G20: União global contra a fome, mas a realidade brasileira implora por ação imediata

Embrapa é a organizadora do encontro das instituições de pesquisa agropecuária do G20 Crédito: Fábio Reynol

Enquanto líderes de ciência agrícola do G20 se reuniam em Brasília para discutir a segurança alimentar global e a adaptação dos sistemas agroalimentares às mudanças climáticas, a realidade brasileira gritava por ações urgentes. As recentes enchentes no Rio Grande do Sul, que deixaram um rastro de destruição e milhares de famílias em situação de vulnerabilidade, serviram como um doloroso lembrete da fragilidade do sistema alimentar e da necessidade de ações concretas para enfrentar os desafios do clima.

A promessa de união global para combater a fome, defendida pelos líderes do G20, soou como um eco distante para muitos brasileiros. Apesar dos discursos inflamados sobre a importância de garantir um futuro mais igualitário e sem fome para as novas gerações, a realidade no campo brasileiro é marcada por desigualdades profundas, acesso desigual à terra e à tecnologia, e uma dependência excessiva de monoculturas, tornando o sistema alimentar altamente vulnerável a eventos climáticos extremos.

A delegação brasileira, liderada pela Embrapa, propôs a união de esforços em médio e longo prazo para recuperar as áreas agricultáveis e evitar futuras tragédias. No entanto, a urgência da situação exige ações imediatas e eficazes para minimizar os impactos das mudanças climáticas sobre a produção de alimentos e garantir a segurança alimentar da população.

O Brasil, que se coloca como um dos principais produtores de alimentos do mundo, precisa urgentemente rever suas políticas agrícolas e investir em tecnologias e práticas resilientes ao clima. A agricultura familiar, que representa a maior parte da produção de alimentos no país, precisa de apoio e investimento para se adaptar às novas realidades climáticas.

A promessa de união global é louvável, mas a realidade brasileira exige ações concretas e imediatas. O G20 precisa ir além das palavras e traduzir seus compromissos em ações eficazes para garantir a segurança alimentar e a justiça social no Brasil e no mundo. A crise climática não espera, e o futuro da produção de alimentos e da vida de milhões de pessoas depende da ação urgente e conjunta de todos os países.

Em números:

  • As enchentes no Rio Grande do Sul afetaram mais de 50 municípios e deixaram milhares de pessoas desabrigadas.
  • A produção agrícola da região foi fortemente impactada, com perdas significativas nas plantações de arroz, soja e milho.
  • O Brasil é o segundo maior produtor mundial de alimentos, mas a desigualdade social e a concentração de terras impedem que a produção chegue a todos.

O Jornal Expresso continuará acompanhando de perto os desdobramentos da crise climática e suas implicações para a produção de alimentos no Brasil e no mundo.


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