Ferramenta permite comparar grau de diversidade entre os profissionais nas empresas
Plataforma desenvolvida pelo CEERT compara o percentual de profissionais de uma organização em relação ao setor, cidade, estado ou País onde atuam, por meio de dados do IBGE e RAIS
Cerca de 80% dos profissionais que atuam na área financeira, no estado de São Paulo, são brancos, sendo metade deles homens e metade mulheres. Enquanto o salário médio de pessoas brancas varia de R$ 7.300 (mulheres) a R$ 10.100 (homens), as pessoas negras, na mesma ocupação, recebem R$ 5.300 (mulheres) e R$ 7.200 (homens).
Informações como essas são facilmente obtidas por meio da plataforma Radar CEERT, que mapeou um total de 87 segmentos da economia (como saúde, educação, tecnologia, produtos químicos, farmacêuticos etc.) para que as empresas possam comparar seu compromisso com a diversidade em relação às estatísticas oficiais.
Além da faixa salarial e presença de negros e negras nas organizações, a ferramenta também traz informações sobre outros perfis de trabalhadores, classificando-os por faixa etária, pessoas com ou sem deficiência, empregados no regime CLT e escolaridade considerando a localidade (estadual ou nacional).
Disponível gratuitamente no endereço ceert.org.br/radar, o RADAR foi criado pelo Ceert (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades) com objetivo de ajudar as empresas a verificarem seu comprometimento com a diversidade entre seus colaboradores frente a dados nacionais ou setoriais.
Por meio da plataforma, um usuário que trabalha no setor hoteleiro, por exemplo, poderá descobrir se a proporção de brancos e negros na sua empresa é maior ou menor em relação a este mesmo segmento – hotelaria – na cidade ou no estado de São Paulo e até mesmo no Brasil. Conseguirá ainda pesquisar se a diferença salarial nesta profissão corresponde à mesma distorção existente na organização onde atua, fazendo um recorte por gênero, raça, faixa etária, pessoas com deficiência e outras variáveis.
Algumas variáveis se subdividem para que a pesquisa revele ainda mais dados, como é o caso de “Força de Trabalho”, que apresenta os itens: pessoas desocupadas, força de trabalho residente, rendimentos, pessoas ocupadas, pessoas desalentadas, pessoas subutilizadas, pessoas empregadas no setor econômico formal.
“Nosso objetivo é entregar indicadores que possam subsidiar o debate sobre a diversidade e a equidade racial no mercado de trabalho, em formato simples e acessível”, explica Mário Rogério, diretor de Diagnóstico e Indicadores do Ceert.
Ele explica que o Radar é fruto de um amplo trabalho de curadoria, produção e análise estatística a partir de microdados anuais, das mais recentes Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD Continua), do IBGE, e da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego.
“Realizar comparações da sua realidade com a do perfil regional populacional e setorial pode orientar as empresas a traçar planos estratégicos visando maior diversificação dos seus públicos”, acrescenta ele.
As empresas que desejarem outros recortes ou pesquisas mais detalhadas poderão encomendar estudos customizados ao Ceert para compreender como estão no quesito de diversidade. A plataforma é gratuita e só haverá um custo caso a empresa/instituição queira um recorte mais específico. Neste caso, elas poderão contratar diretamente o CEERT.