MPF investigará ação da PRF que deixou menina de 3 anos baleada no Rio

Órgão quer identificação e afastamento de agentes envolvidos

O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação criminal para apurar a ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que deixou uma menina de 3 anos gravemente ferida, após ser atingida, no Arco Metropolitano, em Seropédica, na Baixada Fluminense. O caso ocorreu na noite da última quinta-feira (7).

Segundo parentes da menina Heloísa dos Santos Silva, agentes da Polícia Rodoviária Federal abriram fogo contra o veículo da família, atingindo a criança na cabeça e na coluna. Além de Heloísa, estavam no carro o pai, a mãe, a irmã de 8 anos e uma tia. A menina está internada em estado grave.

Na sexta-feira (8), o MPF instaurou o procedimento investigatório requisitando à Superintendência da PRF a identificação do autor ou dos autores dos disparos, o afastamento de todos os envolvidos na operação por 30 dias e o recolhimento imediato das armas utilizadas na ação para realização de perícia. O órgão pede, ainda, acesso ao procedimento investigatório interno aberto na Corregedoria da PRF.

No sábado (9), representantes do MPF estiveram no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias (RJ), onde a menina de 3 anos está internada. Segundo o procurador da República responsável pela abertura da investigação, Eduardo Santos de Oliveira Benones, o objetivo foi verificar o estado de saúde da vítima e obter a identidade da equipe médica que prestou os primeiros atendimentos e segue acompanhando o tratamento.

O MPF também vai apurar uma informação que recebeu durante ao hospital: um agente da PRF à paisana teria entrado no centro de terapia intensiva onde está a criança, sem autorização da segurança do centro de saúde. O procurador responsável pela investigação solicitou, ainda, informação sobre eventual assistência prestada pela PRF à família nos cuidados com a menina.

Com o procedimento, o MPF busca apurar suposto crime de lesão corporal ou tentativa de homicídio qualificada pela idade da vítima, sem prejuízo de outras condutas criminosas verificadas no curso das apurações.

Segundo relatos do pai da criança baleada, o veículo com a família passou perto do posto da PRF sem ser abordado e, em seguida, foi seguido de perto por um carro da polícia. O homem conta que, ao diminuir a velocidade e dar seta, indicando que iria parar, os disparos foram efetuados pelos agentes em direção ao veículo, atingindo a menina.

A PRF diz que realizou a abordagem por suspeita de que o veículo dirigido pela família fosse roubado.


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