Inteligência artificial no trabalho: sindicatos pressionam por regulação em convenções coletivas
A crescente incorporação de Inteligência Artificial (IA) nas empresas brasileiras vem despertando preocupação e exigências por parte de sindicatos e entidades trabalhistas para que o uso dessas tecnologias seja adequadamente regulamentado nas negociações coletivas. A inclusão da IA nesses acordos é vista como uma necessidade urgente para garantir a proteção dos trabalhadores em um cenário de mudanças rápidas e profundas nas dinâmicas laborais.
A IA já está sendo amplamente utilizada em processos como contratação, avaliação de desempenho, e até em demissões, o que levanta questões sobre a transparência e os critérios utilizados por essas tecnologias. A recente reforma trabalhista, que incluiu referências à IA em leis como o Código do Trabalho, ainda é considerada insuficiente por especialistas e representantes sindicais. A legislação atual permite algum grau de intervenção das comissões de trabalhadores, mas muitos acreditam que é necessário ir além para proteger os direitos laborais frente às novas tecnologias.
No Brasil, enquanto alguns setores empresariais, como o de tecnologia e finanças, estão na vanguarda da adoção da IA, os sindicatos estão em grande parte despreparados para lidar com essas mudanças. Isso contrasta com países como a Espanha, onde sindicatos já estabeleceram diretrizes claras para a negociação coletiva em relação ao uso de IA. A falta de uma estratégia robusta no Brasil pode deixar os trabalhadores vulneráveis a decisões automatizadas que afetam diretamente suas vidas profissionais, sem o devido escrutínio.
Além disso, há preocupações sobre o impacto da IA na empregabilidade. Estudos indicam que muitos postos de trabalho estão em risco de extinção ou transformação, e o desafio de requalificar trabalhadores para as novas funções é enorme. A falta de um plano de ação abrangente para enfrentar essas mudanças pode resultar em um aumento da desigualdade e da precarização no mercado de trabalho.
Diante desse cenário, especialistas alertam para a necessidade de uma ação coordenada que envolva governo, empresas e sindicatos para garantir que a IA seja usada de maneira ética e justa, protegendo os direitos dos trabalhadores e garantindo oportunidades de requalificação para os afetados pelas mudanças tecnológicas【7†source】【8†source】.