Escolas particulares têm até 32% de rotatividade de funcionários a cada ano

Levantamento, realizado entre novembro de 2022 e janeiro de 2023, pela consultoria educacional Rabbit com 200 escolas, mostra os índices de rotatividade nas instituições de ensino de Educação Brasil e traça comparação com os índices do mercado

Grupo Rabbit, consultoria em gestão educacional, lança a pesquisa Turnover – Rotatividade de Funcionários. O levantamento, realizado entre novembro de 2022 e janeiro de 2023, contou com 200 escolas brasileiras respondentes e teve como objetivo analisar a rotatividade dos colaboradores das instituições de ensino e as respectivas razões da rotatividade focando nos departamentos de Recursos Humanos.

A amostragem considerou 50% de instituições de ensino com Educação Infantil e Ensino Fundamental; 23,9% de instituições com todos os segmentos, da Educação Infantil ao Ensino Médio; 20,6% com Educação Infantil e 5,6% com outras possibilidades. Foram levadas em conta escolas de pequeno, médio e grande porte.

Mercado: parâmetro comparativo

Um aspecto destacado do levantamento refere-se à comparação entre os índices de turnover das escolas entrevistadas com os índices gerais do mercado. Os dados gerais de turnover do mercado educacional, considerando o universo das escolas de Educação Básica no Brasil, chegam à marca de 32%, levando em conta desligamentos e pedidos de demissão e, compreendendo melhor esse percentual, nota-se que os desligamentos respondem por 13% contra 19% de pedidos de demissão.

“Quando destrinchamos os índices gerais de turnover do mercado para os segmentos de ensino, notamos uma concentração de rotatividade nas escolas com Educação Infantil (39%). Na sequência, observamos, respectivamente, as instituições com Ensino Fundamental 2 (31%), Ensino Fundamental 1 (29%) e, por último, as de Ensino Médio (20%)”, afirma Christian Coelho, CEO da consultoria e coordenador da pesquisa.

Motivos dos desligamentos e das demissões

Nas escolas com Educação Infantil, as principais razões para o desligamento dos professores estão relacionadas à falta de disponibilidade de horário (18%), à baixa performance (16%), ao excesso de atraso e de faltas (13%) e ao conflito com as equipes (10%). 

Já nas instituições com Educação Infantil e Ensino Fundamental, a baixa performance foi apontada como o principal motivador (25%), seguido de reclamação dos pais (10%) e conflitos com as equipes (9%). Nas escolas com todos os segmentos – Educação Infantil, Ensinos Fundamental e Médio –, a baixa performance foi citada por 22% dos entrevistados.

Sobre a razão das demissões, os professores da Educação Infantil responderam, em sua maioria (18%), que receberam proposta mais bem remunerada; 15% alegaram mudança da área de atuação; 10% passaram em concurso público, entre outras razões. Nas instituições com Educação Infantil e Ensino Fundamental, a sobrecarga de trabalho (17%) e o recebimento de propostas com maior remuneração (17%) ocuparam a liderança no ranking.

Os professores das escolas com todos os níveis de ensino citaram o recebimento de propostas com maior remuneração (17%) como principal fator da mudança e, na sequência, o fato de terem passo em concurso público (14%).

“O levantamento da Rabbit apontou também quais foram as áreas mais afetadas pelas saídas dos professores nas escolas. Percebemos que os pedagogos, os auxiliares e os estagiários foram os que mais saíram, respondendo por 29,1% do percentual total e, na sequência, foram os berçaristas (23,6%)”, esclarece Christian.

Considerando a perspectiva do gestor escolar sobre as áreas consideradas mais difíceis de se contratar profissionais, foram citadas, por ordem de dificuldade nas escolas com Educação Infantil: berçarista (33,3%); pedagogo (22,8%) e auxiliar e estagiário (22,8%).

Nas escolas com Educação Infantil e Ensino Fundamental, os profissionais mais difíceis de se contratar são: professores de inglês (13,9%), auxiliar e estagiário (11%) e pedagogo (9,7%). Quando analisamos as escolas com todos os segmentos, a dificuldade está bastante ‘equilibrada’, com dificuldades em rodas as disciplinas.

Por fim, quando os respondentes foram indagados sobre as principais competências consideradas importantes para a contratação de um coordenador pedagógico, as respostas consideraram, por ordem de importância, o currículo (17,4%), a liderança (13,9%), a comunicação (8,4%), o comprometimento e o espírito de equipe (8,2%).


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