‘Eu sou nepo baby’: desvendando o termo que viralizou com Sasha e o que ele revela sobre o mundo da fama
“Eu sou nepo baby.” A frase, dita por Sasha Meneghel em um podcast, viralizou e colocou em evidência um termo que, apesar de já existir há algum tempo, ganhou nova força no debate sobre privilégios e oportunidades no mundo da fama. Mas o que significa ser um “nepo baby”? E quem mais se encaixa nessa categoria?
O termo “nepo baby”, que em português podemos traduzir como “bebê do nepotismo” ou “filho do nepotismo”, designa pessoas que conseguiram alcançar sucesso profissional, especialmente em áreas como a atuação, a música e a moda, graças às conexões e ao legado de seus pais famosos. A expressão, inicialmente utilizada de forma informal, ganhou força após a publicação de um artigo no The New York Times intitulado “She Has Her Mother’s Eyes. And Agent” (“Ela tem os olhos da mãe. E o agente”), que explorava o fenômeno da ascensão de filhos de celebridades em Hollywood.
A questão central levantada pelo termo “nepo baby” é a de que, apesar do talento e da dedicação individual, muitas vezes, a porta de entrada para o sucesso nesses campos é facilitada para aqueles que nascem em famílias com histórico de fama e influência. Isso coloca em xeque a meritocracia e a igualdade de oportunidades, uma vez que a rede de contatos e o acesso a recursos, como agentes e oportunidades de trabalho, podem ser decisivos para a trajetória profissional de um indivíduo.
O caso de Sasha Meneghel ilustra bem essa discussão. Filha da apresentadora Xuxa, ela iniciou sua carreira na televisão ainda criança, tendo acesso a uma plataforma e a uma visibilidade que outros jovens aspirantes a artistas podem não ter. A declaração de Sasha, assumindo a condição de “nepo baby”, pode ser vista como um reconhecimento dessa realidade, mas também como um ato de desmistificação, mostrando que o privilégio existe e que não se trata de algo vergonhoso ou a ser escondido.
No entanto, é importante considerar que a ascensão de “nepo babies” não é um fenômeno exclusivamente brasileiro. Em Hollywood, nomes como Dakota Johnson, Maya Hawke, Lily-Rose Depp e Zoë Kravitz, filhos de grandes estrelas, são apenas alguns exemplos de como o nepotismo impacta o mundo do entretenimento.
A questão da meritocracia no mundo da fama é complexa e permeada por diferentes nuances. Enquanto alguns argumentam que o talento e a dedicação individual são os principais fatores para o sucesso, outros destacam que o privilégio e o nepotismo podem abrir portas e criar oportunidades que nem sempre são acessíveis a todos.
O debate sobre o termo “nepo baby” nos convida a refletir sobre como as estruturas de poder e privilégio se manifestam em diferentes áreas da sociedade, incluindo o mundo da fama. É preciso ter em mente que o acesso à oportunidade e a influência de redes de contatos podem desempenhar um papel crucial no sucesso de um indivíduo, mas que o talento e o esforço individual também são fundamentais para a conquista de um espaço e reconhecimento no cenário profissional.
Em última análise, o termo “nepo baby” nos convida a ter uma postura crítica e consciente em relação ao sucesso e à fama, questionando as trajetórias e os caminhos que levam ao reconhecimento público. Reconhecer o privilégio e as vantagens que podem surgir a partir de uma herança familiar não significa negar o talento ou o esforço individual, mas sim entender como as estruturas sociais e as relações de poder moldam as oportunidades de cada um.
