Festival Piauí de Jornalismo 2023 discute o impacto das redes sociais e da inteligência artificial

São Paulo (SP), 5 de Outubro de 2019. Mesa com a jornalista Beatriz Adrián durante o Festival Piauí de jornalismo, na FAAP, em São Paulo (Foto: Tuca Vieira).

Evento reúne especialistas em São Paulo para debates sobre desinformação, mídias sociais e inteligência artificial

Em sua oitava edição, o Festival Piauí de Jornalismo reúne jornalistas estrangeiros de diversos países, nos dias 2 e 3 de dezembro, na Cinemateca Brasileira, para debater o impacto das redes sociais e da inteligência artificial no jornalismo.

Os ingressos para os debates estão à venda pelo site da Sympla. Com patrocínio do YouTube, o festival apresenta painéis de discussão com o tema “Desinformação, redes e inteligência artificial: na era da verdade sintética”.

Serão nove mesas instigantes, com as participações de sete jornalistas internacionais e moderação de figuras ilustres do jornalismo brasileiro, para explicar como a revolução digital, alimentada pela inteligência artificial, transformou o consumo de notícias. Os tópicos incluirão a regulamentação dos meios de comunicação digitais e a dinâmica das más notícias impulsionadas pelo engajamento.

Para as conversas estão confirmados nomes como Ben Smith, cofundador e editor chefe do Semafor, ex-editor chefe do Buzzfeed News e ex-colunista de mídia do New York Times; Max Fisher, autor de “A máquina do caos: como as redes sociais reprogramaram nossa mente e nosso mundo”, ex-repórter do New York Times e colaborador do Crooked Media; e Marina Walker Guevara, editora-executiva do Pulitzer Center e ex-diretora do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), onde coordenou dois dos maiores projetos de colaboração jornalística da história: o Panama Papers, em 2016, e o Paradise Papers no ano seguinte.

Além dessas mesas com os convidados estrangeiros, o Festival também trará eventos paralelos em um auditório anexo: uma oficina de humor, com Roberto Kaz e Afonso Cappellaro, redatores da seção de humor The Piauí Herald; e oficinas do YouTube sobre como usar melhor as ferramentas digitais.

As mesas terão tradução simultânea. O público receberá fones de ouvido na entrada do auditório para ouvir os debates em português.

Confira a programação completa do 8º Festival Piauí de Jornalismo:

SÁBADO – 2 de dezembro

Auditório principal

10h

Lam Thuy Vo / The Markup, EUA

Mediadora: Angélica Santa Cruz – Piauí

Mediador: Tiago Coelho – Piauí

12h

Conversa com o YouTube

Mara Luquet – My News, Brasil

Mediador: Alex Ribeiro – Valor Econômico

Mediadora: Catarina Alencastro – YouTube

14h

Marina Walker Guevara / Pulitzer Center, Argentina/EUA

Mediadora: Dorrit Harazim – O Globo

Mediador: Breno Pires – Piauí

16h

Ben Smith / Semafor, EUA

Mediador: João Batista – Piauí

Mediadora: Flavia Lima – Folha de S.Paulo

18h

Kumar Sambhav / The Reporters Collective, Índia

Mediadora: Consuelo Dieguez – Piauí

Mediadora: Natuza Nery – GloboNews

Auditório de 100 lugares

10h às 16h

Oficina de humor – The Piauí Herald

Com Roberto Kaz e Afonso Cappellaro, redatores da seção de humor The Piauí Herald

Humor informa? Que semelhança existe entre uma notícia satírica e uma coluna sobre política? Neste workshop participativo, o jornalista Roberto Kaz e o humorista Afonso Cappellaro, redatores do The piauí Herald, pretendem mostrar as regras básicas do humor satírico, para em seguida convidar os participantes a escreverem suas próprias versões, em duplas, a partir dos acontecimentos da semana. Ao final, as sátiras serão debatidas pela turma.

