Gleisi diz que Conib “persegue” jornalista
A presidente do PT (Partido dos Trabalhadores), deputada Gleisi Hoffmann (PT-RS), afirmou no sábado (30.dez.2023) que a Conib (Confederação Israelita do Brasil) promove o que chamou de “perseguição” contra o jornalista Breno Altman, fundador do site Opera Mundi.
Segundo Gleisi, Altman estaria sendo perseguido por causa de seu “firme posicionamento contra o massacre do povo palestino pelo governo de ultra-direita de Israel”, em referência à guerra na Faixa de Gaza. A deputada disse também que agentes do MPF (Ministério Público Federal) e da PF querem “condená-lo” por suas opiniões.
“Não podemos ser coniventes com essa perseguição. A intolerância não é de Altman, mas de uma entidade que nega aos judeus o direito de não aceitar a doutrina sionista, responsável pelo histórico massacre do povo palestino”, publicou a congressista em seu perfil oficial no X (antigo Twitter).
ENTENDA O CASO
A Conib entrou com uma ação no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) e pediu a remoção de conteúdos das redes sociais de Altman. O pedido foi atendido pelo juíz Rafael Meira Hamatsu Ribeiro no domingo (24.dez). Eis a íntegra da decisão (PDF – 34 kB).
Não é possível saber pela decisão quais mensagens a confederação pediu que fossem retiradas do ar.
De acordo com o Opera Mundi, o jornalista –que é judeu– também é alvo de um inquérito da PF depois de petição do procurador Maurício Fabreti, do MPF.
A ABI (Associação Brasileira de Imprensa) chamou o inquérito de “intimidação” e “evidente assédio” ao jornalista.
“Confundir as posições antissionistas de Altman –cidadão judeu– com crime de antissemitismo é fazer o jogo dos que defendem o genocídio que o governo de Israel comete na Palestina, ao provocar milhares de assassinatos, inclusive de inocentes crianças”, declarou a entidade, que pediu ao MPF e à Justiça Federal o trancamento do inquérito.
Em seu perfil no X, Altman criticou a Conib e questionou a “inércia” do governo Lula com o que classificou de “manobras antidemocráticas de uma agência estrangeira” no Brasil, em referência à Conib.