8 de maio de 2024

Fake News usando vídeos antigos de desmatamento na Amazônia são divulgados como atuais

Helicóptero do Ibama sobrevoa a TI Yanomami, em Roraima/ Foto: MMA

Imagens mostrando extração de madeira ilegal no Pará são de 2019; desmatamento na Amazônia caiu pela metade em 2023

Peças de desinformação estão repercutindo imagens antigas de caminhões extraindo madeira ilegalmente na Amazônia como se fossem atuais. A gravação que tem repercutido nas redes sociais é de 2019 e foi realizada na região da cachoeira do Aruã, cerca de 100 km de Santarém (PA).

A área sob alertas de desmatamento na Amazônia caiu 49,9% em 2023 na comparação com 2022, segundo dados do sistema Deter-B, do Inpe, divulgados em janeiro deste ano. O número é resultado da retomada da política ambiental e climática e das ações de fiscalização após quatro anos de retrocesso.

A redução anual é a maior da série histórica do Deter, que desde 2015 emite alertas diários para apoiar a fiscalização em campo realizada por Ibama e ICMBio. A área sob alertas no bioma havia aumentado 25% em 2022 na comparação com 2021.

A queda do desmatamento em 2023 evitou o lançamento na atmosfera de aproximadamente 250 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (CO2e). Isso corresponde a cerca de 14% das emissões do Brasil, tendo como base o ano de 2020, último dado oficial disponível.

De janeiro a dezembro de 2023, o Ibama aumentou os autos de infração por crimes contra a flora em 106% na comparação com a média de 2019 a 2022. A destruição de bens e os embargos cresceram 161% e 64%, respectivamente, no mesmo período. Já as apreensões aumentaram 79%.

Em janeiro deste ano, cerca de 119 km² de vegetação nativa foram perdidos na Amazônia. Isso significa uma queda de 29% ante o total de 166,5 km² observado em dezembro de 2023. Já no Cerrado, o desmatamento chegou a 295,9 km² no primeiro mês deste ano, uma redução de 33% em relação a janeiro de 2023, quando atingiu 440,5 km².

Ações na Terra Indígena Yanomami

Em 2023 o Ibama realizou mais de 600 operações em Terras Indígenas (TIs). Na TI Yanomami houve redução de 77% da área desmatada para abertura de garimpos de janeiro a novembro na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados do programa Brasil MAIS, da Polícia Federal. 

Cerca de 33 aeronaves e mais de 360 acampamentos de garimpeiros foram destruídos por agentes da fiscalização na TI Yanomami, além de centenas de motores, balsas e barcos usados ilegalmente.

Ibama e ICMBio apreenderam cerca de 5 mil cabeças de gado ilegais em Unidades de Conservação e Terras Indígenas na Amazônia desde janeiro.

O governo federal anunciou ainda, em janeiro deste ano, que terá presença permanente no território Yanomami, em Roraima, para combater o garimpo ilegal e garantir proteção aos indígenas da região. Após medidas emergenciais em 2023, a nova fase terá orçamento de R$ 1,2 bilhão para ações estruturais que fortaleçam a saúde pública, a fiscalização e o controle territorial, por exemplo.