Inflação avança, mas bares e restaurantes resistem ao repasse de preços
Apesar da aceleração da inflação em setembro de 2024, o setor de alimentação fora do lar tem se destacado ao segurar os preços. Segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo IBGE, o aumento no setor foi de apenas 0,34% no mês, enquanto o índice geral registrou uma alta de 0,44%. Outros setores mostraram pressão inflacionária mais forte, como alimentos e bebidas, com 0,5%, e a energia residencial, que disparou 5,36% no mesmo período.
O acumulado do ano reforça essa tendência. Enquanto a inflação geral atingiu 3,31% até setembro, o setor de alimentação fora do domicílio ficou levemente acima, com 3,46%, mas ainda atrás da inflação acumulada para alimentos e bebidas, que foi de 3,71%. Esses dados refletem uma estratégia clara dos bares e restaurantes em manter os preços competitivos, mesmo diante do aumento dos custos operacionais e dos insumos. O objetivo é atrair consumidores e evitar que o aumento dos preços afete ainda mais o consumo já pressionado.
Essa resistência do setor ao repasse total dos custos ao consumidor contrasta com a alta em outros segmentos, como o da energia residencial, que continua sendo um dos maiores vilões no orçamento das famílias. A contenção de preços por bares e restaurantes, porém, pode não ser sustentável a longo prazo, uma vez que os custos com insumos e energia pressionam as margens de lucro do setor.
Especialistas apontam que esse movimento pode ser uma forma de manter a demanda aquecida em um cenário de inflação generalizada. Porém, há um limite até quando esses estabelecimentos poderão absorver os aumentos sem repassar ao consumidor. A expectativa é de que, caso a inflação continue avançando nos próximos meses, os consumidores acabem sentindo no bolso também nos restaurantes.
Enquanto o setor gastronômico resiste, outros acontecimentos movimentam o mês de outubro. Na próxima semana, de 14 a 20 de outubro, a Raia Olímpica da Universidade de São Paulo (USP) será palco do Campeonato Brasileiro Interclubes de Remo. Organizado pelo Esporte Clube Pinheiros, com apoio do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e do Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos (CBCP), o evento promete agitar o cenário esportivo. A competição valerá pontos para o ranking nacional e o clube com maior pontuação será coroado como campeão brasileiro de 2024.
A contenção de preços por parte de bares e restaurantes e a disputa no remo brasileiro mostram que, enquanto o país enfrenta desafios inflacionários, setores específicos buscam alternativas para continuar atraindo o público. Seja segurando preços ou oferecendo eventos de alto nível, o esforço para manter o consumo aquecido é visível.