Imagens inéditas revelam Bolsonaro comercializando joias ilegais em Miami
Em um desdobramento bombástico, a Polícia Federal (PF) obteve imagens inéditas que mostram o ex-presidente Jair Bolsonaro comercializando joias ilegais em Miami. As peças, avaliadas em milhões de reais, foram recebidas como presentes de delegações estrangeiras durante seu mandato, mas deveriam ter sido incorporadas ao acervo da União, conforme exigido pela legislação brasileira.
A revelação faz parte de uma investigação em andamento que já havia apontado tentativas de trazer ilegalmente ao Brasil joias e outros itens de luxo sem a devida declaração à Receita Federal. O escândalo, que inicialmente envolveu a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, ganhou novas proporções com as imagens que mostram Bolsonaro em uma negociação direta em solo americano.
As joias, que incluem colares, anéis e relógios de marcas renomadas como Chopard, foram detectadas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos em outubro de 2021, quando um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tentou entrar no país com os itens escondidos na bagagem. Em resposta, Albuquerque fez várias tentativas frustradas de reaver as joias, inclusive com apoio do Itamaraty e de altos funcionários do governo (Exame) (CartaCapital).
O caso das joias ilegais também expôs tentativas desesperadas de recuperação nos últimos dias do governo Bolsonaro, com funcionários de alto escalão sendo enviados ao aeroporto de Guarulhos na tentativa de liberar as peças. Documentos internos mostram que o próprio Bolsonaro recebeu pessoalmente um segundo pacote de joias em novembro de 2022 no Palácio da Alvorada (Exame).
As imagens obtidas agora pela PF são vistas como uma prova contundente da participação direta de Bolsonaro nas negociações, o que pode complicar ainda mais sua situação legal. As autoridades continuam a investigar a extensão da rede de envolvidos e a possível venda de outros itens de valor recebidos durante o mandato do ex-presidente.
Michelle Bolsonaro, em uma declaração irônica nas redes sociais, minimizou as acusações, afirmando que estava “rindo da falta de cabimento” da imprensa. No entanto, a seriedade das acusações e as novas evidências podem trazer repercussões legais significativas para o ex-presidente e seus aliados (CartaCapital).
A divulgação das imagens inéditas reforça as suspeitas de que o governo Bolsonaro tentou utilizar presentes diplomáticos para fins pessoais, violando normas éticas e legais estabelecidas para a gestão de tais itens. A investigação segue em andamento, com a PF prometendo novas operações e possíveis indiciamentos nos próximos meses.
