Maringá sob vigilância: investimentos municipais contrapõem a inércia da Segurança Pública Estadual

Nos últimos anos, a cidade de Maringá se destacou por seu investimento maciço em monitoramento por câmeras de vídeo, uma iniciativa que colocou o município na vanguarda da segurança pública. Sob as administrações de Ulisses Maia e Edson Scabora, ambos do PSD, a cidade implementou um sistema abrangente de vigilância, cobrindo grande parte de seu território. Este avanço, no entanto, expõe um contraste gritante com a atuação da Polícia Civil e Militar no estado, que permanecem inertes, sem qualquer investimento significativo, nem mesmo na manutenção básica de suas viaturas.

A iniciativa municipal, além de fornecer uma camada extra de segurança para os moradores, tem sido essencial no apoio às investigações policiais. Frequentemente, agentes da Polícia Civil e Militar recorrem à Secretaria de Segurança do município para acessar as imagens capturadas pelas câmeras, utilizando-as para concluir ou avançar em investigações que, de outra forma, poderiam ficar estagnadas devido à falta de recursos estaduais.

No entanto, a questão que paira sobre Maringá é a seguinte: onde está a contribuição do estado e dos deputados nessa iniciativa? A omissão das autoridades estaduais em complementar os esforços municipais levanta sérias preocupações sobre o comprometimento com a segurança pública. Enquanto o município faz sua parte, os recursos estaduais não aparecem, o que deixa as forças policiais locais dependentes de uma infraestrutura que, em tese, deveria ser responsabilidade do estado.

A relação entre o governo estadual e o gestor municipal também parece estar longe do ideal. Em vez de cooperação, há sinais de uma abordagem conflituosa, onde Maia e Scabora são tratados mais como adversários do que como parceiros no esforço de melhorar a segurança da cidade. Essa postura não prejudica apenas o prefeito, mas também toda a população maringaense, que vê seus interesses colocados em segundo plano diante de disputas políticas.

O silêncio dos deputados estaduais que representam Maringá sobre essa situação é ensurdecedor. Em vez de atuar para garantir que o estado cumpra seu papel, muitos parecem mais preocupados em minar as ações do executivo municipal, talvez temendo o fortalecimento político de Maia e Scabora. Este jogo político, entretanto, tem um preço alto: a segurança da população.

O cenário atual levanta uma questão incômoda: até quando a segurança de Maringá dependerá apenas da boa vontade do município? A ausência de um apoio estruturado do estado não só sobrecarrega a administração local, mas também evidencia uma lacuna preocupante na gestão da segurança pública no Paraná. Enquanto isso, a população segue refém de uma disputa política que coloca a eficácia das políticas de segurança em segundo plano.

A realidade é clara: tratar o gestor municipal como inimigo é, na prática, tratar o maringaense da mesma forma. E, nesse contexto, quem perde é a cidade como um todo, que poderia estar ainda mais segura e melhor equipada para enfrentar os desafios da criminalidade se houvesse uma verdadeira parceria entre estado e município.


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