Ex-diretor questiona silêncio de Ratinho sobre venda de hidrelétricas da COPEL em meio a crise energética
Em uma recente declaração que pode acirrar ainda mais o debate sobre a gestão energética do estado, Ivo Pugnaloni, ex-diretor da COPEL, manifestou perplexidade diante do silêncio do governador Carlos Massa Ratinho Jr. sobre um estudo de viabilidade que justificou a venda de 12 hidrelétricas da companhia em um momento crítico. A transação, que ocorreu pouco antes de um potencial apagão, gerou ondas de choque no setor e levanta questões sobre o real interesse por trás da decisão.
Pugnaloni argumenta que a venda dessas hidrelétricas em um período de iminente crise energética sugere uma estratégia de “entrega de patrimônio público a particulares” em um momento em que os preços de energia estão sob pressão para subir. “Isso não tem apoio na realidade do mercado, na lei da oferta e da procura”, afirmou Pugnaloni, destacando o aparente descompasso entre a necessidade de garantir a segurança energética e a decisão de desinvestir em ativos estratégicos.
A crítica vem em um momento em que a COPEL enfrenta crescente escrutínio público e político. A venda das hidrelétricas foi concluída em um período de alta volatilidade no mercado de energia, levantando suspeitas de que o governo estaria se aproveitando de uma situação de crise para facilitar uma transação vantajosa para investidores privados. Especialistas alertam que a ausência de transparência em relação ao estudo de viabilidade pode minar a confiança pública e aumentar o custo da energia para os consumidores.
A reportagem tentou entrar em contato com a assessoria de comunicação do governador Ratinho Jr. para obter uma resposta sobre as alegações de Pugnaloni, mas até o momento, não houve retorno. A falta de esclarecimentos por parte do governo só intensifica as dúvidas sobre a adequação e a transparência do processo de venda das hidrelétricas.
O governo estadual, por sua vez, defende que a venda foi uma medida estratégica para otimizar os recursos e garantir a sustentabilidade financeira da COPEL. No entanto, críticos questionam a eficácia dessa estratégia, apontando que a venda pode comprometer a capacidade de resposta da empresa a futuras crises energéticas.
A situação cria um cenário turbulento para o setor de energia no estado e para os consumidores, que podem enfrentar aumentos nas tarifas e uma maior insegurança quanto à estabilidade do fornecimento. A discussão sobre a gestão dos recursos energéticos e a transparência das decisões governamentais promete ser um ponto central nos próximos debates políticos e econômicos.
Com o mercado de energia em alerta e a população em expectativa, o desfecho desse episódio pode ter implicações de longo prazo para a política energética e a confiança no governo estadual.