Férias na praia: vale a pena comprar um imóvel no litoral?

Temporada de verão desperta o desejo por uma casa perto do mar e especialista em Comportamento do Consumidor dá dicas para não errar no investimento

Mais de 3 milhões de pessoas devem visitar o litoral paranaense na temporada de Verão 2023/2024. A expectativa do governo estadual é de que os investimentos na orla e a programação cultural atraiam um número recorde de veranistas. Além de movimentar bares, restaurantes e hotéis, o turismo aquece, em igual proporção, o mercado imobiliário.

Depois das férias de verão não é raro que famílias despertem o sonho de ter um imóvel no litoral. Comprar uma casa de veraneio não é uma decisão simples e o especialista em Marketing, Branding e Comportamento do Consumidor, Sérgio Czajkowski Júnior, dá algumas dicas.

De acordo com o professor do UniCuritiba – instituição que integra a Ânima, o maior ecossistema de ensino superior privado do país – a compra de um imóvel de férias, seja no litoral ou no interior, requer uma análise criteriosa. “Se o interesse é usar o imóvel apenas nas férias, a relação custo-benefício não compensa porque a ocupação vai se limitar a um ou dois meses por ano, mas os diversos custos com a manutenção serão permanentes.”

Se esse for o caso, alugar uma casa nas férias é a melhor indicação, além de permitir que a família escolha sempre um destino diferente. Do contrário, o proprietário terá de visitar o imóvel com certa frequência ou pedir que alguém o faça, arcar com os custos do financiamento – se for o caso, pagar o IPTU e fazer manutenção mensal. Quem escolhe um apartamento tem ainda a taxa de condomínio.

Antes de tomar a decisão, indica o professor do UniCuritiba, é essencial avaliar os prós e contras e colocar todas as despesas na ponta do lápis. “Em muitos casos, não vale a pena fazer o investimento porque os gastos anuais com um imóvel próprio podem custear as férias da família em uma casa alugada ou hotel.”

Aluguel o ano inteiro

Para quem deseja comprar e locar o imóvel durante o ano, o retorno financeiro pode ser interessante. “Existem boas plataformas que ajudam na gestão dos processos de locação, como o Airbnb, além de imobiliárias”, comenta Sérgio.

Mesmo que a locação do imóvel durante o inverno seja uma opção para aliviar os custos com manutenção, impostos ou financiamento, o professor lembra que nem sempre é fácil manter a casa alugada o ano inteiro. “No verão, com a cidade lotada, a ideia de manter a casa alugada o ano inteiro parece óbvia, mas, dificilmente, um imóvel ficará ocupado 100% do tempo e isso precisa ser levado em consideração.”

Se a intenção é investir e ampliar a renda com a locação do imóvel nos 12 meses do ano, uma opção é avaliar a compra na própria cidade de residência da família. “Ainda que a praia seja um atrativo, não significa ser a melhor opção. Na baixa temporada, durante o inverno, o valor do aluguel cai bastante e talvez o investidor não consiga a quantidade mínima de locatários para amenizar ou amortizar o financiamento e os demais custos de manutenção.”

O professor das disciplinas de Marketing, Branding e Comportamento do Consumidor do UniCuritiba ensina que o primeiro ponto a analisar é: por que você está comprando o imóvel? “O investimento vale mais a pena se representar uma segunda ou terceira fonte de renda, alavancando o que chamamos de renda passiva”, comenta Sérgio.

Outros investimentos

Pedir ajuda para corretores de imóveis que conhecem a região e o potencial de valorização do imóvel é uma boa estratégia. Depois, vale a pena conversar com o gerente do banco e consultores financeiros para avaliar outras opções de investimento vantajosas.

A aquisição de um imóvel costuma imobilizar os recursos da família por um período, o que requer uma análise fria e objetiva. Segundo Sérgio, é importante deixar a empolgação das férias de lado, checar a condição financeira, os planos para o futuro e considerar se o melhor investimento é algo de curto, médio ou longo prazos.

“Até mesmo o investimento em uma startup ou a abertura de um negócio próprio devem ser considerados como opções, sempre respeitando o perfil do investidor e os objetivos da família”, finaliza o especialista.


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