Extrema-direita francesa se opõe a primeiro-ministro de esquerda

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Líderes do Reunião Nacional de extrema direita da França disseram nesta segunda-feira (26) que o partido vai barrar qualquer candidato a primeiro-ministro da Nova Frente Popular, de esquerda, reduzindo as opções do presidente Emmanuel Macron para resolver a crise política do país.

Marine Le Pen e Jordan Bardella (imagem em destaque), a equipe política que dirige o Reunião Nacional, se encontraram hoje com Macron, que tenta destravar o impasse político causado pelas eleições legislativas antecipadas que ele convocou para o último mês de julho.

Após a reunião de uma hora, Bardella disse que a Nova Frente Popular – uma ampla aliança de partidos que vão desde os socialistas moderados até a França Insubmissa, de Jean-Luc Melenchon, de extrema esquerda – é um “perigo” para o país.

Bardella disse que seu campo convocaria imediatamente um voto de desconfiança contra qualquer premiê de esquerda.

“A Nova Frente Popular em seu programa, em seus movimentos, e nas personalidades que a incorporam, representa um perigo para a ordem pública, a paz civil e, obviamente, para a vida econômica do país”, disse Bardella, a repórteres. “Pretendemos proteger o país de um governo que fraturaria a sociedade francesa.”

Um assessor de Macron disse que o presidente poderia nomear um primeiro-ministro até o final desta semana, mas ainda não se sabe se a pessoa que ele escolher – alguém com o apelo mais amplo possível – ganhará a aprovação dos parlamentares. Caso contrário, Macron terá que voltar à estaca zero, aprofundando a crise política.

Nenhum grupo saiu da eleição antecipada com maioria, com os votos igualmente divididos entre a Nova Frente Popular, o bloco centrista de Macron e o Reunião Nacional.

A Nova Frente Popular obteve mais votos do que qualquer outro partido e tem argumentado que sua candidata, uma funcionária pública pouco conhecida chamada Lucie Castets, deveria ser nomeada primeira-ministra.

Lucie disse a Macron na sexta-feira que a esquerda tem o direito de formar o próximo governo.

Macron ignorou a indicação da Nova Frente Popular, e uma fonte próxima a ele disse acreditar que o equilíbrio de poder está mais com o centro ou a centro-direita.

Algumas possíveis candidaturas que Macron está considerando incluem um presidente regional conservador, Xavier Bertrand, e o ex-primeiro-ministro socialista Bernard Cazeneuve, segundo fontes. A imprensa francesa recentemente mencionou Karim Bouamrane, o prefeito socialista de um subúrbio pobre de Paris, como outro possível nome.

Le Pen sugeriu que Macron poderia convocar um referendo para traçar um caminho para fora do caos e disse que se opõe ao chamado governo “técnico” de tecnocratas apolíticos, afirmando que “existem apenas governos políticos escondidos atrás de nomes técnicos”.

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