MP Paraná arquiva apurações sobre o caso dos grampos na CGE.Resposta chega em meio a denúncias graves envolvendo os três poderes
“Nossa denúncia de uso ilegal de softwares para espionagem dentro do Governo foi escondida debaixo do tapete da impunidade”, criticou o deputado Requião Filho, autor do pedido para investigação sobre o caso dos grampos na Corregedoria Geral do Estado. Na última semana, o Ministério Público decidiu arquivar qualquer tipo de investigação sobre o assunto.
“É o mesmo Ministério Público que tenta proteger políticos com ações de não persecução penal, mesmo após a confissão de recebimento de propina. O mesmo MP que ajuda a acobertar acordos que estão sob sigilo e manter impunes certos poderosos. Está na hora de tirarmos esse véu que cobre o MP e o TJ, esses acordos sigilosos, essas trocas de cargos e favores entre os poderes”, declarou Requião Filho.
O parlamentar deve protocolar, nesta terça-feira (19), um ofício para a mesa diretora da Assembleia Legislativa do Paraná, solicitando uma lista com todos os nomes de parentes de primeiro a terceiro grau, lotados no Legislativo Estadual, de membros do Ministério Público e do Judiciário Paranaense. Para o líder da oposição, está na hora de escancarar os verdadeiros interesses e interessados em tantos sigilos e arquivamentos.
“Durante o ano recebemos diversas denúncias e averiguamos cada uma, antes de encaminhá-las ao MP. Uma delas, envolvendo o edital que reinventou a Lottopar, e o outro, envolvendo esse caso de espionagem do governo. Na primeira, descobrimos que doadores de campanha do governador estavam na secretaria que fez o edital da loteria e posteriormente o ganharam, sem concorrentes. E a segunda, descobrimos que o governo tinha contratado o software espião israelita conhecido por ter feito monitoramento de adversários pelo governo Bolsonaro para sua própria Controladoria Geral do Estado, e ainda teriam uma sede fantasma cujo aluguel passava de milhão e depois disseram que nunca usaram, representando um grande desperdício de dinheiro público”, recordou.