Marta se emocionou antes de estreia na Copa, revela Milene Domingues

Camisa 10 da seleção disputa sexto e último Mundial da carreira

Jogadora experimentou as dificuldades do futebol feminino e hoje vê esporte consolidado no mundo

Marta esteve emotiva no vestiário da seleção brasileira antes da partida de estreia na Copa do Mundo Feminina, contra o Panamá. Quem revela o fato é Milene Domingues, em entrevista exclusiva ao Apostagolos.com.

A entrevista foi a segunda da ex-jogadora para o quadro Elas no Apostagolos, que abre espaço para grandes mulheres do esporte brasileiro. A íntegra da conversa por ser assistida no canal do Youtube do Apostagolos.

Conversa emocionante

Milene Domingues, atualmente comentarista, afirmou que a camisa 10 da seleção relembrou o momento que o futebol feminino vive atualmente, com alcance e repercussão globais, e comparou com o que viveu em 2003, ano em que disputou seu primeiro Mundial. Na ocasião, a estrutura era tão pequena que as jogadoras do Brasil ficaram hospedadas em um alojamento universitário nos EUA.

“Nós nos encontramos no vestiário, falamos de 2003 (Milene também fez parte do grupo da seleção naquela Copa) e nos emocionamos. Quem viveu aquela época e vê o que está acontecendo hoje, sabe como é. Eu me sinto abençoada por estar vivendo isso de perto. Senti toda a atmosfera. Falei com as pessoas. É de se emocionar mesmo”, afirmou Milene.

Leveza de Marta

Milene conversou com Marta e sentiu a jogadora menos sobrecarregada do que em Copas do Mundo passadas. O peso de ser a referência da seleção brasileira não existe mais e impacta a melhor jogadora de todos os tempos.

“A gente sentia muito peso sobre a Marta na última Copa, a dependência e a responsabilidade que caíam sobre ela. Não era cobrança dela mesma, apenas. Era a cobrança da torcida, da imprensa. Por mais que as pessoas soubessem que a Debinha já era um destaque na Copa em 2019, mesmo assim, as pessoas falavam da Marta, da Cristiane e da Formiga. Eram os três nomes que se tinha em mente quando se falava em futebol feminino e seleção brasileira”.

Milene vê Marta equilibrando a cobrança própria para fazer uma grande Copa do Mundo com o desejo também de desfrutar da última vez em que estará em um Mundial.

“Esse ano é o último ano dela. E ela que fazer o melhor, é por ela mesmo, ela quer dar o melhor porque é muito competitiva. Mas ao mesmo tempo ela quer desfrutar, porque é a ultima Copa da carreira. É agora ou nunca, mas sem a obrigação de demonstrar nada a ninguém. Marta não precisa disso. É muito transparente que ela está considerando isso”.

Para aproveitar a última Copa do Mundo da carreira da melhor forma, Marta conta com a ajuda de uma seleção brasileira renovada. O status da camisa 10 também mudou, ao se tornar uma jogadora que sai do banco de reservas.

“Esse acolhimento é mais do que merecido. Esse respeito que as jogadoras têm com ela. Isso automaticamente seixa ela mais leve a fazer o que ela ama, ela é craque. E está lidando bem com essa condição de ser reserva. Se eu pudesse resumir a Marta em uma palavra, é a leveza. A leveza de ser a Marta, nossa rainha que está na sua última Copa do Mundo”.


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