Líder catalão regressa à Bélgica, após breve aparição em Barcelona
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O líder independentista catalão Carles Puigdemont se deslocou para Waterloo, na Bélgica, após ter surgido e discursado em Barcelona, na quinta-feira (8). A informação foi divulgada nesta sexta-feira (9) pelo secretário-geral do seu partido, Junts per Catalunya (Juntos pela Catalunha), Jordi Turull, a uma emissora de rádio catalã.
“Ele vai voltar para Waterloo”, disse Jordi Turull à Rac1, acrescentando que não sabia se Puigdemont já havia chegado retornada à cidade belga perto de Bruxelas, onde passou a maior parte de seus sete anos de exílio.
“O primeiro cenário previsto era que ele pudesse regressar para se beneficiar da lei da anistia”, acrescentou Jordi Turull, assegurando que o breve retorno à Catalunha e esta nova fuga para o estrangeiro não estavam nos planos iniciais.
Apesar da lei de anistia negociada pelo primeiro-ministro Pedro Sanchez em troca do apoio do Juntos pela Catalunha ao seu governo, Puigdemont continua a ser procurado pela Justiça espanhola por seu papel na tentativa frustrada de independência da região, em 2017.
O Tribunal Supremo espanhol pediu nesta sexta-feira à polícia catalã e ao Ministério da Administração Interna informações sobre a operação para deter o dirigente independentista e “os elementos que determinaram o seu fracasso do ponto de vista técnico-policial”.
Em dois documentos judiciais consultados pela Europa Press, o juiz Pablo Llarena indaga à polícia catalã Moços da Esquadra que tipo de operação estava inicialmente montada para deter Puigdemont na fronteira, bem como que ordens posteriores foram dadas, após a fuga do líder separatista.
Também nesta sexta, o advogado do independentista Gonzalo Boye confirmou, em declarações à Rac1, que seu cliente se encontra fora de Espanha e se pronunciará “entre hoje e amanhã (10)..
Dois policiais do Moços da Esquadra foram detidos na quinta-feira por suspeita de terem ajudado o dirigente a abandonar o centro de Barcelona sem ser detido.
Entenda
Puigdemont, antigo presidente do Governo Regional da Catalunha e protagonista da declaração unilateral de independência da região de 2017, vive no estrangeiro desde então, para fugir da Justiça espanhola, e continua sendo alvo de um mandado de prisão em território nacional.
Apesar disso, conseguiu fazer uma aparição em público na quinta-feira, em uma concentração de milhares de apoiadores no centro de Barcelona sem ser detido. Depois ter discursado para uma multidão concentrada em uma praça do centro da cidade, o dirigente separatista desapareceu.
Eleito deputado nas eleições catalãs de 12 de maio, Puigdemont tinha anunciado na quarta-feira (7) que estaria na sessão parlamentar de ontem, convocada para investir o socialista Salvador Illa como presidente do Governo Regional, mas a sessão ocorreu sem sua presença.
A polícia tinha montado um perímetro de segurança ao redor do parlamento, com uma barreira policial que Puigdemont teria de cruzar para chegar ao edifício, mas nunca chegou ao local, onde poderia ser detido.
Policiais catalães acionaram depois a “operação Jaula”, um dispositivo de segurança, com controle nas estradas, para tentar localizá-lo, mas sem sucesso.
Os Moços da Esquadra garantiram, em comunicado, que tentaram deter o dirigente independentista nas ruas de Barcelona mas não conseguiram porque a prioridade foi evitar distúrbios, ressaltando que o político esteve sempre rodeado por milhares de pessoas e autoridades.
Diante das críticas de que está sendo alvo, a polícia catalã nega também qualquer “acordo ou conversação prévios” com Puigdemont.
A força de segurança garante que ativou um dispositivo considerado proporcional para evitar desordens públicas, para atender ao regresso anunciado de Puigdemont a Espanha, mas também, para garantir, simultaneamente, a segurança e a normalidade da sessão de investidura do novo presidente do Governo Regional no parlamento autônomo.
Juntos pela Catalunha
O partido separatista catalão Junts per Catalunya informou nesta sexta-feira que vai decidir se mantém seu apoio parlamentar crucial ao governo central em Madrid, uma vez que a situação “mudou muito”.
O secretário-geral, Jordi Turull, listou como fatores que influenciam nesta decisão o fato de o novo governo catalão ser liderado pelo socialista Salvador Illa – que é contra a independência e foi confirmado como líder na quinta-feira –, além de problemas com uma lei que concede anistia aos envolvidos em uma tentativa fracassada de separação do território, após um referendo em 2017.
Um acordo relacionado com impostos entre os socialistas e o partido moderado e separatista ERC, que permitiu a Illa governar a Catalunha, alterou as condições com as quais o Juntos pela Catalunha concordou em apoiar o governo central do primeiro-ministro Pedro Sánchez no ano passado, acrescentou Turull.
Turull disse ainda que o apoio do partido separatista teria “um caminho muito estreito ou nenhum caminho”, a não ser que Madrid defendesse firmemente a plena aplicação da controversa lei da anistia pelos juízes.
“A situação mudou muito devido ao contexto e aos parâmetros que tornaram possível o nosso acordo (de apoio ao governo socialista), e temos de ver se faz sentido”, rematou Turull.
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