Inscrições: https://www.sympla.com.br/evento/oficina-de-humor-piaui-herald/2215012

DOMINGO – 3 de dezembro

Auditório principal

10h

Tecnologia e criação de conteúdo

Mediador: Thiago Amparo – FGV

Mediadora: Daniela Lima – GloboNews

12h

Conversa com a Fonte 

Nome a confirmar

14h

Henry Collis / Inglaterra

Mediadora: Marcella Ramos – Piauí

Mediadora: Alana Rizzo – YouTube

16h

Max Fisher / Autor de “A máquina do Caos”, EUA

Mediador: Daniel Bergamasco

Mediadora: Patricia C. Mello – Folha de S.Paulo

18h

Joseph Poliszuk / Armando.info, Venezuela

Mediador: Allan de Abreu – Piauí

Mediador: Bernardo Esteves – Piauí

Auditório de 100 lugares

10h30 às 17h30

Oficinas do YouTube

Atividades gratuitas sobre como usar melhor as ferramentas digitais. A inscrição é gratuita e pode ser feita aqui: https://www.sympla.com.br/evento/oficinas-do-youtube/2226252

10h30 às 13h

OFICINA DE CHECAGEM 

Luisa Alcantara e Silva (jornalista e colaboradora da Folha de S.Paulo), Sérgio Lüdtke (editor-chefe do Projeto Comprova) e Pedro Prata (editor-assistente do Estadão Verifica)

Como descobrir, analisar e verificar conteúdos de desinformação

Investigadores do Projeto Comprova ensinarão a jornalistas e estudantes de comunicação novas técnicas e ferramentas de monitoramento e investigação de conteúdos digitais associados à desinformação.

14 às 16h

OFICINA GOOGLE TRENDS  

Marco Tulio Pires (Google News Lab no Brasil)

Participação de dois jornalistas da Piauí: Fabio Brisolla (coordenador das redes sociais da Piauí) e Daniel Bergamasco (editor do site da Piauí)

Como cavar pautas com o Google Trends

Aprenda a desvendar os segredos da maior base de dados publicamente disponível no mundo. Nesta oficina prática, você vai conhecer os fundamentos técnicos do Google Trends e descobrir como transformar essa ferramenta num celeiro de pautas para a sua cobertura. Não é preciso ter conhecimento técnico algum; recomendamos que você traga o seu laptop ou tablet. Prepare-se para fazer exercícios práticos e descobrir como o comportamento da busca do Google pode falar muito sobre o mundo.

16h30 às 17h30

OFICINA I.A. NAS REDAÇÕES 

Allen Chahad (chefe de Parcerias Estratégicas e Transformação e co-fundador da Vibra, empresa spin-off de Tecnologia e estrategista digital do Grupo Bandeirantes)

Inteligência Artificial e seu uso nas redações

A Inteligência Artificial (IA) está transformando a maneira como as redações se organizam e conduzem seus fluxos de produção. Ela pode ser usada para automatizar tarefas, gerar conteúdo, analisar dados e até mesmo criar novas narrativas. Esta oficina discutirá possíveis aplicações da IA no jornalismo, desde a coleta de dados até a publicação de notícias.

Bolsa YouTube para universitários

No intuito de impulsionar o acesso à informação e incentivar as boas práticas do jornalismo, o YouTube, patrocinador do Festival Piauí, ofereceu 15 bolsas com acesso gratuito aos dois dias de festival para estudantes de universidades públicas que tenham cursado o Ensino Médio em escola pública. As inscrições ocorreram até o dia 30 de outubro e a lista dos ganhadores foi divulgada no dia 3 de novembro no site da piauí.

Serviço do Festival Piauí de Jornalismo

Data: 2 e 3 de dezembro (sábado e domingo)

Horário: 10 às 18h

Local: Cinemateca Brasileira

Endereço: Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo, SP

Ingressos:

R$ 900 (combo para os dois dias)

R$ 600 (para cada um dos dias)

R$ 100 (oficina de humor)

*Assinantes compram com desconto. Estudantes e professores pagam meia-entrada.

https://www.sympla.com.br/evento/festival-piaui-de-jornalismo-2023/2136236

Realização: Revista Piauí

Patrocínio: YouTube

Apoio: Itaú Cultural, Cinemateca Brasileira, Sociedade Amigos da Cinemateca e Azul

Informações: https://piaui.folha.uol.com.br/festival-piaui-de-jornalismo

Breve histórico dos convidados desta edição:

Lam Thuy Vo_Estados Unidos 

Repórter do The Markup, uma plataforma de jornalismo de dados e tecnologia, Lam é professora associada na Craig Newmark Graduate School of Journalism. Já trabalhou no BuzzFeed News, The Wall Street Journal, Al Jazeera America e Planet Money da NPR. Lam administra uma comunidade para jornalistas não brancos e criou um guia para esses jornalistas em busca de crescimento na carreira, dados salariais, discriminação demográfica das redações e oportunidades de treinamento. Aqui tem uma série de reportagens assinadas por ela.

