Equipe do Confina Brasil 2023 finaliza 4ª rota em confinamentos de Santa Catarina
Confina Brasil 2023 encerra visitas técnicas da expedição
O fechamento da 4ª e última etapa do ano do Confina Brasil, pesquisa-expedicionária conduzida pela Scot Consultoria, incluiu visitas a confinamentos no Sul do Brasil, com paradas nas cidades de São Ludgero, Urubici, Videira, Fraiburgo e Campo Erê, todas localizadas em Santa Catarina.
A “Equipe 1” de pesquisa visitou seis confinamentos ao longo da última semana. Essas visitas destacaram confinamentos com sistemas de trato automatizados, melhoramento genético, cadeia produtiva completa, práticas de reutilização de dejetos na agricultura, com ênfase em nutrição e na criação de raças taurinas.
Automação na linha de cocho
O Confinamento de Tito Hobold, em Orleans (SC), é um empreendimento que se destaca por suas práticas modernas na criação de gado. Uma das inovações recentes do confinamento é a implementação de um sistema de automação na alimentação dos animais. “Os animais são alimentados com uma dieta que consiste principalmente de milho grão e núcleo peletizado, que contém minerais essenciais”, comenta Diego Rossin, médico-veterinário e técnico do Confina Brasil.
Uma tubulação passa por cima dos cochos de alimentação, equipada com sensores que monitoram o consumo dos animais. “Quando o gado come, o sistema libera automaticamente mais comida. Isso elimina a necessidade de tratos manuais aumentando a eficiência operacional do confinamento”, completa Diego.
Outro confinamento automatizado, o São Marcelo, localizado em Fraiburgo (SC), possui uma capacidade estática para abrigar mil bovinos. A gestão implementou um sistema de alimentação que é semelhante ao utilizado em granjas de suínos, adaptado para o gado. Esse sistema envolve o fornecimento de oito tratos diários, nos quais a quantidade de alimento é ajustada para cada baia, garantindo uma alimentação equilibrada. Além disso, o piso vazado das baias permite a coleta dos dejetos dos bovinos em uma fossa, que é tratada com bactérias e posteriormente utilizada na agricultura, fechando o ciclo de produção”, destaca Rossin.
Atenção à nutrição
O confinamento de Tito Hobold também implementou um sistema de mistura de ração, com máquina que mistura grãos inteiros, casca de soja e núcleo peletizado na proporção necessária para atender às necessidades nutricionais dos bovinos. Essa mistura é armazenada em silos verticais localizados do lado de fora do galpão e está conectada às tubulações que alimentam os cochos.
No Confinamento São Marcelo, a dieta é composta principalmente por milho moído, aveia laminada e núcleo. Por se tratar de uma região produtora de gramíneas de inverno, a aveia é utilizada de maneira estratégica em substituição de parte do milho, e se encaixa perfeitamente em dietas com baixa inclusão de volumoso, pois, além de contribuir com a fibra para manutenção do ambiente ruminal, apresenta elevado teor de FDN, minimizando os riscos de distúrbios metabólicos.
Programa de melhoramento genético
Localizado em Urubici (SC), o Confinamento Morro do Campestre conta com um projeto de melhoria genética liderado por Arildo, proprietário do confinamento. O intuito é de enfrentar um desafio na pecuária local: a diversidade genética dos rebanhos. “Identificando essa preocupação, Arildo e sua equipe decidiram agir. Eles estão desenvolvendo um programa de integração com outros produtores locais. O programa oferece suporte aos produtores participantes. Isso inclui o fornecimento de medicamentos, protocolos de inseminação e orientação nutricional”, conta Diego.
O objetivo desse programa é melhorar a qualidade genética do gado na região, tornando a produção mais eficiente e lucrativa para os produtores. O objetivo é a padronização genética do rebanho, podendo resultar em bovinos de melhor qualidade e maior competitividade no mercado.
Cadeia produtiva completa
O município de Videira (SC) abriga o Confinamento Brancalione, empreendimento que possui todas as etapas da cadeia produtiva da carne. A propriedade trabalha com o sistema intensivo abrigando as principais raças bovinas, como Hereford, Braford e Angus, além de um frigorífico próprio. O diferencial é que a carne produzida é destinada à boutique de carne localizada na fazenda.
“O confinamento tem como objetivo principal abastecer as linhas de abate de seu frigorífico, que acontece apenas às segundas-feiras. Dentro da fazenda, a carne é processada e embalada, sendo encaminhada para a boutique da família”, conta Jayne Costa, zootecnista e técnica do Confina Brasil. Além disso, a boutique oferece uma série de cursos relacionados à cadeia produtiva da carne. Os cursos abrangem temas como mercado, nutrição e churrasco, atraindo tanto pecuaristas locais quanto entusiastas da carne.
Com isso, o cronograma de visitas da quarta edição do Confina Brasil terminou. Durante essa edição, especialistas percorreram um extenso itinerário que incluiu estados como São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Maranhão, Bahia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Com o fim das visitas, o próximo passo é a produção do benchmarking, relatório comparativo da Scot Consultoria que envolve as informações coletadas em todas as propriedades, visando explorar a realidade e divulgar boas práticas e tendências dos sistemas intensivos de criação de gado de corte brasileiros.
Acompanhe o Confina Brasil nas redes sociais para checar de perto todos os detalhes da última rota de visitas e não perder o lançamento do benchmarking 2023!