena de 74 chibatadas no Irã por não cobrir a cabeça

As autoridades iranianas açoitaram uma mulher 74 vezes por “violar a moral pública” e lhe aplicaram uma multa por não cobrir a cabeça. “A condenada, Roya Heshmati, encorajou a permissividade (ao aparecer) vergonhosamente em locais públicos movimentados em Teerã”, disse o site Mizan Online do Judiciário na noite de sábado (6).

“Sua pena de 74 chibatadas foi executada de acordo com a lei e com a sharia por violar a moral pública”, escreveu o site do Judiciário do país.

Todas as mulheres no Irã são obrigadas por lei a cobrir o pescoço e a cabeça desde pouco depois da Revolução Islâmica de 1979.

As chibatadas por violação do código de vestimenta são incomuns no Irã, embora as autoridades iranianas tenham reprimido cada vez mais aquelas que desafiam as regras depois de a prática ter aumentado durante os protestos antigovernamentais, que começaram no final de 2022.

Essas manifestações foram desencadeadas pela morte, em setembro de 2022, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos que estava sob custódia da polícia da moralidade e havia sido detida por uma alegada violação do rigoroso código de vestimenta para mulheres da república islâmica.

Durante os protestos, as manifestantes tiraram os lenços da cabeça ou até os queimaram. Outras mulheres também começaram a desrespeitar cada vez mais o código de vestimenta, levando a uma repressão.

Publicação nas redes sociais

O grupo de direitos humanos Hengaw, com foco nos curdos, identificou Heshmati como uma mulher de 33 anos de origem curda. Ela foi presa em abril “por publicar uma foto nas redes sociais sem usar lenço na cabeça”, disse seu advogado, Maziar Tatai, ao diário reformista Shargh.

Heshmati também foi condenada a pagar uma multa de 12 milhões de riais iranianos (cerca de US$ 25) por “não usar o véu muçulmano em público”, disse Tatai.

As autoridades instalaram câmaras de vigilância em locais públicos para monitorizar as violações e fecharam empresas que infringiram as regras. O Parlamento do Irã também discutiu um projeto de lei que iria endurecer as penas para aqueles que violam o código de vestimenta.

Sobre o Autor