Mercado de cafés especiais em Maringá retoma crescimento e fatura R$ 3,7 milhões após crise da pandemia
O setor de cafés especiais em Maringá volta a ganhar força, registrando uma expressiva recuperação após a crise gerada pela pandemia de Covid-19. Com faturamento de R$ 3,7 milhões em 2022, o mercado se destaca não apenas pela qualidade dos produtos oferecidos, mas também pela criação de experiências gastronômicas inovadoras, impulsionadas por 15 cafeterias que integram a Rota dos Cafés Especiais.
O projeto, que faz parte do Núcleo de Cafés Especiais de Maringá, vinculado à Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim), foi formalizado pela Lei 11.739 de 2023, tornando-se um verdadeiro atrativo turístico. A rota oferece aos visitantes harmonizações com baristas que inovam em técnicas de extração, além de pratos e confeitaria especialmente criados para complementar o sabor do café. Esse foco na experiência gastronômica tornou o segmento mais do que um simples mercado de consumo, elevando-o ao patamar de produto cultural e turístico.
Apesar da expansão, o setor sentiu o impacto severo da pandemia. Entre 2019 e 2020, o número de trabalhadores nas cafeterias caiu de 2.118 para 1.683, refletindo a retração econômica global. Porém, com a reabertura gradual e a volta da confiança dos consumidores, a recuperação começou a se consolidar em 2022, com o número de empregados voltando a 2.109.
O impacto também foi visível no número de estabelecimentos. Em 2018, o auge do setor, a cidade contava com um número crescente de cafeterias, mas a crise reduziu drasticamente esses números. Em 2022, havia apenas 646 estabelecimentos operando, abaixo dos níveis pré-pandêmicos, mas indicando uma retomada.
No entanto, a retomada em Maringá, com o suporte da Rota dos Cafés Especiais, parece estar acelerando o ritmo de recuperação do setor. Esse movimento é visto como uma resposta às novas demandas dos consumidores, que buscam cada vez mais por produtos de alta qualidade, com valor agregado, tanto no café quanto em experiências que envolvam a gastronomia.
O desempenho do mercado de cafés especiais se alinha com a tendência nacional de valorização do consumo consciente e sofisticado, onde os clientes procuram não só beber café, mas entender a origem dos grãos, os métodos de preparo e as nuances de sabor. O papel do barista, que antes era um mero coadjuvante, agora se destaca como peça central nesse processo de experiência, elevando o café ao status de uma arte.
Especialistas do setor acreditam que o crescimento de 2022 pode ser apenas o início de uma nova fase de ouro para as cafeterias especiais em Maringá. A recuperação salarial, por exemplo, já ultrapassou os níveis pré-pandemia, algo que não apenas anima os empresários locais, mas também incentiva novos investidores a entrarem nesse mercado promissor. A volta do fluxo turístico à cidade, motivado pela Rota dos Cafés Especiais, é outro fator que pode fortalecer ainda mais essa retomada.
Se antes o café era apenas uma bebida, agora ele é protagonista de uma experiência sensorial e turística que movimenta a economia local e posiciona Maringá como referência no cenário dos cafés especiais do Brasil.