Mara Luquet_My News_Brasil

Jornalista, fundadora e CEO do canal MyNews, considerado pelo Google referência mundial em jornalismo no YouTube. Foi colunista de finanças pessoais da TV Globo e CBN, editora do Valor Econômico e criadora do caderno Folhainvest, da Folha de S.Paulo.

Marina Walker Guevara_Argentina/ Estados Unidos 

Ex-diretora do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), editora-executiva do Pulitzer Center, integrante do Conselho do Global Investigative Journalism Network (GIJN). Quando era diretora do ICIJ, Marina Walker Guevara coordenou dois dos maiores projetos de colaboração jornalística da história: o Panama Papers, em 2016, e o Paradise Papers no ano seguinte. Essas investigações envolveram centenas de jornalistas do mundo todo e o uso de tecnologia para analisar centenas de milhões de dados financeiros de interesse público. Marina Guevara é pioneira no uso de Large Language Models e Inteligência Artificial.

Ben Smith_Semafor_Estados Unidos

Ex-editor chefe do Buzzfeed News, ex-colunista de mídia do New York Times e cofundador e editor chefe do Semafor. Quando Ben Smith era editor chefe do Buzzfeed News, ele tomou a decisão controversa de publicar o dossiê Steele, um conjunto de alegações a respeito das conexões entre o então presidente americano Donald Trump e a Rússia. O dossiê apontava, entre outras questões, que Putin teria favorecido a campanha de Trump em oposição à de Hillary Clinton. Algumas das alegações foram corroboradas por investigações subsequentes. O dossiê foi oferecido para outros veículos, como o New York Times, que decidiram não publicá-lo. Na época, defendendo a publicação do BuzzFeedBen Smith disse para a equipe que a decisão de publicar o documento “não foi simples, e pessoas bem intencionadas podem discordar da nossa decisão. Mas publicar esse dossiê reflete como nós enxergamos o trabalho de repórteres em 2017.”

Kumar Sambhav_Reporters’ Collective_Índia 

Cofundador do Reporters’ Collective, pesquisador da Universidade Princeton e fundador e diretor do Land Conflicts Watch. Em 2022, com a equipe do Reporters’ Collective, Kumar Sambhav investigou mais de 500 mil anúncios políticos no Facebook na Índia. A investigação revelou como a plataforma de anúncios do Meta favoreceu o partido governante Bharatiya Janata. Outras investigações do jornalista mostram como Narendra Modi, o primeiro-ministro indiano, tem implementado um programa de vigilância que pode acabar monitorando todos os cidadãos indianos.

Henry Collis_Centro de Resiliência de Informação_Inglaterra 

Henry Collis é diretor do Centro de Resiliência de Informação, uma empresa social independente e sem fins lucrativos dedicada a expor violações dos direitos humanos e crimes de guerra, combater a desinformação e combater o comportamento online prejudicial às mulheres e às minorias. Antes de assumir tal função em agosto desse ano, foi, por três anos, diretor Adjunto de Comunicações no Secretariado de Segurança Nacional do Reino Unido. No cargo, foi responsável pelo planejamento intergovernamental e pelas comunicações sobre a segurança nacional. Antes, foi consultor sênior de políticas e chefe de comunicações estratégicas do gabinete, antes de assumir a diretoria. De 2010 a 2013, trabalhou no Afeganistão, onde aconselhou líderes militares seniores no combate à propaganda insurgente e às atividades com influência estrangeira.

Max Fisher_Estados Unidos

Autor de A máquina do caos: como as redes sociais reprogramaram nossa mente e nosso mundo, ex-repórter do New York Times e colaborador do Crooked Media. O livro A máquina do caos, lançado no Brasil pela Todavia, é resultado de uma investigação minuciosa sobre o funcionamento das principais redes sociais. Ele entrevistou cientistas, políticos, teóricos da conspiração, empresários – e teve acesso a documentos secretos compartilhados por funcionários das empresas de redes sociais. Como repórter do New York Times ele cobriu esse assunto extensivamente.

Joseph Poliszuk_Venezuela

Cofundador e coeditor do Armando.info e membro do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). Em 2022 Joseph Poliszuk, com o auxílio sua equipe no site Armando.info, conseguiu identificar 3.718 garimpos (em sua maioria ilegais) na Amazônia. A investigação foi feita a partir de imagens de satélites com o auxílio de inteligência artificial. 

Crédito da foto: Marcelo Saraiva


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